31 de dezembro de 2005

2006. Um sonho de Paz!

Foto: Rogério Uchôa / Arte: Atorres
Jornal Diário do Pará

Guardas russos são os primeiros a receber 2006 em Bering

MOSCOU - Os guardas fronteiriços russos foram os primeiros habitantes da Terra a dar as boas-vindas hoje ao ano de 2006 às 10h (hora de Brasília), na ilha de Ratmanova, no estreito de Bering, que separa o extremo nordeste da Rússia do Alasca, informou a agência oficial Itar-Tass. A ilha de Ratmanova está situada a apenas quatro quilômetros da ilha americana de Grand Diamid e exatamente a 180 graus de longitude do meridiano de Greenwich.
Os soldados russos e os pescadores que trabalham nesta região são, dia após dia, os primeiros habitantes do planeta a virar página ao calendário.
Quase na mesma hora, receberam 2006 os habitantes da cidade mais oriental do país, Petropavlovsk-Kamchatski, capital da península de Kamchatka, separada do Alasca pelo arquipélago das Aleutianas.
Cerca de 3 mil pessoas se reuniram na praça central da cidade para receber o novo ano em frente a uma árvore de natal de 21 metros de altura.
Os últimos russos a celebrar a festa de Ano Novo são os habitantes de Kaliningrado, enclave situado às margens do Mar Báltico, e separado do resto do país pela Polônia e a Lituânia.
De acordo com os fusos horários, os russos espalhados por uma superfície de 17.075.400 quilômetros quadrados recebem o ano de 2006 em 11 horários diferentes.
A Rússia começou a celebrar o Ano Novo em 31 de dezembro a partir de 1700, quando o czar Pedro, o Grande decretou que toda a população realizasse a passagem de ano como o resto da Europa.

EFE

30 de dezembro de 2005

Carlos Drummond de Andrade

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente."

Botafogo usa tática do sutiã no último treino do ano


Uma prática inusitada no último treinamento do Botafogo no ano de 2005. O técnico Carlos Roberto colocou um colete diferente nos atletas. "É uma espécie de colete sutiã", brincou o treinador.
O modelo tapava a visão que os jogadores tinham da bola. Dessa maneira, os atletas tinham que jogar com a cabeça alta, isto é, sem olhar para o chão. "Facilita a visão de jogo e o domínio de bola do jogador", garantiu o técnico.

O homem aceitou e brilhou, leiam no Jornal Diz Persivo

Meu amigo Silvio, cabra macho ceara-rondoniense (com vivência caioca e paraense), que se for pego em aeroportos será com a cueca e mala cheia de livros, aceitou o desafio de retratar os iluminados protagonistas da maior roubalheira, trapalhada e incompetencia de nossa história em todos os tempos e suas ligações literárias.
Está perfeito, hilário e culto.
Acessem www.persivo.blogspot.com para dar ótimas risadas e comentar livremente porque esse Nortista sabe das coisas.
Vamos fazer uma corrente para que em 2006 os velhacos não copiem seus erros do ano velho e que possamos apertar a tecla certa no momento oportuno.
Se eles não forem defenestrados antes.
Cerpinhas, caranguejos, camarões e muito tira-gosto para tods em 2006. Estarei brindando com meu velho Natu.
Abraços.

26 de dezembro de 2005

Para Silvio Persivo



Silvio, desafio você a fechar 2005 com indicações de livros que possam ajudar a nos mostrar o que nossos dirigentes leram ou aprenderam, bem como dos coadjuvantes do cenário penal-partidário brasileiro.

Vamos melhorar a cultura e sapiência dos nossos probos dirigentes.

Está lançado o desafio... Quero ler em seu blog e olhe que estou em Brasília, lugar propício para a discussão.

JUSTIÇA, seu nome é conveniência...

TJ absolve operário acusado de crime ambiental
Agência Estado

O pedreiro Antero da Silva Nascimento, de 23 anos, que estava condenado há quase dois anos de prisão por crime contra o meio ambiente, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça, que criticou o Ministério Público e a juíza que proferiu a sentença. O operário em agosto 2003, fora condenado pela juíza Carmen Silva de Lima, a um total de um ano e 10 meses de prisão, acusado de poluir o meio ambiente por dejetos humanos que produzia em seu barraco em uma área de manguezal , em Cubatão. A pena tinha sido substituída por pena restritiva de direito, consistente em trabalho comunitário, além de restrição a locomoção do condenado, todos os fins de semana.
O pedreiro foi acusado de poluir o mangue por que os dejetos humanos de seu barraco, eram lançados em área de preservação ambiental. A sentença condenatória agora invalidada, havia sido proferida em setembro de 2003. O Tribunal criticou tanto a juíza que proferiu a sentença quanto o Ministério Público que apresentou a denúncia, entendendo que houve no caso, " excesso de denuncismo". O desembargador relator Roberto Mortari, destacou que é absurdo condenar um modesto operário, em um mundo em que grandes indústrias poluem impunemente o meio ambiente.

Quer dizer que as cagadas do Delúbio, do Genoíno, do Severino, do Lula não são motivo de ações da Justiça? Só se for pobre? Porquê não condenaram os que governam mal esse País, que recolhem impostos para financiar falcatruas, que só querem saber de poder e mordomias...
Se a função do advogado é de que se faça justiça e não a vingança, esse pobre coitado foi condenado propositalmente por um despreparado que devia estar com raiva da vida e defendido(?) por um advogado idiota.

Futebol Carioca, mistura de talento e ladroagem.

No poder, mesmo depois de morto
Ainda que seja impossibilitado de continuar na Federação, Caixa d’Água vai mandar no futebol fluminense
Rio - De volta ao comando do futebol no Estado, o presidente da Federação de Futebol do Rio (Ferj), Eduardo Viana, se preparou para que o próximo ano seja bem mais tranqüilo do que o que está terminando. Nos bastidores, criou um um artifício para evitar que inimigos cheguem à presidência em caso de afastamento dele e garante: “Só paro quando a máquina dentro do meu peito não funcionar”.
Uma mudança no estatuto da Federação aprovada esse mês garante que Caixa d’Água possa indicar um substituto permanente caso ele se ausente da presidência, garantindo a perpetuação do comando.
O dirigente ficou de outubro de 2004 a agosto deste ano afastado, acusado de desviar verba de rendas de jogos no Maracanã. Em seu lugar ficou Rubens Lopes, ex-aliado e agora um dos maiores inimigos. Decepcionado por ver um foco insurreição dentro do grupo que considerava estar do seu lado, ele mudou o estatuto, com aprovação da Assembléia Geral.
Agora, caso ele se afaste por qualquer motivo, inclusive judicial, quem assume é Hildo Nejar, vice de futebol amador. “Confiar em alguém sempre dá, mas nesses que me traíram, nunca mais. Tem vice-presidente hoje aqui que nunca mais entra em chapa minha. Não fala comigo e não tem mais função. Eles estão aqui, mas não são nada. Mas vou respeitar o mandato deles, não vou fazer heróis aqui dentro”, disse Viana, que recontratou alguns dos profissionais afastados por Rubens Lopes para exercer funções desses “funcionários-fantasma”.
A medida serve para o dirigente se resguardar, mas isso não significa que o processo que ainda corre na 37ª Vara Criminal seja motivo de preocupação. Advogado, Eduardo Viana conhece suficientemente as leis – e sua morosidade – para saber que corre poucos riscos. “Eu só seria impedido caso fosse condenado na decisão final. Mas até lá, há tantas estâncias antes que não há como ser julgado antes do fim do mandato, em janeiro de 2008. No novo mandato esse processo seria extinto” afirmou.
Recuperado e um transplante de rim, o presidente da Federação garante que ainda tem fôlego para a função. Em uma auto-avaliação, admite que errou em alguns momentos, embora o “Caixão 2002” não esteja entre eles. “Naquele campeonato eu salvei os estaduais no Brasil inteiro. Usei a força – ou participava ou eu desfiliava – e não me arrependo”, completou.

Nossas instituições são o reflexo do comportamento de boa parte da sociedade. São casos como esse que tornam nosso futebol um negócio de fundo de quintal. Eu conhecia a profissionalização do jeitinho, agora conhecemos a perpetuação da picaretagem e da ladroagem.

25 de dezembro de 2005

23 de dezembro de 2005

Cuecas, malas e aviões. Enquanto isso, aqui no Brasil...

Natal: dia normal no Lixão de Babi

Cestas do Natal Sem Fome não fazem a festa de quem vive no lixo, entre porcos e urubus

O odor, a sujeira e milhares de moscas ao redor não impedem que a dona de casa Maria Luiza Marques deixe as sandálias na porta, antes de entrar em seu barraco de madeira. O espaço tem pouco mais de quatro metros quadrados e o chão de barro limpo, em contraste com as toneladas de lixo produzidas pela população de Belford Roxo e jogadas à sua porta diariamente. Amanhã, Maria Luiza e sua família irão receber uma das cestas doadas pela campanha Natal Sem Fome. A chegada da comida é bem-vinda, mas não representa festa. "O Natal pra mim vai ser como um dia qualquer", resume, sem emoção.

Localizado em Belford Roxo, o Lixão Babi, onde Maria Luiza vive há cinco anos, é considerado o pior bolsão de miséria entre as comunidades atendidas pelo Natal Sem Fome no Rio. Com cinco filhos e o marido desempregado, Maria – que aparenta bem mais que seus 35 anos – sobrevive do que arrecada nos rejeitos. "Quando vem um pãozinho embalado e eu vejo que não está estragado, dou para as crianças", diz.
A situação é a mesma para as demais 30 famílias que moram ali e disputam com outros catadores garrafas, latas e papelão, vendidos para reciclagem. Solange da Silva Izidoro, 50, mudou-se para lá há 10 anos. Com sete filhos e grávida do oitavo, arrecada cerca de R$ 50 por semana, renda completada com o salário de motorista do marido. "A gente se mudou para cá porque não tinha como pagar aluguel. Aqui a gente também não paga água nem luz", explica.

Solange não se lembra em quem votou nas últimas eleições para presidente. Questionada se foi ou não no presidente Lula, diz: "Acho que talvez tenha sido nesse aí. Mas até agora acho que não mudou muita coisa, não é?".
O contato direto com o lixo e bichos como porcos e urubus, além das moscas, reflete-se na pele das crianças e das mães, cobertas por micoses e feridas. "Isso é normal, não é nada demais, não. O importante é que as crianças têm saúde", diz Solange, uma das moradoras que consegue manter os filhos na escola.

A costureira Mônica Valéria Barata, 38, é uma das voluntárias que se mobilizam anualmente para juntar as cestas na ONG Ação da Cidadania e levá-las para os moradores do lixão. "O problema é que nunca é suficiente. Eu dou prioridade aos que moram aqui. Quando acaba, as pessoas choram, mostram os filhos com fome. A gente se sente um nada", lamenta. Amanhã ela e a tia distribuirão insuficientes 160 cestas no lixão. Ao contrário do que se poderia esperar, a notícia da entrega não gera reações entusiasmadas. "Natal não é nada demais. O importante é que minha família vai ter o que comer", diz Marinete Ferreira, 60.

- JAIME GONÇALVES FILHO
Copiado do jornal Q on line

22 de dezembro de 2005

Utilidade pública e necessária...

Ressaca: Guia de sobrevivência

Vinte e três coisas que você precisa saber para não terminar a noitada com gosto de guarda-chuva na boca.

1 - O que acontece com o corpo?
Conhece a história do "bateu, levou"? Ressaca é isso. Uma resposta do organismo a uma agressão que sofreu. Funciona assim: o corpo gasta glicose para metabolizar o álcool. Glicose é açúcar, açúcar é energia.Resultado: a gente fica fraco e sonolento. O excesso de álcool também inflama o aparelho digestivo, faz a cabeça doer, provoca náuseas, vômitos e aumenta a sensibilidade à luz. Enfim, ressaca só não dá pereba.
2 - Por que a dor de cabeça é insuportável?
O álcool desidrata o corpo, do dedão do pé ao cérebro. Da seguinte maneira: o etanol inibe a produção do hormônio antidiurético, e sem ele a gente faz muito mais xixi. Engoliu cuspe, pronto: é hora de ir ao banheiro. Portanto, a cabeça dói porque os neurônios sentem sede, literalmente.
3 - Isso mata ou só é chato pra burro?
A menos que você queira se jogar do 76º andar, ressaca não mata.Todos os sintomas desaparecem em 24 horas. Mas alto lá: se você ficar de ressaca todo dia, também pode acabar com gastrite, pancreatite, cirrose... Aí, sim, não vai durar muito.
4 - Por que a ressaca só aparece no dia seguinte?
Porque é durante o sono que o corpo do bebum trabalha para absorver todo aquele álcool que ele botou para dentro. De manhã, com o serviço feito, é hora de disparar os sintomas desagradáveis.
5 - Por que meu pai bebe até cair e não fica de ressaca, e eu fico imprestável com meros dez chopinhos?
A história de que coroas não ficam de ressaca é lenda. "A idade é um fator que diminui a capacidade de digerir o álcool", explica o gastroenterologista Jaime Eisig, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Mas algumas pessoas produzem pouca quantidade de aldeído desidrogenase, a enzima que metaboliza o álcool. As mulheres ficam "altas" mais rápido por causa disso."Elas não produzem a tal enzima", diz o doutor Eisig.
6 - Qual a diferença entre ressaca e coma alcoólico?
A quantidade de etanol que o camarada bebeu. Até determinado ponto, ele vai sentir dor de cabeça, vomitar, se arrepender e depois fica tudo bem. Além desse ponto, a taxa de açúcar no sangue cai drasticamente; o coração pode parar de bater devido à inibição que o álcool produz nos centro camarada perde a consciência.Resumindo, é encrenca da grossa.

Antes da farra - A preparação

7 - Beber de barriga vazia é pior?
Muito pior. Ter comida na pança significa que o etanol não estará sozinho na corrida da digestão. O organismo vai dividir as energias entre as duas tarefas, e isso tornará mais lenta a entrada do álcool na corrente sangüínea.
8 - Mas comer o que? Chuchu, rabada, macarrão?
De preferência, alimentos ricos em sal e gordura. Castanha, amendoim, queijo e, para extrapolar, salaminho. "O sal e a gordura estimulam a secreção de substâncias estomacais que protegem o estômago do álcool", avisa a nutricionista Cynthia Antonaccio.
9 - Tomar uma colher de azeite antes de enfiar o pé na jaca ajuda?
Azeite também é gordura, portanto ajuda. Então pegue a sua colher de azeite, despeje-a num prato, adicione sal e mergulhe pedaços de pão na mistura. Isso mesmo, igualzinho ao que você faz com o couvert do restaurante.
10 - A propaganda diz para tomar um Engov antes e outro depois. Não pode ser dois depois?
Até pode. Um ou dois antes é que não adianta nada. Ainda não inventaram remédio que previne contra a ressaca. Tudo o que existe apenas dribla os sintomas. O Engov tem hidróxido de alumínio, que alivia os sangüíneos dilatados pelo álcool e, assim, diminui o mal-estar.
11 - Uísque paraguaio dá mais ressaca do que o escocês?
Não há estudos sérios comprovando isso. Mas sabe-se que os falsificadores usam substâncias no mucho confiáveis na elaboração de seu legítimo scotch. Coisas como cobre, iodo... Se o etanol já faz todo o estrago que a gente sabe, imagina essas tranqueiras todas...
12 - Me disseram que a ressaca de vinho é a pior de todas. Confere?
Não. As bebidas com teor alcoólico mais alto - destilados (uísque, vodca, pinga) - é que provocam maior estrago. Elas são absorvidas mais rapidamente pelo corpo. Por dedução lógica, os fermentados (vinho, cerveja) fazem menos mal, certo? Cuidado: tudo gira em torno da quantidade.

Durante o porre - Controlando os riscos

13 - Cheguei ao skindô-skindô. Posso misturar bebidas?
Não há fundamento científico na história de que a ressaca é pior para quem mistura destilados e fermentados. "O que acontece é que o cara que mistura bebe mais. Ele começa na cerveja, passa pela caipirinha, parte pro uísque e arremata com um licor. Não tem estômago que agüente", conta o psiquiatra Arthur Guerra, diretor do Grupo de Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da USP.
14 - Então, o que eu faço para acordar legal amanhã?
O truque é simples e eficiente: intercale um copo d'água entre dois de birita. A água é o verdadeiro santo remédio anti-ressaca. Ela re-hidrata, dilui o álcool e facilita o trabalho dos rins e do fígado. Sem dizer que também empanturra. Numa pança cheia d'água cabe menos pinga. Trocar a água por suco ou refrigerante também pode. Essas bebidas são ricas em carboidratos, que viram energia e ajudam a metabolizar o álcool.
15 - O dia seguinte ainda nem chegou e já estou passando mal. Vomitar pode ser uma boa?
É relativo. Na verdade, quando o bebum vomita, há pouco álcool no estômago para pôr para fora. A maior parte já foi absorvida. O que tem é muita secreção gástrica, que é ácida pra chuchu e dá o maior enjôo. Então, alguns se sentem melhor depois de despejar esses ácidos enfiando a cabeça no vaso sanitário. Outros, nem tanto.
16 - O camarada que fuma enquanto enche o caneco vai ter uma ressaca mais branda?
Pelo contrário, álcool e fumo formam uma dobradinha mais perigosa do que Caniggia e Maradona na Copa de 90. Quanto mais nicotina, menos oxigênio no sangue e mais rápido se dá o processo de intoxicação.
17 - Se eu tomar canja de galinha antes de ir dormir, os riscos de ter ressaca diminuem?
Teoricamente até podem diminuir, porque a canja ajuda na re-hidratação. Mas isso está mais para curandeirismo popular. Se você acredita, vá em frente. Mas, como escreveu Luis Fernando Veríssimo sobre ressaca, não vá enfiar a cara no prato de canja e morrer afogado. Não é para fazer inalação. É para tomar mesmo.
18 - Danou-se. Acordei de ressaca. Por que o gosto de cabo de guarda-chuva na boca?
Por causa da desidratação. A boca fica seca e o paladar capta o sabor ácido das substâncias que o estômago despeja para processar o álcool.
19 - O que é melhor comer nessa hora?
Alimentos de fácil digestão para não estressar ainda mais o organismo, já detonado pelo esforço de processar o álcool. Os campeões: frutas, para re-hidratar e repor as vitaminas, e pão, batata e massas, para obter glicose rapidamente e fornecer energia ao corpo.
20 - Tomei todas na Terça-Feira Gorda e tenho uma reunião importante na Quarta de Cinzas. Como disfarçar a minha cara de zumbi?
Só com maquiagem, xará. Ou então finja que está assoando o nariz de 30 em 30 segundos para pensarem que você está gripado.Se a sua consciência deixar, diga algo como: "Puxa vida, foi chato passar o Carnaval inteiro sem poder tomar uma cervejinha sequer por causa dessa gripe...”.
21 - Correr para a academia e malhar feito um louco ajuda?
Falou, Superman... O pobre-diabo do mangüaceiro não tem forças nem para ir ao banheiro, quem dera para correr na esteira. E, para fazer exercício, o corpo precisa de glicose - a mesma que está sendo usada na recuperação pós-pé na jaca. Vai querer dividir?
22 - Já sei, vou continuar bebendo...
Esse é o truque do alcoólatra. Ele "rebate" a ressaca com outro porre. Funcionar funciona, porque se popô de bêbado não tem dono, até parece que ele vai perceber que está de ressaca. Se essa é a sua saída, procure os Alcoólicos Anônimos.
23 - O que eu faço pro meu quarto parar de rodar?
Repouso. Mantenha a luz apagada, cortinas fechadas e fique deitado. A ressaca aumenta a sensibilidade à luz. Aproveite o momento introspectivo para fazer a mais clássica das promessas: "Nunca mais vou botar uma gota de álcool na boca". Ressaca tem que terminar com uma baboseira dessas...
Colaboraram:
Dr. Arthur Guerra
Dra. Cynthia Antonaccio
Edgard Carvalho
Gilvan Gouvêa
Dr. Jaime Eisig
Extraído so sítio agito Brasil

Li, gostei e copiei...

"E o Zico, hem? Pede que a torcida do Flamengo torça para o Japão na Copa, nega seu voto a Ronaldinho Gaúcho para o melhor do mundo e vira amigo íntimo de Maradona. Parece que gosta mesmo de perder um pênalti de vez em quando."
Blog do Marona, clicando poderão ler um comentário ótimo sobre o Maradona.

19 de dezembro de 2005

Quem não comeu no domingo pela manhã na Praça, ainda não pode morrer...

Copiei do blog Viva a Poesia, do amigão Silvio Persivo.
Não posso deixar ele falar bem do Pará, sozinho. Compartilhamos do mesmo amor pela Belém morena, cheirosa e saborosa.
Li Rayol deve estar orgulhosa com a homenagem. Parabéns!

PROVA REAL
Para Li Rayol

Fazem, hoje em dia,

propaganda de todas as maravilhas:

É remédio que tudo cura,

Bebida que rejuvenesce,

Caldo que sacode velho,

Reza que corte sutura,

Arranjar homem com prece

E até biscoito pra ganhar na loteria.

Engana-se todo mundo com tudo

Todo dia.

Agora, maravilha das maravilhas,

Única prova de que, de fato,

Deus é brasileiro

Só mesmo a tapioquinha do Mosqueiro!

Descaramento!

E a família Palocci, também...

18 de dezembro de 2005

Carlos Lacerda

Era um homem que despertava fascínio entre os amigos e ódio mortal entre os inimigos. Com tiradas irônicas, fulminava os adversários com os artigos que escrevia à noite, em casa, depois de circular pela boemia carioca. Os textos de Carlos Lacerda eram incendiários a ponto de, no dia seguinte, chegarem à Tribuna da Imprensa acompanhados de um bilhete: "Ao DBS, para pentear." DBS era o secretário de redação e amigo Aluísio Alves - Departamento de Bom Senso. Quando Alves não tinha tempo para arrumar o estrago, a alternativa consistia em encomendar outro artigo para um jovem deputado udenista da época, José Sarney. "Eu escrevia defendendo os mesmos pontos de vista do Lacerda. Vez ou outra saía assinado com o nome dele, mas nem de longe era tão contundente. Ele foi o último dos grandes jornalistas panfletários, dono de um poder verbal extraordinário", disse o ex-presidente Sarney a ISTOÉ.
O histórico familiar já denunciava o destino de Lacerda. O avô foi juiz da Suprema Corte e ministro de Prudente de Moraes. O pai, parlamentar esquerdista, batizou a criança (nascida a 30 de abril de 1914, no Rio de Janeiro) de Carlos Frederico, em homenagem a Karl Marx e Friedrich Engels. Aos nove anos, prometeu à mãe: "Jamais me envolverei em política, vou ser agrônomo." Como o talento não se manifestava, dividia o tempo entre o futebol e a folha humorística que organizara com os colegas de escola. Dos gramados ele se aposentou quando o escalaram no gol. Míope, tomou sete tentos numa só partida. Nas letras, porém, revelou-se um fenômeno. Em 1931, entrou no Diário de Notícias, encarregado de coletar material para a coluna de educação assinada por Cecília Meireles.
Pêndulo ideológico
A afinidade com os comunistas o colocou na mira da polícia. Deprimido com a vida de fugitivo, tentou suicidar-se, aos 20 anos, cortando o pulso. Encontraram-no desmaiado, no quarto, a tempo de receber socorro. Só rompeu com os ideais revolucionários em 1939. Publicou uma matéria sobre a história do comunismo no Brasil, mas a reportagem, provavelmente maquiada pelo editor, não poupava críticas. Os camaradas não desculparam Lacerda. Traumatizado, ele mudou radicalmente. Tornou-se católico praticante e aproximou-se dos liberais de direita. Depois de passar por várias publicações cariocas e desafiar a censura do Estado Novo, fundou seu próprio jornal, em 1949. "Nos dias em que ele não escrevia na Tribuna da Imprensa, as vendas caíam 50%", lembra o sobrinho e colega de redação Cláudio Lacerda Paiva.
Agosto de 1954
A retórica vibrante e a atuação conspiratória eram seu forte. A primeira vítima foi Getúlio Vargas. Em 1953, a Tribuna denunciou o empréstimo do Banco do Brasil para a Última Hora, de Samuel Wainer, que comprou a briga e apelidou o adversário de "Corvo" - ia a funerais para tirar uma lasca política. Em compensação, Lacerda mobilizou mentes e corações contra Vargas. O bate-boca terminou no atentado da rua Toneleros (Lacerda levou apenas um tiro no pé, mas o major que o acompanhava morreu) e no trágico 24 de agosto de 1954, quando Getúlio meteu uma bala no peito.
A metralhadora giratória de Lacerda também se voltou contra Jânio Quadros e João Goulart. Participou da tentativa frustrada de golpe contra Juscelino Kubitschek em 1955, depois mudou-se para os Estados Unidos, onde fazia as legendas em português para filmes de caubói. De volta ao Brasil, elegeu-se deputado federal em 1956, pela UDN. E, em 1960, venceu as eleições para o Palácio da Guanabara. Ao tomar posse como governador, surpreendeu-se com sua guarda pessoal: "Você por aqui? O mundo mudou, hein?" Era Cecil Borer, o antigo chefe da polícia que o havia prendido na época de marxista. A resposta do velho policial primou pela astúcia: "Foi o senhor quem mudou, governador. Eu continuo na polícia."
Argumentando que o País mergulhara na corrupção, apoiou o golpe militar de 1964. Achava que a Redentora duraria só alguns meses e sonhava com a candidatura ao Planalto em 1965. Quando viu que não tinha chances, uniu-se a antigos desafetos, como Jango e JK, na Frente Ampla.
Telefonemas misteriosos
Com os direitos políticos cassados pelo AI-5 e sem a Tribuna da Imprensa (vendida em 1960), pensava em escrever um dicionário de botânica. Volta e meia, recebia ameaças. "Cansei de atender telefonemas misteriosos e abrir cartas dizendo que iam me esquartejar", contou a ISTOÉ a filha Cristina. Na tarde do dia 20 de maio de 1977, Lacerda foi internado com uma forte gripe. De madrugada teve um infarto fulminante. Entrava para a história como uma figura que, até hoje, desperta emoções sem meio-termo - é amado ou é odiado.
Você sabia?
Péssimo motorista, nunca sofreu acidentes graves, mas perdeu a conta de quantas vezes deu pequenas amassadas no automóvel. Dirigia tão mal que usou o pretexto de uma úlcera para aposentar a carteira de habilitação e contratar um motorista. "Ele ligava o rádio e começava a cantarolar. O carro morria a cada semáforo vermelho. Era um perigo", conta o sobrinho Cláudio.

Se fosse vivo teria mobilizado o Povo, que falta faz um Brasileiro Orador no Parlamento..


Ave Negra, a caricatura de Lan foi a que melhor retratou a personalidade de Carlos Lacerda, que passou a ser conhecido como o corvo.

17 de dezembro de 2005

Millôr esclarece o meu comentário sobre a invasão de animais.

A Evidência
Millôr Fernandes

Ainda que pasmem os leitores, ainda que não acreditem e passem, doravante, a chamar este escritor de mentiroso e fátuo, a verdade é que, certo dia que não adianta precisar, entraram num restaurante de luxo, que não me interessa dizer qual seja, um ratinho gordo e catita e um enorme tigre de olhar estriado e grandes bigodes ferozes. Entraram e, como sucede nas histórias deste tipo, ninguém se espantou, muito menos o garçon do restaurante. Era apenas mais um par de fregueses. Entrados os dois, ratinho e tigre, escolheram uma mesa e se sentaram. O garçon andou de lá prá cá e de cá prá lá, como fazem todos os garçons durante meia hora, na preliminar de atender fregueses mas, afinal, atendeu-os, já que não lhe restava outra possibilidade, pois, por mais que faça um garçon, acaba mesmo tendo que atender seus fregueses. Chegou pois o garçon e perguntou ao ratinho o que desejava comer. Disse o ratinho, numa segurança de conhecedor - "Primeiro você me traga Roquefort au Blinnis. Depois Couer de Baratta filet roti à la broche pommes dauphine. Em seguida Medaillon Lagartiche Foie Gras de Strasbourg. E, como sobremesa, me traga um Parfait de biscuit Estraguèe avec Cerises Jubilée. Café. Beberei, durante o jantar, um Laffite Porcherrie Rotschild 1934.
— Muito bem - disse o garçon. E, dirigindo-se ao tigre — E o senhor, que vai querer?— Ele não quer nada — disse o ratinho.— Nada? — tornou o garçon — Não tem apetite?— Apetite? Que apetite? — rosnou o ratinho enraivecido — Deixa de ser idiota, seu idiota! Então você acha que se ele estivesse com fome eu ia andar ao lado dele?
MORAL: É NECESSÁRIO MANTER A LÓGICA MESMO NA FANTASIA.

Millôr Fernandes, ou Emmanuel Vão Gôgo, nosso grande humorista, pensador, chargista, tradutor, escritor, teatrólogo, jornalista, pintor, é figura indispensável quando se fala de inteligência nacional.Texto extraído do livro “Fábulas fabulosas”, José Álvaro, Editor — Rio de Janeiro, 1964, pág. 89. Para conhecer mais sobre Millôr Fernandes, clique aqui.

Ilustração: Custódio
José Custódio Rosa Filho, 1967, vem atuando no mercado desde 1988, fazendo tiras, charges, ilustrações, páginas de humor para revistas e criando personagens para entidades e publicações. Lançou em 2000, com sucesso, seu primeiro livro, o "Manual do Sexo Virtual", pela Editora Nova Alexandria - São Paulo. Em seu portal na Internet,"Programa de Índio", vocês encontrarão diversas páginas com muito humor.
Confira!

Aqui no Rio são as capivaras e seus percevejos...

A invasão dos macacos.
Milhares deles aterrorizam povoado na Índia e obrigam famílias a fugir.

Criança foi machucada
Cheryai - Os moradores do povoado de Cheryai, no Estado de Jammu e Caxemira, Índia, costumam fugir do vilarejo com medo dos constantes ataques terroristas, devido ao conflito com o vizinho Paquistão. No entanto, há dois meses, eles passaram a ter uma nova razão para ir embora. Milhares de macacos têm invadido Cheryai e aterrorizado os moradores.
Nesta sexta, os animais invadiram uma escola do povoado e machucaram uma criança. Um menino, que estava no colégio no momento do ataque, teve o rosto ferido por um dos animais.

Habitantes espantam animais com varas
Segundo autoridades locais, pelo menos 65 famílias já deixaram o povoado. Assustados, as cerca de 400 famílias que ainda permanecem em Cheryai tentam se proteger espantando os macacos com varas e pedaços de paus. Há 15 dias, quando a mídia local começou a publicar notícias sobre a invasão dos animais, autoridades proibiram os habitantes de sair de casa sem estar armados com varas para se defender.

Na Etiópia, leões devoraram pessoas
Em outubro, pelo menos 20 pessoas morreram devoradas por leões que invadiram terras próximas à fronteira da Etiópia com o Quênia.
Os animais movimentavam-se pelas terras em plena luz do dia e atacavam as pessoas que faziam trabalhos agrícolas e de pastoreio.
Segundo os habitantes, a ameaça é resultado do desflorestamento, problema que aumenta a cada ano e obriga os leões a buscar novas zonas de caça, longe das habituais.
Fonte: jornal O Dia online

16 de dezembro de 2005

Gastos da União com publicidade superam os investimentos em saúde ou educação

Até o início de dezembro, as despesas totais da União com publicidade superaram em R$ 27 milhões os investimentos em saúde (construção de hospitais e postos de saúde, compra de equipamentos, etc) e em R$ 12 milhões os investimentos em educação (construção de escolas, instalações, etc).

Segundo dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional), até o dia 10 deste mês, R$ 230 milhões haviam sido gastos com publicidade legal, de utilidade pública, mercadológica e institucional, referente aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Desse valor, a maior parte se refere à publicidade de utilidade pública e institucional. Enquanto este ano o Estado aplicou R$ 96 milhões em publicidade de utilidade pública destinada a campanhas educativas essenciais à população como vacinação e prevenção de doenças, destinou quase que o mesmo valor -- R$94 milhões -– à publicidade institucional para promoção de suas próprias ações.

Os números não incluem os gastos com a publicidade de estatais como Correios e Telégrafos e Caixa Econômica Federal, além de sociedades de economia mistas como o Banco do Brasil e a Petrobrás.

Apesar dos valores aplicados este ano em publicidade serem altos, o governo já reduziu em R$ 67 milhões os gastos com campanhas institucionais em relação a 2004. Além disso, se compararmos em valores nominais, os gastos totais com propaganda em 2005 com os do último ano do governo FHC, constataremos uma redução de R$82 milhões nos valores aplicados.

Em entrevista ao jornal "Correio Braziliense" nesta semana, o presidente do conselho deliberativo do Instituto Ethos, Oded Grajew criticou a propaganda institucional do governo, alegando ser ela um dos principais focos de corrupção no país. "O Brasil é o único país do mundo que faz propaganda de governo. Isso é absurdo", argumentou. Grajew condenou também a renovação de um contrato de publicidade da Petrobrás com a empresa do publicitário Duda Mendonça, que confessou ter recebido dinheiro de caixa 2 em pagamento de campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores.


O presidente do Contas Abertas, Augusto Carvalho, considera os gastos com publicidade ainda exorbitantes, sobretudo os que dizem respeito à publicidade institucional, nas quais os governo se auto-elogia. "Essas despesas devem ser suspensas ou até proibidas. Espero que esta seja uma das conclusões da CPI dos Correios", defende.


Mariana Braga e Larissa Gomes
Gráfico: Eduardo Freitas
Do Contas Abertas

Minha mãe, sua benção...

Há um ano minha mãe partiu serena e se depedindo de todos que a amavam, de mãos dadas com Jesus.
Deixou esse mundo um pouco mais triste e eu desamparado. Tem sido difícil viver sem os seus conselhos, sua preocupação com a ética e o respeito ao próximo, sua compreensão e tolerância, sempre com uma palavra que levasse ao entendimento e ao perdão, sem o seu colo nas minhas horas difíceis, sem o seu amor.
A sua dedicação com o Junior a quem muitas vezes a chamou de Mãe.
Agora é manter acesa a sua memória junto aos conviveram com ela, seus ideais e exemplo de uma pessoa que partiu em paz com a vida apesar de todo o sofrimento físico e rezar para que continue a desfrutar da paz alcançada, distribuindo amor como sempre fez na vida.

Recebi de um ANJO, que acaba de nascer e me faz muito feliz, e publico aqui:

"Os ventos que as vezes tiram algo que amamos
São os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado
E sim aprender a amar
O que nos foi dado
Pois tudo aquilo que é realmente nosso
Nunca se vai para sempre."

15 de dezembro de 2005

Nova Capela – o cabrito campeão da madrugada

Bem iluminado e espaçoso, o Nova Capela fica aberto desde o almoço até 5h todos os dias
Com essa onda de revitalização da Lapa é bom lembrar que alguns ícones do bairro nunca saíram de cartaz. É o caso do tradicionalíssimo Nova Capela, onde volta e meia vou para conferir o famoso cabrito com arroz de brócolis, que eles preparam à perfeição. A carne é sequinha, sem gordura e bem saborosa, e o arroz com brócolis é o melhor que já comi até hoje. Da última vez, fui no meio da semana e não tive problema para conseguir uma boa mesa no amplo salão refrigerado, com decoração típica dos anos 50. Azulejos nas paredes, sancas iluminadas, teto com relevos e um balcão vitrine ao fundo, onde ficam expostos as carnes, as frutas e os doces. De entrada, pedi o bolinho de bacalhau, um dos melhores do Rio, enquanto aguardava o cabrito. Minha dica: peça para fazer meia porção de arroz de brócolis e meia porção de batata portuguesa, uma ótima combinação que não está no cardápio. Outras especialidades da casa são o leitão e o javali, feitos à moda, com batatas coradas, presunto, cebola e petit poir. Seu Aires, um dos sócios que trabalha lá desde 1949, me disse que hoje eles servem de tudo, mas começaram como restaurante de comida portuguesa, em 1903. Chamava-se originalmente Capela e ficava no Largo da Lapa. Por conta de uma reurbanização, tiveram que mudar para o novo endereço, onde estão desde 1967. Foi por causa desta mudança que o antigo Capela passou a ser conhecido como Nova Capela.
O imbatível cabrito com arroz de brócolis é servido até o sol raiar
Nova Capela: Rua Men de Sá 96 – Lapa. Tel: 2252-6228. Diariamente das 11h às 5h. Chope Brahma (tulipa) R$ 2,80. Cabrito com arroz e brócolis R$ 46. Bolinho de bacalhau R$ 16 (porção com 6) ou R$ 2,75 (unidade). aceita dinheiro ou cheque.

Coluna Botequim do Padilha, jornal Q online

14 de dezembro de 2005

A imprudência do roubo

"As autoridades do Rio de Janeiro se disseram horrorizadas com a queima do ônibus 350, e repudiaram o justiçamento dos supostos autores, assassinados por um bando rival. Só quem pode julgar é o Estado!, bradaram os homens da lei. No Rio, em Brasília e no resto do território, o discurso ético está tinindo. Na prática, está tudo pronto para a próxima imolação no trânsito e o próximo assalto ao Estado, mas com a verve afiada das autoridades será tudo muito menos doloroso.
O Brasil que se indignou com o mensalão está achando normalíssimo o drible na lei eleitoral. A regra do jogo é que não se podem alterar as normas da eleição menos de um ano antes da realização dela, para evitar pequenos (ou grandes) golpes políticos. Mas a cláusula que limita os direitos dos pequenos partidos, a obrigatoriedade de repetição das alianças federais nos estados, o que pode e o que não pode nos comícios – está tudo, enfim, em aberto a dez meses das eleições. Teve fraude com as camisetas da Coteminas? Proíbe camiseta na campanha. E assim vai caminhando o Brasil, como uma grande obra aberta, rabiscando sobre as coxas as regras do jogo com o jogo começado.
Pensando bem, é muito mais prático um sistema maleável como esse. Não deu tempo de alterar a lei no prazo determinado? Prorrogue-se o prazo. Chega de rigidez e intolerância. No dia da eleição, parte dos eleitores se atrasou na praia e compareceu às urnas depois do prazo? Prorrogue-se a votação até o dia seguinte. É um absurdo cassar um direito cívico de um cidadão apenas por ele ter desejado pegar um pouco mais de sol.
O país enojado pelo mensalão parece não ver o menor problema nessa licença poética sobre a lei eleitoral. Dois meses a menos, dois meses a mais, que diferença faz? O Brasil roubado por Delúbio e Valério assiste a um grande acordo para roubar um pouquinho o prazo eleitoral, roubar um pouquinho a lei, passando por cima dela à luz do dia, e ninguém se impressiona. Desta vez, nem os oportunistas da OAB aproveitaram o mote.
Deve ser por isso que o país está mais ou menos grávido da ética. Provavelmente é por isso que o ex-ministro Luiz Gushiken, o senhor dos fundos de pensão, declara com a maior tranqüilidade, sem qualquer salvaguarda retórica, que Delúbio Soares “cometeu uma imprudência ao mexer com caixa dois”, em entrevista a Helena Chagas. Não, não foi apenas uma incontinência verbal, ao estilo Lula. Gushiken estava fazendo, por incrível que possa parecer, a defesa deliberada da moral do companheiro tesoureiro. “Eticamente, sob o ponto de vista pessoal, Delúbio não tem essa mácula”, declarou o ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação.
Se o esquema milionário de caixa dois montado por Delúbio não maculou a sua pessoa, e se um ex-ministro de Estado pode dizer isso em público com tranqüilidade e desinibição, está explicado por que um empurrãozinho na lei eleitoral não preocupa o país. Afinal, o que não mata, engorda. Para Luiz Gushiken, o crime de caixa dois cometido por Delúbio Soares foi uma distração. Enquanto isso, o Brasil segue discutindo alegremente a verticalização das alianças partidárias para 2006, distraidamente fora do prazo legal, com o concurso das opiniões e palpites de bacharéis e ministros do Supremo. Nem dá para entender por que implicaram tanto com o Severino Cavalcanti.
Esse Brasil meio ético, que vive com a paranóia de que tudo terminará em pizza, está conseguindo a proeza de discutir a moralização das eleições ao mesmo tempo em que as desmoraliza – por atropelar suas regras. Discute-se, fora de hora, entre outras medidas salvadoras, a proibição da distribuição de camisetas e o fim da reeleição. Tudo absolutamente inócuo enquanto as autoridades não aprenderem o mandamento revolucionário: cumprir a lei.
Trata-se de um princípio simples. No mundo dos traficantes de drogas, por exemplo, ele é bem disseminado e obedecido. Roubou moradores, aterrorizou nas “áreas protegidas”, queimou ônibus com gente dentro? Morre. Não é um modelo de civilidade, mas contrastado com autoridades que exercem a ética da garganta para fora, pode deixar uns e outros confusos. E quando a banda civilizada trata a lei conforme o gosto do freguês, crime e imprudência passam a ser, realmente, quase a mesma coisa."

13 de dezembro de 2005

Saudoso "Lua"...

Lua Luiz - Tributo a Luiz Gonzaga
Trio Virgulino
Composição: Enok Virgulino

Quando ele pegava a sanfona
O povo todo caia na gandaia
Fosse no sertão ou na praia
A multidão inteira alegre ficava
Só sei que sua estrela brilhava
Feito noite clara de verão
Salve o povo brasileiro
Salve meu sertão inteiro
Salve Luiz rei do Baião
Lua Luiz fazendo o povo feliz
Lua Luiz agente pede bis
Gonzagão, o pioneiro
Controvérsias à parte, quase todo mundo concorda que sem Luiz Gonzaga, o forró não estaria hoje aí nos bailes de todo o Brasil como a última moda musical.
O Velho Lua nasceu em Exu, sertão pernambucano, em 13 de dezembro de 1912.
Filho do sanfoneiro Januário, que animava os bailes da cidade nos finais de semana, desde pequeno ele tomou familiaridade com o instrumento. E, em todos os lugares aonde ia, Gonzaga procurava experimentar o acordeon ou a zabumba e estava sempre junto aos músicos. Depois de uma briga com a mão, aos 18 anos, ele resolveu ganhar o mundo. Foi para o Ceará, onde entrou para o Exército e virou cabo corneteiro. Dali andou mais um pouco, chegou em São Paulo e, finalmente, fixou-se no Rio de Janeiro, disposto a tentar carreira de músico no rádio. Antes de se inscrever no programa de Ary Barroso, em 1941, com a canção Vira e Mexe, com a qual tiraria o primeiro prêmio e seria contratado pela Rádio Nacional, ele tocou em prostíbulos e bares de pouca categoria.
A música nordestina de Luiz Gonzaga sofreu preconceito no início. O diretor artístico da rádio nacional não o deixava sequer usar o chapéu de couro e a roupa de cangaceiro que fariam parte de seu visual durante toda a carreira no futuro. Porém, mais ou menos como vem acontecendo hoje em São Paulo e em outros centros, o forró foi conquistando o grande público, deixando de ser só uma música para saudoso migrantes nordestinos ou pessoas de4 classe social inferior. E o modo poético como Gonzagão cantava sua vivência dura de sertanejo, as tristezas e — por que não? — as doçuras da vida nordestina tão esquecida pelo resto do Brasil, foi entrando devagarinho no coração de todo o país que, na época, encantava-se mais com os musicais vindos de Hollywood. Mais de sessenta anos depois, com a nova onda do forró, nada mais justo que ver a música do Velho Lua, ser presença obrigatória nas casas noturnas de todo o país. E admirada por tantos adolescentes.

Adélia Prado

Adélia Luzia Prado Freitas (Divinópolis, Minas Gerais, -13 de dezembro de 1935).
Professora por formação, exerceu o magistério durante 24 anos, até que sua carreira de escritora tornou-se sua atividade central. Seus textos retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela sua fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único. Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis. Adélia é também referência constante na obra de Rubem Alves.

Em termos de literatura brasileira, o surgimento de Adélia representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, ainda que maternal, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa; por isso sendo considerada como a que encontrou um equilíbrio entre o feminino e o feminismo, movimento cujos conflitos não aparecem em seus textos.

Silêncio poético
A literatura brasileira, além de ser fortemente marcada pela presença de Adélia Prado, também foi marcada por um período de silêncio poético no qual a escritora emudeceu sua pena. Depois de O Homem da Mão Seca, de 1994, Adélia ficou cinco anos sem publicar, fase posteriormente explicada por ela mesma como um período de desolação. São estados psíquicos que acontecem, trazendo o bloqueio, a aridez, o deserto. Oráculos de Maio, uma coletânea de poemas, e Manuscritos de Felipa, uma prosa curta, marcaram seu retorno, ou a quebra do silêncio. Rubem Alves refere-se a esses silêncios em A festa de Babbete.

Poesia
Bagagem, Imago - 1976
O coração disparado, Nova Fronteira - 1978
Terra de Santa Cruz, Nova Fronteira - 1981
O pelicano, Rio de Janeiro - 1987
A faca no peito, Rocco - 1988
Oráculos de maio, Siciliano - 1999
Prosa
Solte os cachorros, Nova Fronteira - 1979
Cacos para um vitral, Nova Fronteira - 1980
Os componentes da banda, Nova Fronteira - 1984
O homem da mão seca, Siciliano - 1994
Manuscritos de Felipa, Siciliano - 1999
Filandras, Record - 2001
Antologia
Mulheres & Mulheres, Nova Fronteira - 1978
Palavra de Mulher, Fontana - 1979
Contos Mineiros, Ática - 1984
Poesia Reunida, Siciliano - 1991 (Bagagem, O Coração Disparado, Terra de Santa Cruz, O pelicano e A faca no peito).
Antologia da poesia brasileira, Embaixada do Brasil em Pequim - 1994.
Prosa Reunida, Siciliano - 1999
Balé
A Imagem Refletida - Balé do Teatro Castro Alves - Salvador - Bahia - Direção Artística de Antônio Carlos Cardoso. Poema escrito especialmente para a composição homônima de Gil Jardim.
Parcerias
A lapinha de Jesus (em parceria com Lázaro Barreto) - Vozes - 1969
Caminhos de solidariedade (em parceria com Lya Luft, Marcos Mendonça e outros) – Gente - 2001.
Fonte: Wikipédia

11 de dezembro de 2005

Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos

Bloco carnavalesco originário do subúrbio carioca de Ramos, zona da Leopoldina, tendo como padroeiro São Sebastião. Fundado a 20 de janeiro de 1961 por três famílias: Ubirany, Ubiracy e Ubirajara Félix do Nascimento (Bira Presidente); Alomar, Chiquita, Jorginho, Mauro, Walter Tesourinho e Jelsereno de Oliveira (Sereno); Aymoré e Conceição do Espírito Santo. Outras pessoas importantes na fundação e nas apresentações foram: Conceição de Souza Nascimento (mãe de Bira Presidente), que preparava todo o lado espiritual dos componentes do grupo através de preceitos e patuás, e mestre Dinho do Apito, diretor de bateria. O bloco não tem samba-enredo e temas desenvolvidos pelos compositores. Em 1962, o tema do desfile foi "Água na boca", samba de autoria de Agildo Mendes, que se tornou o hino do bloco. Outros temas foram: "Arco e flecha" e "Querem me derrubar ", ambos de autoria de Chiquita; "Coisinha do pai", de Almir Guineto, Luíz Carlos e Jorge Aragão; "Vou festejar", de autoria de Jorge Aragão, Dida e Neoci Dias; "Chinelo novo", de (João Nogueira e Niltinho Tristeza). Mais tarde, vários desses sambas foram gravados com sucesso nas vozes de outros intérpretes da música popular brasileira. Por sua ala de compositores passaram Jorge Aragão, Niltinho Tristeza, João Nogueira, Dida, Neoci Dias, Almir Guineto, João Nogueira, Sereno, Agildo Mendes, Chiquita, Marcílio, Bira Presidente, Wastir e Valdir. Sua fantasia é composta das seguintes cores: preta, branca e detalhes de cor vermelha, tendo como base a defesa e o resgate da cultura do índio brasileiro. Já pertenceram ao bloco: Laudir de Oliveira (percussionista da banda de Sérgio Mendes, um dos donos do grupo americano Chicago); Marina Martini, que em 1965 ganhou o título de Mulata IV Centenário do Rio de Janeiro e, mais tarde, chegou à final do Concurso Miss Guanabara; Glória Maria (repórter da Rede Globo) foi a primeira princesa do bloco. No início da década de 1970 e parte da década de 1980, o Pagode da Tamarineira, realizado nas quartas-feiras na quadra do bloco, reunia diversos compositores e intérpretes, que mais tarde se tornaram artistas reconhecidos na MPB: Jorge Aragão, Almir Guineto, Zeca Pagodinho, Marquinhos Satã, Luiz Carlos da Vila, Arlindo Cruz, Sombrinha, Sombra, Jovelina Pérola Negra, Pedrinho da Flor, Adilson Victor, Carlos Sapato e, na época, ainda crianças levadas pelos pais, Andrezinho do Molejo (filho de mestre André), Dudu Nobre (filho de João e Anita), Waguinho, Anderson do Molejo, que fugia de casa aos sete anos para assistir aos ensaios do bloco. Outra característica do grupo, que freqüentava as rodas de samba da Tamarineira, foi a criação de novos instrumentos, entre eles o "Tantã", por Sereno; o "banjo com braço de cavaquinho", por Almir Guineto e o "repique de mão", por Ubirany. No fim da década de 1970, Beth Carvalho, levada por Alcyr Portela, então presidente do Vasco, passou a freqüentar o Pagode da Tamarineira. Logo se interessou em gravar alguns compositores que freqüentavam às quartas-feiras a roda de samba. A cantora virou madrinha do bloco e do grupo Fundo de Quintal, composto por alguns desses compositores. Em sua primeira formação, o grupo era composto por Jorge Aragão, Almir Guineto, Sereno, Neoci Dias, Bira Presidente, Ubirany e Sombrinha. Conhecido até no Japão, assim como Estados Unidos e em vários países da Europa, é um dos poucos que ainda desfila pelas ruas da comunidade da Leopoldina (Ramos, Olaria, Bonsucesso e adjacências). Suas antigas apresentações chegavam a levar para Praça Onze, Avenida Presidente Vargas e/ou Avenida Rio Branco, no Centro do Rio de Janeiro, mais de 10 mil componentes, entre eles vários turistas, que todo ano integravam as alas. Vários filmes e livros sobre o bloco foram produzidos, documentando as suas atividades. No ano 2001, o tema usado foi "Coisinha do pai", uma das composições mais conhecidas do grupo, fazendo, a partir daí, com que o bloco reaparecesse com força total em desfile na Avenida Rio Branco, centro do Rio de Janeiro.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira


10 de dezembro de 2005

A BOEMIA DA NOVA MAUÁ

Kadu di Calafiori

Aberto há 10 meses, o Trapiche da Gamboa é sucesso absoluto nas noites da Sacadura Cabral

A histórica noite da zona portuária revive tempos de glória com muita música em um clima arejado pela brisa da baía

Marinheiros gregos e filipinos continuam a procurar mulheres na Scandinavia e no Bar Cadeirinhas. Mas, de uns tempos pra cá, são os navegantes cariocas em busca de boa música e autenticidade cultural que aportam nas noites da Praça Mauá. Somente neste fim de semana, mais de três mil pessoas devem ir à região atraídas por eventos que desfazem a fama de um lugar inóspito freqüentado apenas por marujos bêbados e desregrados.

O maior responsável por esse renascimento é o Escravos da Mauá, bloco fundado há 12 anos por um grupo de colegas do Instituto Nacional de Tecnologia. Limitava-se inicialmente a fazer desfiles na quinta-feira antes do Carnaval. Mas, a partir de 1998, passou a promover, uma vez por mês, rodas de samba em clima de quermesse no Largo de São Francisco da Prainha, charmoso recanto aos pés do Morro da Conceição. Mesmo com o caráter restrito da divulgação (feita por mala-direta apenas para freqüentadores mais assíduos), os encontros crescem a cada ano. Hoje, atraem em média duas mil pessoas de todas as idades, que se deleitam com o bom samba e as comidinhas vendidas na pracinha. "É um clima afetuoso. Acho que este é nosso maior patrimônio", diz Eliane Costa, cavaquinista e uma das fundadoras do bloco.

A poucos metros dali, em pontos opostos da Sacadura Cabral, outras duas casas confirmam a nova fase da noite da região: o Trapiche Gamboa, perto da Barão de Tefé, e o Cabaret Kalesa, já chegando à Praça Mauá. O Trapiche foi inaugurado no fim do ano passado, em um antigo armazém do século 19. Com rodas de samba e choro de terças a sábados, a casa chega a receber 450 pessoas às sextas-feiras, dia em que o som é comandado por Eduardo Galotti. O público, na maioria, tem mais de 30 anos. O editor de imagens Mauro Adamcsyk escolheu o lugar para comemorar seus 40 anos. "Adorei o clima e a música daqui", contou.

Após sete anos fechado, o Cabaret Kalesa foi reaberto em novembro. O nome, reminiscência da antiga Praça Mauá, significa carruagem, em filipino – língua de muitos fregueses do meretrício local. Apesar das referências, a casa hoje em dia nada tem a ver com as boates vizinhas e o destaque da programação acontece nas noites de sábado, quando o DJ Marcelo Janot assume a pista e, lá pelas tantas, uma stripper sobe ao palco. Com 16 anos de estrada, a stripper Carolina fica emocionada com a vibração do público da zona portuária. "Nunca fui tão exaltada na vida", comentou. Um bem dos novos tempos na Praça Mauá. – DIOGO DE HOLLANDA

Inferninhos em baixa

Enquanto novos eventos se firmam e provocam a renovação da Praça Mauá, antigos símbolos da região estão em decadência. Nos últimos 10 anos, das oito boates que funcionavam na praça, apenas duas sobreviveram: a Scandinavia e a Flórida, sendo que a última, para atrair o público brasileiro, decidiu transformar-se em termas – situação em que as meretrizes deixam de ser "mão-de-obra flutuante" e passam a fazer parte do "staff" do estabelecimento. O número de motéis caiu de quatro para um. Ontem à noite, uma superoferta de prostitutas cercava os filipinos que bebiam no Bar Cadeirinhas, ao lado da Polícia Federal. No Scandinavia, apenas os garçons e outros funcionários observavam as moças que dançavam no "queijo".

"Infelizmente, a Praça Mauá morreu", suspirou o dono da Scandinavia, Welinton Fonteneli. Ele atribui o marasmo ao declínio do Porto do Rio, preterido nos últimos anos pelo de Santos e hoje considerado um dos mais caros locais de atracagem do mundo. (D.H.)

O Rio que não dorme

Se uma vez por mês é muito pouco, os freqüentadores dos Escravos da Mauá têm um consolo neste fim de semana. Além do encontro de sexta-feira, a partir das 19h no Largo de São Francisco da Prainha, o bloco tocará amanhã, a partir das 20h, em um local histórico e pouco conhecido dos cariocas: o Morro da Conceição, onde desde ontem ocorre a festa em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. Os interessados podem subir a pé pela Pedra do Sal (no fim da Rua Jogo da Bola) ou pelo adro da Igreja de S. Francisco da Prainha, na Sacadura Cabral. De carro, o acesso é pela Rua Major Daemon.

O Trapiche Gamboa tem nesta sexta roda de samba comandada por Eduardo Galotti. A casa abre às 18h30 e o show começa às 22h30, sem hora para acabar. Amanhã é a vez do grupo Galocantô. A abertura é um pouco mais tarde (às 20h30), mas o show começa no mesmo horário. O Trapiche fica na Rua Sacadura Cabral 155. O telefone é 2516-0868.

No Cabaret Kalesa, as atrações desta sexta são o grupo de samba Batifundo e o DJ Zé Octávio. Amanhã, é a vez do DJ Janot, com striptease feminino e, pela primeira vez, masculino. O Cabaret Kalesa fica na Rua Sacadura Cabral 61. O telefone é 2516-8332.

EU QUERO MOCOTÓ!

Se você é gourmet, deve estar meio de saco cheio com o atual estado da culinária brasileira. Mas como é que você fala uma coisa dessas, sua besta? Nos últimos dez anos aconteceu uma verdadeira revolução rangogastronômica no país: milhares de produtos de qualidade começaram a ser produzidos, publicações e guias especializados surgiram, milhares de cursos foram dados, centenas de restaurantes bons apareceram, milhares de profissionais se formaram. E isso sem falar na invasão dos importados, que, assim com no caso dos automóveis brasileiros, fizeram a qualidade da nossa comida melhorar. Mas chegou a hora de decretar o fim da Era Collor na comida brasileira! Na boa, se hoje você for a um restaurante chique do Rio ou de São Paulo, aposto que vai encontrar no menu vários pratos de risotto, ceviche, maigrets de canard, terrines, confits, veloutés, emulsões de endívias caramelizadas, trufas e o onipresente foie gras. E, com certeza, não vai achar nenhuma rabada com agrião, mocotó, camarão com chuchu, dobradinha, nem mesmo uma singela carne assada! Por falar nisso, os seres humanos se dividem entre os que preferem carne assada com recheio de cenoura e os que a preferem com recheio de lingüiça. Mas isso é tema de um outro artigo.Nesse ponto, nossa Gula - a Playboy dos glutões (assim como a Playboy, Gula também é cheia de coisas que a gente nunca vai comer na vida) - vem a cada número tentando fazer ver a nossos comilões as delícias e qualidades de nossa cozinha, aquela da Dona Benta, exatamente, a nossa boa e velha comidinha brasileira velha de guerra que nunca deixou de ser a preferida do povão. Mas não tem jeito, nossa vocação para macaco de imitação, nossa eterna inferioridade diante dos gringos é muito forte. Se você está do meu lado, achará que é muito fácil superar essa fase infantil e emergente da nossa gastronomia canarinho. A primeira coisa que um gourmet brasileiro precisa fazer, antes de mais nada, é ser brasileiro. Eu conheço gente que chora ao lembrar de uma andouillette que comeu na França, mas jamais teria coragem de provar uma buchada em Caruaru, embora essas iguarias sejam feitas com as mesmas coisas: intestinos de animais. Ninguém está falando em represália ou qualquer boicote às comidas estrangeiras que vêm de fora para dentro (no bom sentido, é claro) da nossa culinária. Não pensem que eu sou uma espécie de Arriando Suassunga, quer dizer, de Ariano Suassuna alimentar. Não existe culinária ruim, existe culinária mal comida. Prestem atenção em minhas palavras proféticas: nossos chefs nunca atingirão a maioridade gastronômica se não começarem a trabalhar seriamente em cima de nossos clássicos, porque, como diz minha mulher aqui em casa, você é o que você come.
Hubert Aranha é membro do Casseta e Planeta (com trocadilho, por favor).

Assobiar e chupar cana? Provaram que não dá...

10/12/2005 - 12h04m
Organismo não está preparado para executar duas tarefas ao mesmo tempo, diz pesquisa
O Globo
RIO - Estudos do Nasa Ames Research Center, na Califórnia, e do professor de psicologia da Universidade de Oregon, Mei-Ching Lien, mostram que o organismo humano não tem muita habilidade para trocar rapidamente de tarefas ou para fazer duas coisas ao mesmo tempo, como falar ao celular enquanto dirige.

- Mesmo para tarefas aparentemente simples, as limitações das estruturas cognitivas nos impedem de fazer isso eficientemente - diz o professor.

A falta de eficiência seria na exatidão e no tempo de resposta da tarefa proposta.

É do Xapuri... Maria de Nazaré Pereira, ou Nazaré Pereira.

Cantora. Compositora. Atriz.
Filha de pai seringueiro e mãe lavadeira.
Nasceu na cidade de Xapuri, mesma cidade de Chico Mendes, em 10 de dezembro.
Aos sete anos mudou-se com a família para o Estado do Pará, indo residir no bairro de Icoaraci (atual Vila Sorriso) em Belém.
Formou-se em professora primária.
Foi para o Rio de Janeiro e fez Faculdade de Teatro na Uni-Rio.
Em 1969, ao lado de Leila Diniz, atuou em diversas novelas. Por essa mesma época, ganhou um prêmio no programa "A grande chance", de Flávio Cavalcanti, na TV Tupi. O prêmio foi uma passagem para Portugal. De Lisboa, viajou para Nancy, na França. Nesta cidade, estudou teatro com Jack Lang, mais tarde ministro da Cultura do governo Mitterrand. Fez graduação no Centre Universitaire Internacional de Formation et des Recherches Dramatiques de Nancy.
No ano de 1971, em Paris, sob a direção de Bob Wilson, integrou o elenco da peça "Les Regard du Sourd", encenada no Teatre de La Musique. No ano seguinte, representou o Brasil no Festival de Teatro de Quito (Equador). Dois anos depois, participou do "Festival de Teatro de Nancy". Por essa época, começou a cantar em casas noturnas de Paris.
Trabalhou também como dançarina, integrando os grupos Les Étoiles e Os Maracatus. Atuou também ao lado de Tânia Maria, Teca Calazans e Ricardo Villas.
Sua primeira música composta foi " Xapuri do Amazonas" em 1978.
Em 1978, gravou "Nazaré", primeiro disco lançado pela gravadora Cezame/RCA, na França. Sua interpretação para "O cheiro de Carolina", de Luiz Gonzaga, e "A roxo" obteve o primeiro lugar nas paradas de sucesso da Bélgica e Suíça. No LP também interpretou "Só quero um xodó" (Dominguinhos e Anastácia), "Pisa na fulô" (João do Vale, E. Pires e Silveira Júnior) e suas adaptações "Bambo de bambu", "Yara" (c/ J. A Kzam) e "Boi do Amazonas". No ano seguinte, o disco foi lançado no Brasil pela gravadora Top Tape. Por essa época, juntamente com Chico Buarque e Jorge Amado, foi condecorada por Jack Lang com a "Medalha Chevalier des Arts et des Lettres", pelos serviços prestados à cultura brasileira na França. Nos anos seguintes, lançou vários LPs e compactos, sempre tendo uma boa média de vendagem, tanto na França quanto em países vizinhos.
Entre seus discos mais conhecidos está a compilação feita por David Byrne para a gravadora EMI, "Beleza tropical", no qual interpretou "Maculelê" e "Caixa de sol", participando deste mesmo disco Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Gravou 17 discos, cinco dos quais para o público infantil.
Escreveu com Michel Mayne (compositor de 'Emmanuele') letras para trilhas sonoras de filmes franceses.
Em Paris manteve um programa de música brasileira em uma emissora FM.
No LP "Amazônia", gravado e lançado na França pela Cézame, incluiu um dos maiores sucessos de sua carreira, "Xapuri do Amazonas"(de sua autoria), além de outras composições, como "Riacho do navio" (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), "Sodade, meu bem sodade" (Zé do Norte e A. do Nascimento), "Baião de Paris" e "Forró no escuro", ambas de Luiz Gonzaga, "O que vier eu traço" (Alvaiade e Zé Maria) e "Boi bumbá", de autoria de Waldemar Henrique.
Também lançou outro disco de grande sucesso, "Nazaré Pereira", pela RCA, no qual interpretou "Bahia" (Antônio Carlos e Jocafi), "Assum preto" e "Baião", ambas de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, "Saudade da Bahia" (Dorival Caymmi) e, de sua autoria, "Carimbó do dó" e ainda "Cirandando" e "Cristina", ambas em parceria com Coaty de Oliveira.
Participou de vários festivais, como o de Montreal e Quebec, no Canadá, Montreux na Suíça e o "Festival de Nice", na França.
Apresentou-se em teatros parisienses importantes, como Olympia e Bobino.
Fez turnê pela Europa, Oriente Médio e África.
No ano de 1997, foi tema e enredo de uma escola de samba de Belém. Logo depois, foi coroada rainha no "Baile dos Artistas". No ano seguinte, voltou para o Brasil. Gravou pela PolyGram o CD "Brasileira, tout simplesment", cujo repertório incluiu "Tambor de coro" (Ronaldo Silva), "Sabor açaí" (Nílson Chaves), "Nasci para bailar" (Paulo André Barata e João Donato) e composições suas, como "Grito mudo" (c/ Pedrinho Cavalero), "Samara linda" (c/ Kzam Gama), "Folha ao vento" (c/ Kzam Gama) e "Brasileira, tout simplesment". Por essa época, fez lançamento do disco no Jazzmania, no Rio de Janeiro, em Macapá e em Belém do Pará, na casa de shows Olê, Olá.
No ano 2000 lançou o CD "Brasil forró" gravador em Fortaleza e editado na Franca pela gravadora Sunset-France.
Em 2003 lançou "Brasil Capoeira", também pela gravadora Sunset- France. Por essa época, a gravadora americana Putumayo incluiu várias interpretações suas em coletênas lançadas somente para o mercado norte-americano.
No ano de 2004 finalizou na cidade de Belém o CD "Xapury, Belém Paris" com músicas de compositores paraenses e de sua autoria.


9 de dezembro de 2005

Gostei, muita criatividade...

Recebi com satisfação o livro O candiru do Madeira, dois anos e 1/2 tapando buracos (sem mala e mensalão) criação do Sued Pinheiro e Silvio Persivo, uma coletânea de publicações no jornal "Alto Madeira" de Rondônia, um dos mais antigos do Brasil.

Ao abrir o pacote e ver o livro, fiquei surpreso com um buraco no livro, na parte direita baixa, vazando todo o livro. Custou um tempinho para cair a ficha e aí é o motivo do meu comentário. A criatividade da dupla. Vocês sabem o que é um candiru?

Candiru: peixe da região amazônica: Ordem Siluriformes ; Família Trichomycteridae e Gênero Plectrochilus (veja aqui)

Como são peixes que vivem cercados por dúvidas e mitos, histórias de ataques a mamíferos causam preocupações, principalmente quando a vítima é um ser humano. A periculosidade do Candiru justifica-se pelo fato de penetrarem na uretra de homens e mulheres. Podem entrar no corpo através de outros orifícios, como ânus, vagina, ouvido, boca e nariz, mas todas as vezes que se teve notícia de que Candirus penetraram pessoas, a via de entrada sempre foi a uretra. “Isto se justifica porque se sentem atraídos pela urina, ocorrendo o mesmo quando atacam os demais peixes”, explica Pinna.
Ao urinar na água, a pessoa está dando sinal verde para que o Candiru ataque, pois se sente atraído pela uréia ou amônia. Segundo o especialista, se houver alguma tentativa para retirá-lo da uretra, o Candiru abre os dois dentes (semelhantes a espinhos) que ficam lateralmente nos opérculos, embaixo da cabeça, rasgando o tecido. A única maneira de tirá-lo é através de intervenção cirúrgica. Não é recomendado puxar o peixe. O ideal é tentar impedir que ele penetre mais no corpo e a solução é cortá-lo ou segurá-lo. Uma vez fora da água, o Candiru acaba morrendo.

O buraco no livro foi um dos lances mais criativos que já vi. Forte abraço nos dois, vou ler etilicamente à vontade e curtindo as histórias da terra onde fiz amigos e que tenho muitas saudades.

"O Ministério da Cultura adverte: Ler causa espasmos de inteligência, permanecendo os sintomas continue lendo."

Silvio Persivo e Candiru do Madeira

Xampu do Acre faz sucesso entre carecas do mundo, que exigem mais produção

O ex-seringueiro Carlos Pinto, 51 anos, pai de quatro filhos e que mora em sua colônia às margens do igarapé Esperança, em Tarauacá, continua chamando a atenção de carecas de todo o mundo por haver criado uma combinação de nove ervas que faz nascer cabelos em suas calvas.
Na fábrica construída às pressas na Vila Corcovado ele comanda uma equipe de nove pessoas que trabalham diariamente para produzir cinco mil frascos de 250 miligramas do Xampu Esperança. "Nunca esperei descobrir uma coisa dessas, é um sonho, quanto a gente produz é o quanto vende e nem dá para atender todos os pedidos, por isso mesmo, a partir de janeiro vamos dobrar nossa produção para dez mil frascos de xampu, por mês".
Mais do que comerciante, Carlos Pinto que um dia já foi careca e começou a recuperar sua cabeleira, que ainda nem está completa, afirma: "As vendas vão muito bem, com dois dias da flora compraram tudo, tive de pedir uns frascos emprestados para não ficar sem nada. Mas minha satisfação mesmo é quando as pessoas chegam contando que a caspa sumiu, que os cabelos deixaram de cair e outros animados com os cabelos que estão nascendo. Gosto de saber que estou deixando as pessoas mais felizes".
Ele recorda que para cada pessoa o xampu parece funcionar de modo diferente. "No meu caso, o pessoal começou a notar a diferença quando já fazia uns seis meses que eu estava usando. Sempre passo xampu na cabeça e espero uns dez minutos antes de tomar banho para tirar o excesso".
Carlos Pinto terceirizou a venda dos frascos e decidiu que vai cuidar da produção, até porque não contou a fórmula do xampu nem mesmo para a esposa.
O sucesso do produto atraiu a atenção de vários empresários de todo o Brasil, a maioria deles querendo comprar a formulo e, em alguns casos propondo sociedade para montar a fábrica de xampu. "Muitos ligaram com conversa mole, mas cinco deles foram até Tarauacá a fim de comprar a fórmula do xampu. Eu respondi pra eles que quem vende fórmula morre de fome. Vou trabalhando do meu jeitinho porque sei que chego lá".
É o primeiro produto acreano a ser vendidos para todo o Brasil, Japão, Portugal, Estados Unidos e até para Israel. "A partir de janeiro estaremos produzindo dez mil fracos por mês, preciso juntar os R$ 325 mil necessários para montar a minha fábrica. Quando ela estiver pronta vamos dar 12 empregos. O governador Jorge Viana e o senador Siba prometeram me ajudar, mas enquanto a ajuda não chega eu vou trabalhando como sempre fiz na vida".

Um pouco de Clarice...

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."



1920- Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família em direção à América.

1922- Seu pai consegue, em Bucareste, um passaporte para toda a família no consulado da Rússia. Era fevereiro quando foram para a Alemanha e, no porto de Hamburgo, embarcam no navio "Cuyaba" com destino ao Brasil. Chegam a Maceió em março desse ano, sendo recebidos por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin, que viabilizara a entrada da biografada e de sua família no Brasil mediante uma "carta de chamada". Por iniciativa de seu pai, à exceção de Tania — irmã, todos mudam de nome: o pai passa a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia — irmã, Elisa; e Haia, em Clarice. Pedro passa a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.

1925- A família muda-se para Recife, Pernambuco, onde Pedro pretende construir uma nova vida. A doença de sua mãe, Marieta, que ficou paralítica, faz com sua irmã Elisa se dedique a cuidar de todos e da casa.

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1966- Na madrugada de 14 de setembro a escritora dorme com um cigarro aceso , provocando um incêndio. Seu quarto ficou totalmente destruído. Com inúmeras queimaduras pelo corpo, passou três dias sob o risco de morte — e dois meses hospitalizada. Quase tem sua mão direita — a mais afetada — amputada pelos médicos. O acidente mudaria em definitivo a vida de Clarice.

1967- As inúmeras e profundas cicatrizes fazem com que a escritora caia em depressão, apesar de todo o apoio recebido de seus amigos. Não foi só um ano de acontecimentos ruins. Começa a publicar em agosto — a convite de Dines — crônicas no "Jornal do Brasil", trabalho que mantém por seis anos. Lança o livro infantil O mistério do coelho pensante, pela José Álvaro Editor. Em dezembro, passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro.

.....

1977- A revista "Fatos e Fotos Gente" publica, em janeiro, entrevista feita pela escritora com Mário Soares, primeiro-ministro de Portugal. O jornal "Última Hora" passa a publicar, a partir de fevereiro, semanalmente, as suas crônicas. Ainda nesse mês, é entrevistada pelo jornalista Júlio Lerner para o programa "Panorama Especial", TV Cultura de São Paulo, com o compromisso de só ser transmitida após a sua morte. Escreve um livro para crianças, que seria publicado em 1978, sob o título Quase de verdade. Escreve, ainda, doze histórias infantis para o calendário de 1978 da fábrica de brinquedos "Estrela", intitulado Como nasceram as estrelas. Vai à França e retorna inesperadamente. Publica A hora da estrela, pela José Olympio, com introdução — "O grito do silêncio" — de Eduardo Portella. Esse livro seria adaptado para o cinema, em 1985, por Suzana Amaral. A editora Ática lança nova edição de A legião estrangeira, com prefácio de Affonso Romano de Sant'Anna. Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário vitimada por uma súbita obstrução intestinal, de origem desconhecida que, depois, veio-se a saber, ter sido motivada por um adenocarcinoma de ovário irreversível. O enterro aconteceu no Cemitério Comunal Israelita, no bairro do Caju, no dia 11. Vai ao ar, pela TV Cultura, no dia 28/12, a entrevista gravada em fevereiro desse ano.

Dados obtidos em livros da autora, sites da Internet, nos Cadernos de Literatura Brasileira - Instituto Moreira Salles, no "Inventário das Sombras" de José Castello e fornecidos por João Pires, amigo do Releituras.

Uma homenagem, resumida, que pode ser lida na íntegra clicando no título.

8 de dezembro de 2005

Se morrer vai em cana? Então a cadeia será o cemitério....

08/12/2005 - 18h10m
Biritiba-Mirim proíbe moradores de morrer
SP TV
SÃO PAULO - A cidade de Biritiba-Mirim, a 80 km da capital, quer proibir seus moradores de morrer. O projeto de lei foi feito pelo Executivo e encaminhado para votação na Câmara Municipal. O projeto proíbe as pessoas de morrer e estabelece que elas deverão cuidar da saúde para não falecer. A medida foi uma forma encontrada pelo prefeito para chamar atenção a um problema: o município, de 28 mil habitantes, não tem mais onde enterrar quem morre, pois o cemitério local está lotado.
A prefeitura tem projeto para fazer um novo cemitério, mas não consegue iniciar as obras porque 98% da área da cidade está em área de proteção ambiental e o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) proíbe a construção de cemitérios.
- Como é que eles fazem uma lei sem vir no local, sem ver as necessidades da cidade e propor tempo de adequação? - reclama o prefeito Roberto Pereira da Silva.
- Não tem emprego, não tem saúde. Nem morrer pode, é ridículo - diz o desempregado Amarildo do Prado.
O Conama informou que analisa medidas emergenciais para resolver o problema da cidade. O projeto que proíbe as pessoas de morrer será votado pela Câmara Municipal da cidade na semana que vem. Nele, consta que 'os infratores deverão responder por seus atos'. Mas não diz como.

7 de dezembro de 2005

Um grande evento que compartilho com todos...

Há quase 20 anos tive a alegria de compartilhar em Porto Velho do lançamento de um maravilhoso livro do Silvio, um grande contador de histórias, entre tantos outros que ele escreveu.
Lembro muito bem da divertida noite, muita gente, amigos, todos em uma confraternização que faz parte da história que gosto de contar da minha vida.
Estou escrevendo e lembrando da gargalhada gostosa, da sua verve, lingua ferina e inteligente, certamente o melhor papo. E olha que o homem é Economista, Professor, Cientista Político e Social, Jornalista e Escritor.

Mas acima de tudo, um grande e verdadeiro BOÊMIO.
Um forte abraço, meu amigo, tenha a certeza de que estarei comemorando no horário e me contagiando com a alegria que estará no ar, com sua inesquecível gargalhada.
Agora, uma prosinha de leve para que outros conheçam o amor desse Cearense por Rondônia.



SOBRE PORTO VELHO
© by Silvio Persivo
"Quem não conhece Porto Velho, ao chegar, sente um choque.
É uma cidade grande, ao mesmo tempo, que ainda parece em construção com seu ar de inacabada e, em certos pontos, a feiura de casas que não se explicam dada a improvisação. Não há meio termo quando se vive na cidade: ou se ama ou se odeia. Porto Velho, como filha da mistura das raças e costumes, cosmopolita por natureza abandonou de vez os preconceitos. É um lugar onde tudo se torna velho rapidamente; onde a novidade dura uma semana. As pessoas muito organizadas fogem ou ficam loucas - única forma de se integrar à descontração dos costumes locais.
De certa forma é preciso se ter um pouco de loucura para se amar a babel que forma a beleza da cidade. Mas há amor sem uma pitada de loucura? E amar Porto Velho tem seus prazeres: o pôr de sol no rio Madeira, o prazer de comer um tambaqui, um dourado, um tucunaré, peixes sem igual, uma música que sempre surge nos lugares mais inesperados, os churrascos, os amigos, que vêm e vão, um calor na alma, que se agrega ao calor natural, e torna o amor melhor.
Porto Velho tem como símbolo as Três Marias, três caixas d'agua remanescentes da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Nenhum outro símbolo poderia ser melhor porque demonstra, de forma clara, sua disponibilidade para receber quem, além das aparências, aprende a amar a menina-moça carinhosa que se esconde por detrás da aparente falta de graça."

LANÇAMENTO DE LIVROS
“Uma noite inesquecível no Public Haus

Amanhã é o dia D. No Public Haus, uma das melhores casas da Amazônia e de Porto Velho, acontece um evento inédito que, além de reunir todos os jornalistas do Estado num jantar patrocinado pela Escola do Legislativo e o deputado federal Nilton Capixaba em apoio ao lançamento do livro “O Candiru do Madeira- Dois Anos e ½ Tapando Buracos, haverá, logo em seguida, o lançamento também do novo livro de Silvio Persivo “Não Engula Sapo por Lula” com show realizado por artistas amigos de Sued Pinheiro e Silvio, como a cantora Alcireia, Gilson, Lito e outros convidados.O Candiru- Dois Anos & Meio Tapando BuracosO sucesso da coluna “O Candiru do Madeira” é indiscutível. A história do peixinho, casado com uma loirinha, a Tininha, com um neurônio e meio, que vive sempre com a geladeira pelada como uma musa da Play-Boy e vive pedindo um empreguinho, sem sucesso, a todos os políticos enquanto vive (mal) de bicos e tomando cachaça – em geral a Sapupara, apelidada carinhosamente de Cururu Stop- já se tornou uma das atrações da primeira página do Alto Madeira. No livro, lançado por Sued Pinheiro e Silvio Persivo, que fazem questão de dizer que o peixinho é uma criação coletiva, estão reunidas as crônicas relativas aos anos de 2003, 2004 e 2005, até março, que compreendem mais de quatrocentos e setenta páginas na qual predominam o humor e as excelentes charges de Alex, sem dúvida um dos melhores ilustradores de nossa terra. Sued Pinheiro conta que “Fazer o livro o Candiru é uma realização na medida em que os custos são muito altos e não se espera nem mesmo que dê retorno, mas, a luta é por criar um produto local, mostrar que podemos fazer um livro com qualidade e documentar parte da nossa história recente”. Frisando que sem a ajuda de muitas pessoas, como o deputado Nilton Capixaba, o deputado Carlão, o presidente da Fecomércio, Francisco Linhares, do CDL, Osvino Jurasecz, da Gráfica Primor e outros que não ocorreram na hora também frisou que espera poder fazer uma nova edição no futuro.

Noite Diz Persivo
Depois das dez horas está previsto o lançamento do novo livro de Silvio Persivo “Não Engula Sapo por Lula”. Segundo Persivo trata-se de um livro de ocasião que não seria feito sem o surgimento dos escândalos que cercam o governo Lulla da Silva e tem por objetivo, embora desenvolvido utilizando, na sua maior parte, as palavras e as ações de Lulla, promover o debate sobre a necessidade de modificar as instituições públicas brasileiras em especial para evitar que, no futuro, homens sem o devido preparo voltem a ocupar cargos públicos e utilizar, desabusadamente, a máquina pública para outros fins que não o bem-estar público. O livro de Persivo é muito interessante na medida em que faz um biografia de Lulla, sua luta para chegar á presidência, suas propostas antes de chegar , o itinerário de seu governo até janeiro de 2005, uma cronologia do Mensalão, as frases de Brizola sobre Lulla, o que Lulla disse no passado, antes de ser presidente, e o que disse como presidente e uma série de textos de análise de vários autores sobre o que foi, e continua sendo, o governo atual. Com fotos e fatos, alguns poucos divulgados, o livro é fácil de ler, didático, em algumas passagens divertido. No fundo, no entanto leva a uma profunda reflexão sobre a imediata necessidade da reforma política. Depois do lançamento Silvio & seus amigos irão comemorar o lançamento do livro e, que não teve oportunidade de fazer antes, o seu doutorado em Desenvolvimento Sustentável.”
(Texto publicado na página 3 do Alto Madeira de 07 de Dezembro de 2005).

Absurdo....

07/12/2005 - 11h07m
Da barriga da mãe para o chão do hospital
Simone Miranda - Extra
RIO - Eram pouco mais de 4h da manhã do último domingo quando um bebê veio ao mundo numa queda perigosa: da barriga de sua mãe direto para o chão que dava acesso a uma escada. Seria mais uma história de quem não consegue chegar a uma unidade de saúde, não fosse um porém: a escada em questão, onde a adolescente de 13 anos deu à luz, fica no Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz. A menina não chegou a subir o primeiro degrau dos sete lances que teria que enfrentar até a maternidade, já que nenhum elevador funcionava na unidade - uma situação que vem se arrastando há cinco meses.
- Cheguei aqui já sentindo muita dor. Estava no colo do meu vizinho e minha filha nasceu caindo no chão, sem nenhum médico por perto - disse a jovem, que mora em Pedra de Guaratiba e estava na 31ª semana de gestação.
O bebê, uma menina que nasceu com 1,05 quilo, está em estado grave na UTI. Ele bateu a cabeça ao cair no chão, onde ainda ficou por mais de 15 minutos, tremendo. Segundo o vizinho da jovem, Márcio de Paula, um médico passou pelo recém-nascido no chão e não tomou providências:
- Ele falava ao celular. Fui até o sétimo andar pedir ajuda e, ao voltar, enfermeiros começavam a socorrer o bebê no corrimão da escada.
Apesar de o problema vir se arrastando há, pelo menos, cinco meses, o superintendente estadual de Saúde, Ismar Bahia, admitiu que o governo só começou a procurar por empresas que pudessem substituir as máquinas em setembro.
- A firma que faz a manutenção tentou consertar os elevadores, mas não conseguiu porque são antigos. E não encontrou motores compatíveis.
Segundo Bahia, o diretor do hospital juntou material para justificar ao Tribunal de Contas a necessidade da recuperação emergencial dos elevadores. Se a licitação for autorizada, durará cerca de 30 dias. A partir daí, a firma deve demorar mais dois meses para pôr três máquinas em funcionamento. Há dois anos, o governo está fazendo uma licitação para trocar o quarto elevador.
- Amanhã (quinta-feira) um motor chegará para colocar, provisoriamente, um elevador funcionando - garantiu Bahia.