18 de setembro de 2007

Craque, os clubes do Rio acham pela digital

Heróis do Tricampeonato, Carlos Alberto Torres e Jairzinho topam enfrentar teste genético
Fabrício Costa Fabrício Costa Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro

Fabrício Costa
GLOBOESPORTE.COM




Garotos da base dos clubes do Rio passam pelo temido exame de dermatoglifia

Não que as peneiras estejam com os dias contados. Mas os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro estão inovando na hora de selecionar os garotos das divisões de base. Antes bastava a criança ou o adolescente mostrar qualidades em alguns coletivos. De dois anos para cá, os futuros jogadores passaram a enfrentar o temido exame de dermatoglifia. Isto é, o teste que revela se as impressões digitais são ou não de um atleta de alto rendimento.

Prova disso, é o trabalho que vem sendo realizado pelo coordenador das escolinhas de futebol do Flamengo, Antônio Lima, que não abre mão da genética na colheita de talentos em potencial.

- A demanda de garotos é muito grande. Precisamos ter outros parâmetros, além dos testes de coordenação e resistência, para escolher os melhores jogadores. Não é o fim das peneiras. Mas, hoje, o exame de dermatoglifia é indispensável no intuito de potencializarmos as características dos meninos. E nos possibilita individualizar os treinamentos logo que algum garoto ingressa na escolinha - garante Antônio Lima, que está à frente de 70 escolinhas do Flamengo espalhadas por todo o Brasil.

Agulha no palheiro
Divulgação Divulgação
Candidatos a craque do Fla também têm que passar por testes de coordenação e de resistência

De acordo com o doutor em dermatoglifia da Universidade Castelo Branco, Paulo Dantas, somente 3% da população mundial carregam consigo características de atletas de ponta. E, neste caso, a genética torna a seleção de garotos nas divisões de base mais objetiva. Sendo assim, é possível identidicar, por exemplo, os níveis de coordenação, força e velocidade dos candidatos a craque.

- Quem quiser se destacar no esporte, e aí incluo o futebol, tem que escolher bem seus ancestrais. Principalmente, a mãe, que é quem passa a maioria das características de atleta ao filho - brinca o professor, que há dez anos trabalha com exames de dermatoglifia no país. Mas só de dois anos para cá conseguiu formar um grupo de pesquisadores distribuídos entre Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e Madureira.


Heróis do Tri põem o talento à prova
Fabrício Costa
GLOBOESPORTE.COM

Carlos Alberto Torres aceita passar pelo exame que analisa as impressões digitais

Com o intuito de comprovar a eficiência do estudo das impressões digitais, o GLOBOESPORTE.COM convidou dois ex-jogadores que fizeram história na seleção brasileira para participar do exame de dermatoglifia. O capitão do Tricampeonato, Carlos Alberto Torres, e o Furacão da Copa de 70, Jairzinho, toparam o desafio.

- Aceito passar por este teste porque acredito no poder da genética. A cada dia vão surgir novos estudos. Se eles forem levados a sério, iremos colher um melhor desenvolvimento dos atletas - afirma Torres, o mais novo capitão de uma seleção a erguer um troféu de Copa do Mundo, aos 24 anos.

Fabrício Costa
GLOBOESPORTE.COM

Jairzinho tem as marcas digitais coletadas pelo professor doutor Paulo Dantas


Por outro lado, Jairzinho lembrou que na época em que jogava sequer existia a figura do preparador físico quanto mais a do geneticista.

- A chuteira e a bola eram bem mais pesadas. Nem imaginava que um dia haveria fisiologista no futebol, por exemplo. Agora, temos que jogar junto com a ciência. Desta forma, conseguiremos manter a hegemonia no esporte - declara o único jogador a marcar gols em todas as partidas de uma Copa do Mundo.

Hora do veredicto
Reprodução Reprodução
Resultado do exame de dermatoglifia em Carlos Alberto Torres e Jairzinho

Feito o exame de dermatoglifia, o professor Paulo Dantas constatou que tanto o ex-lateral-direito quanto o ex-atacante da seleção brasileira apresentam alta coordenação neuromotora. Isto é, eles têm um excepcional domínio de bola e tendem a mantê-lo por mais tempo que a maioria dos jogadores, por serem dotados de uma resistência privilegiada.

15 de setembro de 2007

Novaes, no JB Online

Carruagem virou abóbora

Renata Victal

Estava bom demais para ser verdade. Foi o que pensou João Marcelo Vieira, 37 anos, ao participar do quadro Lata velha, no programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo. O sonho de ver seu Opala verde, ano 79, transformado em uma supermáquina durou menos de 24 horas. No dia da gravação, o vendedor não percebeu que não existia mais nada do Opala no modelo reformado. Nem no dia seguinte, quando a produção rebocou novamente o carro para a oficina, alegando que iria acertar a documentação. Meses depois, ele recebeu o carro, e só então percebeu, com o documento na mão, que o registro era uma Caravan 79.

O próprio João Marcelo demorou para entender o que estava acontecendo. O documento esclarecia as dúvidas: a Caravan marrom, que antes pertencia a Rubem de Souza, em Minas Gerais, teria sido comprada por ele próprio por R$ 4.200! O problema é que João, dono de um quiosque na Praia do Recreio, garante que nunca esteve na cidade de Ribeirão das Neves, em Minas, tampouco adquiriu o carro e muito menos assinou o documento de compra e venda. Estava, segundo ele, configurada a fraude. E começou uma odisséia em busca do verdadeiro carro.

“Me deram o documento do carro com minha assinatura falsificada e sumiram com o Opala, que era de um tio que morreu de câncer e me pediu para não vendê-lo nunca”, lembra João Marcelo. O Opala, que tinha o apelido carinhoso de Ogro, estava caindo aos pedaços, só pegava no tranco, mas quebrava galhos. O quiosqueiro nunca tinha pensado em fazer a reforma. A participação no Lata velha foi sugestão de dois clientes, os atores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima. A pedido deles, João Marcelo escreveu uma carta, entregue, em mãos, a Luciano Huck, durante uma festa. Dias depois, a produção do programa procurou pelo comerciante, fez entrevistas e fotos do carro.




Enganam o povão, pessoas humildes que acreditam na TV...
Lastimável!


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9 de setembro de 2007

Relembrando a história...

Jornal do Brasil - Sexta-feira, 10 de setembro de 1976
Para a imensa Nação Chinesa a morte de Mao Tse-tung foi um impacto violento com luto oficial de 10 dias.

A reação imediata foi uma explosão de prantos ao mesmo tempo que milhares de bandeiras vermelhas surgiam nos balcões, nas ruas, nas praças, em todos os lugares. Com os acordes da Internacional, as rádios e alto-falantes instalados em caminhões difundiam a notícia. Pais de família e donas de casa, erguiam em varas de bambu colchas, túnicas e outras peças de tecido que, de comum, só tinham a cor vermelha.

Em quase todas as capitais do mundo, o tom usado nos comentários sobre a morte do Presidente do PC chinês era de respeito, admiração e tristeza:
“A História confirmará que Mao foi um dos mais importantes homens de nossa época. A posição da China no mundo atual constitui um monumento a seus efeitos”, comentava-se de maneira geral.

Com estatura de grande homem e capacidade de modificar os destinos de milhões de pessoas. Poeta, político, soldado, filósofo e escritor – o mais publicado do mundo até então: só em 1967 foram editadas 541 milhões de exemplares de suas obras – Mao Tsé-tung, símbolo do Estado e pai da República chinesa, tinha por dever conduzir o povo de seu país a uma vida livre da fome, das doenças e da ignorância.
OS POEMAS

Inscrição em uma fotografia
Clique para ler: 'A GRANDE MARCHA'
CHANG SHA
TAPOTI

Sonhava com um “novo homem” capaz de arar a terra, trabalhar nas fábricas, pegar em armas e entender o pensamento político.

Mao Tsé-tung morreu sob a veneração de seus compatriotas e deixou, pelo mundo afora a imagem do profeta.
Um profeta com uma visão muito particular da morte, como confidenciou ao Marechal Montgomery:
“- Até que eu gostaria de ir ao encontro de Karl Marx.”

MAO TSÉ-TUNG
Mao Tsé-Tung nasceu em 26 de dezembro de 1893. Filho de um pequeno proprietário rural, considerado um homem rico por ter, no meio da miséria geral, um hectare e meio de terra.

Como todos os chineses de sua condição social, Mao começou a trabalhar ainda menino, aos cinco anos na lavoura. Freqüentemente escapava dessas obrigações para se dedicar a leitura. Levado pela mãe, cuja severidade contrastava a severidade quase tirânica do pai, freqüentava o templo de Buda, de quem assimilou a filosofia que veio completar uma educação. Revoltado com a crueldade das ações do governo os atos de rebeldia se tornaram freqüentes em Mao desde os 12 anos. Em 1910, Mao abandonou definitivamente a casa paterna, trocando-a por uma escola ocidentalizante de Hsiang-siang, onde tomou contato com o pensamento europeu. Aos 18 anos viverá sua primeira experiência militar, como voluntário do Exército que derrubara a dinastia.

Foi depois da Grande Marcha que Mao se torna o líder do comunismo chinês. Além de Secretário-Geral do PC, deu-lhe a chefia de um Governo, criado em 1937, com soberania sobre 50 mil quilômetros quadrados habitados por um e meio milhão de pessoas, pouquíssimo, em termos de um país superpopuloso como a China. Senhor absoluto dessa república, Mao impôs um modo de vida austero a quantos estavam sob seu mando. Ele mesmo morou durante meses numa casa escavada na encosta rochosa de uma montanha. Só ao casar-se pela quarta vez em 1939, muda-se para uma habitação de madeira mais confortável e de acordo om o seu cargo de Chefe do Governo.

O governo de Mao construiu as bases de uma economia primitiva sendo o trampolim para conquistar a China inteira. Sua preocupação foi a luta pela unidade nacional conquistando milhões de simpatizantes maoístas. A Revolução Cultural, iniciada pela arte e literatura pelos jovens da Guarda Vermelha, estendeu-se às escolas e fazendas, ao Partido e à administração. Finda a Revolução Cultural, em pouco mais de um ano a China saía do isolamento, arrebatava a cadeira ocupada por Formosa na ONU e abria as portas de Pequim para receber o Presidente dos Estado Unidos.