31 de março de 2010

Circulando na rede... recebi e compartilho.

UM ÓTIMO NEGÓCIO !!!!

É PRA RIR OU PRA CHORAR ?...


Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja.
Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo.
Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos).
É tudo muito simples.
Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso.

Tampouco se exige número mínimo de fiéis.
Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF.
Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada.
Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores.
Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.
Há também vantagens extratributárias.
Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes.
Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.


VEJAM MAIS EM

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u660688.shtml


Alguns curiosos nomes de "igrejas" no Brasil:
- Igreja da Água Abençoada
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
- Congregação Anti-Blasfêmias
- Igreja Chave do Éden
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta (????)
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
- Igreja Batista Ô Glória!
- Congregação Passo para o Futuro
- Igreja Explosão da Fé
- Igreja Pedra Viva
- Comunidade do Coração Reciclado
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
- Cruzada de Emoções
- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
- Congregação Plena Paz Amando a Todos
- Igreja A Fé de Gideão
- Igreja Aceita a Jesus
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?????)
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo (quem perder vai ficar!)
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
- Comunidade Arqueiros de Cristo
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
- Igreja Palma da Mão de Cristo
- Igreja Menina dos Olhos de Deus
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo D'Água ( Corinthiano???????)
- Igreja Batista Ponte para o Céu
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade
- Igreja Filho do Varão (Opa!!! Se puxar o pai vai se dar bem!!!!)
- Igreja da Oração Eficiente
- Igreja da Pomba Branca
- Igreja Socorista Evangélica
- Igreja 'A' de Amor
- Cruzada do Poder Pleno e Misterioso
- Igreja do Amor Maior que Outra Força
- Igreja Dekanthalabassi
- Igreja dos Bons Artifícios
- Igreja Cristo é Show
- Igreja dos Habitantes de Dabir
- Igreja 'Eu Sou a Porta'
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
- Igreja da Bênção Mundial
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
- Igreja Barco da Salvação
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
- Igreja Sinais e Prodígios
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
- Igreja do Manto Branco
- Igreja Caverna de Adulão
- Igreja Este Brasil é Adventista
- Igreja E.T.Q..B (Eu Também Quero a Bênção) (????????)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
- Ministério Eis-me Aqui
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
- Igreja Evangélica Facho de Luz
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte
- Igreja Atual dos Últimos Dias
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
- Igreja Evangélica Bola de Neve
- Igreja Evangélica Adão é o Homem
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
- Ministério Maravilhas de Deus
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
- Comunidade Porta das Ovelhas
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica (Êpa, você senta, Jesus levanta????)
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo (socorro)
- Igreja Evangélica Luz no Escuro
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim (Só no fim?????)
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés
- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão (????)
- "Igreija" Evangélica Muçulmana Javé é Pai
- Igreja Abre-te-Sésamo
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina
- Igreja Batista Floresta Encantada
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder
- Igreja do Louvre
- Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção
- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados (é o Cristo em pessoa!!)
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida (MTV ???)
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe (???????)

- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus (Londrina - PR)
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia - DF)
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis - GO)
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis - GO)
- Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte - MG)
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna - MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei (Poços de Caldas - MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Uberlândia - MG)
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem - MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas - MS)
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB)
- Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro - RJ)
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro - RJ)

Rir ou chorar?
Qual a intenção, origem e motivação por trás de tanta "diversidade"?



30 de março de 2010

O Botafogo e eu... Armando Nogueira

"O Botafogo tem tudo a ver comigo: por fora, é claro-escuro, por dentro, é resplendor; o Botafogo é supersticioso, eu também sou. O Botafogo é bem mais que um clube - é uma predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus."

Do livro “A ginga e o Jogo” Objetiv, 2003, pág. 117.

O mundo ficou mais pobre culturalmente

A alegria de um coroa

Armando Nogueira

Acordou bem cedinho. Estava louco para rever a sua cidade. Abriu a janela do apartamento e deu de cara com uma colossal manhã de sol, dessas que só mesmo o Rio de Janeiro é capaz de aprontar em pleno inverno. Pois a história que agora te conto, leitor, passou-se no recente mês de agosto.
Para não perder tempo, que as férias eram brevíssimas, o nosso amigo tomou uma xicrinha de café preto, enfiou no bolso uma pera, pra mais tarde, e saiu pelo Aterro do Flamengo, feliz da vida, de bermudas e tênis "Conga".
Caminhava e distribuía seu contentamento entre as árvores do Aterro, boas amigas que ele já não via há dez anos, quando deixou o Rio para ir cuidar de uma fazendola no interior de Minas.
Pelas tantas, quis tomar sol. Despiu a camisa de malha, deitou na arquibancada do campinho de futebol de salão e assim ficou um tempão, entregue ao regozijo de merecido repouso. Tamanho era o sossego que até chegou a tirar uma soneca.
- Ei, moço! bom-dia!
Era a voz de um dos três garotos que chegavam com uma indisfarçável secura de bola.
- Quer fazer um racha com a gente? A gente joga dois-contra-dois.
Deitado estava e deitado respondeu, no embalo:
- Vamos lá, pelada é comigo mesmo!
Resoluto, levantou-se, sacudiu as pernas e foi logo entrando no campo. Um campo de barro. O dono da bola, um menino de seus quinze anos, fez a apresentação da turma:
- Eu sou o Marcio, esse aí é o Dico e aquele é o Leo.
Nem esperou que o coroa se identificasse. Queria mais era começar logo o racha.
- Olha aqui, vai ser eu e o Dico contra o senhor e o Leo.
Pela rapidez da escalação, o coroa sentiu que devia estar entrando numa fria: o bom de bola, ali, devia ser o Dico. Discretamente, deu uma olhada e viu que o Leo não tinha a menor pinta. De qualquer modo, chamou de lado o Leo e propôs uma chave: o Leo lá na frente, ele mais atrás. Antes, porém, um teste sem aparentar outra intenção a não ser aquecer o corpo: na verdade, queria mesmo era saber se o Leo era de bola, ou não. Tocou a bola na direção do Leo para ver que bicho dava. A bola beliscou a canela do Leo. O coroa chegou a pensar em desistir. Um sujeito de 61 anos, meio barrigudo, cheio de cabelos brancos:
- Meu Deus, o que é que estou fazendo aqui no meio desses meninos; uns meninões de quinze anos?
O diabo é que ele já tinha aceito o desafio. Não ficava bem correr da raia. Afinal de contas, não era a primeira, nem seria a última vez que a vida metia o nosso coroa em batalhas decisivas.
No meio do campo, o dono da bola vai cantando as regras do jogo: a partida é de cinco. Quem fizer cinco primeiro, ganha. Não vale gol direto. Não pode pegar a bola com a mão, só se já começar no gol de saída.
E como ninguém sequer pensou em jogar no gol, a partida começa com os quatro na linha. No centro do campo de terra batida, a bola de futebol de salão, por sinal que um tanto surrada.
A saída, lógico, é do Marcio. Marcio pro Dico, Dico pro Marcio, que tenta um drible. O coroa, vigilante, rouba a bola e contra-ataca. Procura o Leo. O Leo ficou lá atrás, paradão, sem saber pra que lado ir. O coroa então chuta do meio do campo. Gol!
- Não vale - grita o Marcio - eu avisei ao senhor que não vale gol direto. O senhor tem que passar a bola pro Leo! Ou o Leo pro senhor!
Gol anulado, começa tudo de novo. Saída com o Marcio. O coroa pede tempo. Cochicha uma tática no ouvido do Leo.
Bola em jogo. O Leo dispara e vai ficar plantado bem juntinho da baliza, como pediu o coroa.
Em dez minutos, o time do coroa já está ganhando de três a zero, três gols do Leo. O esquema funciona bem, mas o jogo é incessante, lá e cá. Agora mesmo, o Dico acaba de fazer o dele: três a um. E o Marcio delira com a reação.
Nova saída. O coroa arranca pelo meio dos dois, parece um foguete; vai em frente e entrega, mais uma vez, embaixo dos paus para o Leo fazer o quarto gol.
A essa altura, o coroa já passeia pelo campo, absoluto. Por sua vez, o time adversário já esta literalmente descadeirado.
- Vai, pereba - berra o Marcio, colérico, para o Dico - Vai nele! Você não disse que o coroa não é de nada? Toma a bola dele, palhaço!
A dissensão nas hostes inimigas é profunda. O Marcio e o Dico vão acabar saindo na porrada. Pelo menos é o que pressente o coroa, achando, por isso, que o melhor é liquidar logo essa conta.
Vamos, então, mais que depressa ao quinto e derradeiro gol dessa inesquecível partida. Porque inesquecível, leitor, já, já saberemos.
O Marcio faz um passe longo para o Dico. O demônio do coroa, como sempre, adivinha a jogada, corta o centro com o peito em pleno ar e, antes que a bola caia no chão, amortece na coxa direita. Da coxa, a bola escorre para o peito do pé e pronto: uma, duas, três... o homem começa uma sucessão de embaixadas; faz nove em plena corrida. Na décima, depõe a bola na linha do gol, bem em cima da linha:
- Taí, Leo, faz o quinto e acaba logo o jogo.
- O Marcio, uma fera, vai apanhar a bola e nem volta para dizer até logo. O Dico sai de fininho, mal dá um tchau. O Leo, não, o Leo dá um abraço legal no companheiro de time.
O coroa senta de novo na arquibancada, tira do bolso a pera, dá uma mordida triunfal e fica ruminando, em silêncio, o bendito fruto de uma bela vitória.
Os três meninos foram embora sem saber que deram uma certa alegria ao coroa Nilton Santos, também chamado "A Enciclopédia do Futebol".


Sua benção, mestre.
Precisamos das suas bençãos para que o mundo se torne mais compreensivo, tolerante, de facil convivencia, vida amena fluindo com graciosidade.

Permaneça em paz nos iluminando, precisamos muito.
Vá em paz porque sua semente foi plantada e germinou.


Copii lá do Blog do Ancelmo.



27 de março de 2010

O castelo de Lula

27 de março de 2010

Por Jayme Copstein (*)

A imprensa brasileira não está dando a devida atenção ao princípio de incêndio na economia europeia e que pode se transformar em desastre de grandes proporções, maior até que o estouro dos “primes” norte-americanos. Ontem, foi a vez de Portugal alimentar o pessimismo do mercado financeiro, o rebaixamento dos seus títulos na avaliação dos risco procedida pela Agência Fitch.

Os portugueses têm a companhia da Grécia, Irlanda e Itália no quadro dos países cuja irresponsabilidade está agora pondo em risco a economia europeia. Os analistas acham que se impõem providências urgentes, não apenas em relação ao quarteto dos malcomportados, mas para sustar a crise que se desenha no horizonte mundial, com a recusa dos chineses e dos próprios europeus de aceitarem a desvalorização do dólar para permitir a recuperação da economia norte-americana. Sobre o que vem por aí, se nada for feito, é inútil qualquer exercício de profecia.

De qualquer maneira, o caso específico de Portugal tem valor didático para o Brasil, na demonstração de quanto é ilusória a aparência de prosperidade, mesmo atravessando uma década, semeada pela demagogia populista que só tem diante dos olhos as urnas das eleições mais próximas. Há bastante semelhança entre o que os correligionários de Mário Soares fizeram no poder e o que estão fazendo, aqui, os de Luiz Inácio Lula da Silva.

Apenas para citar dois exemplos, Portugal, um país daquele tamanhinho, com população praticamente igual à do Rio Grande do Sul, tem agora mais de 800 mil funcionários ativos e terá dificuldades para apurar a conta de seus aposentados. Nos anos 90, havia agenciadores procurando em todo o mundo, inclusive no Brasil, imigrantes portugueses pobres, com mais de 70 anos, para habilitá-los a generosas aposentadorias, mesmo que jamais tivessem contribuído com um vintém para a Previdência lusitana.

Os recursos saíram da montanha de dinheiro que o Tesouro português recebera da União Europeia. Em 2006, vinte anos depois dessas benemerências que correspondem aos esbanjamentos e à demagogia do Governo Lula no Brasil, Portugal chegou à estagnação equiparado ao Marrocos e ao Paquistão. Mário Soares, que ocupara a presidência durante dez anos, reeleito com 70% de aprovação do eleitorado, ao tentar retornar ao poder em 2006, não passou de meros 14,24% dos votos, desmoralizando-se em terceiro lugar.

Era o protesto tardio do eleitor português, indignado porque, afora algum dinheiro investido em rodovias, a parte mais suculenta tinha se evaporado em corrupção e demagogia. Houve escândalos pela roubalheira, as despesas públicas incharam a ponto de o déficit público ter chegado a 6,2% do PIB, mais que o dobro dos 3% permitidos pela União Europeia. É só fazer adaptação das bolsas isso, bolsas aquilo, mensaleiros, cuequeiros, panetoneiros para prever como será a indignação do eleitor brasileiro, quando desabar o castelo de cartas que Lula montou no Brasil

(*) O Autor, gaúcho de Rio Grande, é jornalista, com atividade em jornal e rádio desde 1943, com passagens pelos principais veículos de Porto Alegre.

Fonte: http://www.heitordepaola.com/

21 de março de 2010

17 de março de 2010

Estupidez artificial

Uma mulher com uma petição nas mãos percorreu a multidão presente a uma feira estadual, pedindo às pessoas que assinassem a petição que exigia o banimento do monóxido de dihidrogênio. Ela dizia que este estava em nossos lagos e rios, e agora já estava em nosso suor, urina e lágrimas.

Ela coletou centenas de assinaturas para banir o monóxido de dihidrogênio — um pomposo nome químico para a água [H2O].

Uma dupla de comediantes estava por trás dessa brincadeira. Mas não há nada de engraçado quanto às suas implicações. Na verdade, é um sinal amargo de nossos tempos.

Este pequeno episódio revelou o quão condicionados nos tornamos, reagindo feito cães de Pavlov quando ouvimos certos sons — neste caso, o som de alguma cruzada politicamente correta.

As pessoas nascem todas ignorantes, mas não nascem estúpidas. Muito da estupidez que vemos hoje é induzida por nosso sistema educacional, da escola fundamental às universidades. Numa era de alta tecnologia, que viu a criação da chamada inteligência artificial dos computadores, vemos também a criação da estupidez artificial por pessoas que se autodenominam educadores.

Instituições educacionais criadas para passar às futuras gerações o conhecimento, a experiência e a cultura das gerações que as precederam, transformaram-se em centros de doutrinação e promoção de quaisquer noções, modismos ou ideologias que estejam em voga entre a intelligentsia do momento.

Muitos conservadores têm protestado contra aspectos específicos daquilo que vem sendo doutrinado aos estudantes. Mas não é aí que reside o dano mais duradouro. Muitos, se não a maioria dos principais conservadores de nosso tempo foram esquerdistas na juventude. Entre eles estavam Milton Friedman, Ronald Reagan e todos os membros do movimento neoconservador.

As experiências da vida podem ajudar os indivíduos a superar qualquer coisa que lhes tenha sido incutida pela doutrinação. O que pode persistir, porém, é o hábito preguiçoso de ouvir um lado de uma questão e logo partir galvanizado para a ação sem ouvir o outro lado — e, mais fundamentalmente, sem ter desenvolvido as habilidades mentais que permitiriam a um indivíduo testar, sistematicamente, um conjunto de crenças face à outra.

Já foi o tempo em que a orgulhosa declaração de muitos educadores era esta: “Nós estamos aqui para ensiná-los a pensar, e não o quê pensar”. Mas hoje, um número grande demais de professores, em todos os níveis, está ensinando a seus alunos o quê pensar, a respeito de tudo, do “aquecimento global” à nova trindade “raça, classe e gênero sexual”.

Mesmo se todas as conclusões com as quais eles doutrinam seus alunos fossem 100% corretas, isso ainda não seria equipar os estudantes com as habilidades mentais para sopesar visões opostas por conta própria, a fim de que estivessem preparados para novas e imprevisíveis questões que surgirão no transcurso de suas vidas, depois de deixar as escolas e universidades.

Muitos dos “educadores” de hoje não apenas fornecem conclusões aos seus alunos, como promovem a ideia de que os estudantes deveriam lançar-se à ação em função dessas conclusões pré-empacotadas — em outras palavras, dar vazão aos seus sentimentos e sair a galope em cruzadas sem nem sequer ter o conhecimento do que foi dito por aqueles no outro lado da questão e muito menos a disciplina intelectual para saber como analisar argumentos opostos.

Quando vemos crianças de escola carregando cartazes de protesto em demonstrações, estamos vendo o tipo de pensamento grupal descuidado que leva adultos a assinar petições que não entendem, ou ainda pior, a seguir líderes que eles não compreendem, seja à Casa Branca, ao Kremlin ou a Jonestown [1] .

Um filósofo disse certa vez que o conhecimento mais importante é o conhecimento da própria ignorância. E é este conhecimento que um número inaceitável de escolas e universidades está deixando de passar aos nossos jovens.

É necessária certa quantidade de conhecimento para simplesmente entender a extensão da própria ignorância. Mas nossos “educadores” têm dado tarefas a crianças, que ainda não têm nem dez anos de idade, para escrever cartas ao Congresso ou ao presidente, declamando sobre assuntos que vão de armas nucleares à assistência médica.

Will Rogers [2] uma vez disse que a ignorância em si não era tão ruim quanto “todas as coisas que ‘sabemos’, mas que não são exatamente assim”. Todavia, nossos doutrinadores nas salas de aula estão fazendo com que os estudantes pensem que sabem depois de ouvir apenas um lado de uma questão. Isso é estupidez artificial.

Tradução: Henrique Dmyterko

Título original: Artificial Stupidity - Thomas Sowell

[1] NT: Infame assentamento estabelecido nas Guianas pelo Reverendo Jim Jones e os membros de seu culto "The People's Temple".

[2] NT: Will Rogers: um famoso comediante americano (1879-1935).

9 de março de 2010

Para minha mana Lila

Normalista

Nelson Gonçalves

Composição: Benedito Lacerda & David Nasser

Vestida de azul e branco
Trazendo um sorriso franco
No rostinho encantador
Minha linda normalista
Rapidamente conquista
Meu coração sem amor

Eu que trazia fechado
Dentro do peito guardado
Meu coração sofredor
Estou bastante inclinado
A entregá-lo ao cuidado
Daquele brotinho em flor

Mas, a normalista linda
Não pode casar ainda
Só depois que se formar...
Eu estou apaixonado
O pai da moça é zangado
E o remédio é esperar









Meus tempos de criança

Noite Ilustrada

Composição: Ataulfo Alves

Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança

Aos domingos, missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor, onde andará?

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia



Mana não encontrei com o Nelson Gonçalves (não sei se ele gravou), mas com Noite Ilustrada é marcante.

8 de março de 2010

Silvio Persivo, o que faz chover.





























Meu grande amigo

Em vez de parabéns, saúde, sucesso e demais formalidades prefiro revisitar o Beco do Rato e lembrar do som que foi dominante em uma noite divertidíssima e chuvosa:


Há, há, há, há!


Um forte abraço na comemoração da sua data de fundação.

Dia Internacional da Mulher, minha homenagem.

5 de março de 2010

Uma pausa para o espírito

A Doutrina católica e as Imagens


Em hipótese alguma pretendo resolver aqui uma questão em relação à qual as partes já esgotaram seus argumentos através dos séculos. No entanto, nós, católicos, sabemos que a arte religiosa e os santos nos proporcionam imensos privilégios estéticos e espirituais.

No Antigo Testamento, Deus não podia ser representado porque não tinha corpo e toda representação podia gerar idolatria. Isso fazia sentido (como muitas outras vedações do AT, se compreendidas nas circunstâncias culturais e históricas em que foram prescritas). Com Cristo, inaugura-se uma nova ordem porque ele é a imagem viva do Deus verdadeiro. Ademais, não imagino que alguém, hoje, se considere obrigado a cumprir as dezenas de preceitos estatuídos em Exodus 21. Dá uma lida e depois me conta.

Nós católicos não adoramos imagens. Mas, como seres humanos, não desperdiçamos as potencialidades da comunicação através da escultura, da pintura, assim como a valorizamos na música, na dança, no teatro e em todas as formas de arte. Que pode ser sacra ou não. A arte sacra eleva o espírito para Deus. Na condição de turista que gosta de viajar pela Europa exatamente para conhecer igrejas posso te assegurar que aquela expressão de fé dos grandes mestres faz imenso bem através dos séculos. Nenhuma escultura ou pintura de Michelangelo afastou um católico do Deus verdadeiro! Quem, diante da Pietá, não se deixa tocar pela dor missionária de Maria e pelo sacrifício que nos trouxe a Redenção? Idolatria isso? Idolatria nisso? Inclino-me a crer, antes, que essa fixação na norma, desfigurada de seu contexto, seja, ela sim, uma nova idolatria... da norma. Ou um fetichismo (seletivo) em relação ao texto bíblico.

Há uma grande perda, também, na rejeição dos santos cujas imagens enfeitam os templos católicos. Aos milhares centenas, eles, suas vidas, seus exemplos, seus textos, são inestimável sustento para os fiéis através dos séculos. São seres humanos que buscaram a perfeição e nos mostram, com suas pegadas na história, os caminhos da imitação de Cristo no cotidiano. Desconhecê-los, sepultá-los para sempre com toda a inestimável bagagem de suas vidas e não preservar, através da arte, suas notáveis figuras humanas, em nome de um preceito que perdeu sentido após a Encarnação do Verbo? Que tremendo desperdício!

Como esquecer que ”O Pai dará a vocês tudo o que pedirdes em meu nome” (João 15,16)? Ou da cura do coxo de nascença, operada por São Pedro e São João: “Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3,1-9)? Os santos, meu caro, fazem milagres em nome de Jesus! Com as palavras de Atos 19, 11-12, “Deus fazia não poucos prodígios por meio de Paulo”. E por aí vai.

Desperdício maior só quando se despreza a nobilíssima figura da mãe de Jesus por igual motivo, sob a alegação de nós, católicos, exageramos no culto a Maria. Ora, ora! Tenho certeza de que nenhum católico teceu a Maria louvor maior, deferência superior aquela que lhe foi prestada pelo próprio Deus quando a elegeu para a Encarnação. Poderia haver na miséria humana exaltação equivalente? Oração superior à que lhe prestou o anjo? Ave! Cheia de graça! O Senhor é contigo! Por um lado, duvido que Cristo se incomode com quaisquer homenagens à sua mãe. Por outro, não creio que o desapreço a ela Lhe seja de muito agrado.

Como escrevi no início, o debate sobre esse tema iniciou com os cismas do século 16, quando a proibição às imagens foi retomada com vistas à formação das novas identidades cristãs que emergiam. Já em 1532, Thomas More, não por acaso santo da Igreja Católica, refutando texto do reformador William Tyndale, alinhou um argumento muito interessante, que transcrevo abaixo:

Imagens são livros necessários aos sem instrução na mesma medida em que bons livros são necessários aos instruídos. Pois todas as palavras são apenas imagens que representam coisas que o escritor ou o orador concebe em sua mente, tanto quanto a figura de uma coisa emoldurada pela imaginação, e deste modo concebida na mente, é tão somente a imagem representativa da coisa mesma sobre a qual o homem pensou.

Por exemplo, se eu lhe conto um episódio da vida de um amigo meu, a imaginação que dele tenho em minha mente não é ele mesmo, mas uma imagem que o representa. E quando eu o nomeio, seu nome não é nem ele mesmo e nem a figura que dele tenho em minha imaginação, mas apenas uma imagem que apresenta a você a imaginação da minha mente. Se eu estiver muito longe de você para lhe contar o tal episódio, então será a escrita, e não o nome mesmo, uma imagem representativa do nome. E, no entanto, todos esses nomes falados e todas essas palavras escritas não são signos ou imagens naturais, mas signos construídos por consentimento e convenção entre os homens para significar as coisas, enquanto as imagens pintadas, esculpidas ou entalhadas, podem ser tão bem trabalhadas, tão fiéis à verdade e ao objeto vivo, que, naturalmente, acabam representando-o muito mais eficazmente do que o nome falado ou escrito. Pois aquele que nunca tenha ouvido o nome do meu amigo, mas que tenha visto um seu retrato, se um dia o vir em pessoa, o reconhecerá através da imagem trazida à memória.

É impossível negar a sabedoria dessas considerações, bem como será difícil chamar de idólatra, na próxima Sexta-Feira Santa, o fiel católico ajoelhado diante um crucifixo qualquer, em casa ou na igreja, lembrando da Paixão, da Redenção, e participando, em espírito, do sofrimento da Cruz. Ao fazer isso, ele reproduz a experiência do pequeno grupo que se manteve no Calvário – Maria e sua irmã, João, Maria Madalena e a mulher de Cleofas.

Considero uma bênção usufruir, em plenitude, de toda essa riqueza simbólica. E sei, repito, que não vamos decidir esta questão aqui. Razão pela qual “the defence rests”.



Percival Puggina (64) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo e de Cuba, a tragédia da utopia.