17 de novembro de 2007

Ique, no JB

Villa-Lobos, que nos deixou há 48 anos.

Infância
Villa-Lobos CriançaA 5 de março de 1887, nascia Heitor Villa-Lobos, na Rua Ipiranga, bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro. Sua mãe, Noêmia Villa-Lobos, cuidava dos filhos e da casa. Seu pai, Raul Villa-Lobos, era funcionário da Biblioteca Nacional e dedicava-se à música, como amador.
Na casa dos Villa-Lobos, todos os sábados, nomes respeitados da época reuniam-se para tocar até altas horas da madrugada. Esse hábito, que durou anos, influiu decisivamente na formação musical de Villa-Lobos que, logo cedo, iniciou-se na música. Aos seis anos de idade, aprendeu a tocar violoncelo com o pai, em uma viola especialmente adaptada.
Foi também nessa época - e graças à sua tia Fifinha que lhe apresentou os Prelúdios e Fugas do "Cravo Bem Temperado" - que "Tuhú" (seu apelido de infância) fascinou-se pela obra de Johann Sebastian Bach, compositor que acabou por lhe servir de fonte de inspiração para a criação de um de seus mais importantes ciclos, o das nove "Bachianas Brasileiras".
Além da cidade do Rio de Janeiro, Villa-Lobos residiu com a família em cidades do interior do Estado e também de Minas Gerais. Nessas viagens, entrou em contato com uma música diferente da que estava acostumado a ouvir: modas caipiras, tocadores de viola, enfim, uma parte do folclore musical brasileiro que, mais tarde, viria a universalizar-se através de suas obras.

Villa-Lobos com InstrumentosO contato com os chorões
Ao voltar ao Rio de Janeiro, a música praticada nas ruas e praças da cidade também passou a exercer-lhe um atrativo especial. Era o "choro", composto e executado pelos "chorões", músicos que se reuniam regularmente para tocar por prazer e, ainda, em festas e durante o carnaval. Tal interesse levou-o a estudar violão escondido de seus pais, que não aprovavam sua aproximação com os autores daquele gênero, pois eram considerados marginais.
Com a morte de Raul Villa-Lobos, em 1899, D. Noêmia não conseguiu mais conter o filho. No início dos anos 20, como conseqüência desse envolvimento com o choro, começaria a compor um ciclo de quatorze obras, para as mais diversas formações, intitulado "Choros"; nascia aí uma nova forma musical, onde aquela música urbana se mesclava a modernas técnicas de composição.

As viagens pelo Brasil
BatuqueEm l905, Villa-Lobos partiu em viagens pelo Brasil. Visitou os estados do Espírito Santo, Bahia e Pernambuco, passando temporadas em engenhos e fazendas do interior, em busca do folclore local. Tempos depois, seguia para outra viagem - uma excursão pelo interior dos estados do Norte e Nordeste - que se estenderia por mais de três anos. Foi nesse momento que teria conhecido a Amazônia - fato ainda não comprovado - o que teria marcado profundamente sua obra.
Por onde passava, Villa-Lobos ia recolhendo temas folclóricos que utilizaria em suas composições, como no "Uirapuru", e em seu futuro trabalho de educação musical, através da coleção "Guia Prático".

Villa-Lobos Tocando PianoA maioridade artística
O ano de 1915 marca o início da apresentação oficial de Villa-Lobos como compositor, com uma série de concertos no Rio de Janeiro. Na época, casado com a pianista Lucília Guimarães, ganhava a vida tocando violoncelo nas orquestras dos teatros e cinemas cariocas, ao mesmo tempo que escrevia suas obras. Os jornais publicavam críticas contra a modernidade de sua música. Anos mais tarde, o compositor fez questão de explicar:

"Não escrevo dissonante para ser moderno. De maneira nenhuma. O que escrevo é conseqüência cósmica dos estudos que fiz, da síntese a que cheguei para espelhar uma natureza como a do Brasil. Quando procurei formar a minha cultura, guiado pelo meu próprio instinto e tirocínio, verifiquei que só poderia chegar a uma conclusão de saber consciente, pesquisando, estudando obras que, à primeira vista, nada tinham de musicais. Assim, o meu primeiro livro foi o mapa do Brasil, o Brasil que eu palmilhei, cidade por cidade, estado por estado, floresta por floresta, perscrutando a alma de uma terra. Depois, o caráter dos homens dessa terra. Depois, as maravilhas naturais dessa terra. Prossegui, confrontando esses meus estudos com obras estrangeiras, e procurei um ponto de apoio para firmar o personalismo e a inalterabilidade das minhas idéias".

A Semana de Arte Moderna
Mulher Fantasiada de ÍndiaNo Brasil do início do século, a influência européia e a permanência do espírito conservador do fim de século incomodavam a juventude, que começava a reagir a tudo isso. Surgiu, então, um movimento chamado Modernista que, em fevereiro de l922, foi oficializado em São Paulo, através da Semana de Arte Moderna. Atividades de vários campos da arte foram apresentadas no Teatro Municipal daquela cidade.
Convidado por Graça Aranha, Villa-Lobos aceitou participar dos três espetáculos da "Semana", apresentando, dentre outras obras, as "Danças Características Africanas".

As primeiras viagens a Europa
Já bastante conhecido no meio musical brasileiro, alguns de seus amigos começaram a incentivá-lo a ir à Europa, e apresentaram à Câmara dos Deputados um projeto para financiar sua ida a Paris. A proposta foi aprovada e Villa-Lobos partiu, em l923, para o que seria sua primeira viagem ao Velho Continente. Chegou com mentalidade própria e se impôs em menos de um ano. Um grupo de amigos ajudou-o nas despesas e apresentou-o aos editores Max-Eschig, enquanto o pianista Arthur Rubinstein - que já o conhecia do Brasil - e a soprano Vera Janacópulus divulgavam suas obras em recitais por vários países.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1924, Villa-Lobos foi assim saudado pelo poeta Manuel Bandeira:

"Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos. Todavia uma coisa o abalou perigosamente: a "Sagração da Primavera", de Stravinsky. Foi, confessou-me ele, a maior emoção musical da sua vida.(...)".

Villa-Lobos Soltando PipaEm l927, o compositor retornou a Paris para organizar concertos e publicar várias obras. Fez amigos, e muitos artistas de renome freqüentavam sua casa e participavam das feijoadas dos domingos. A partir dessa segunda temporada na capital francesa, ganhou prestígio internacional, apresentando suas composições em recitais e regendo orquestras nas principais capitais européias, causando forte impressão, ao mesmo tempo em que provocava reações por suas ousadias musicais.
No segundo semestre de 1930, Villa-Lobos - a convite - retornava provisoriamente ao Brasil para a realização de um concerto em São Paulo. Contudo, não previa que, neste seu retorno, estaria inaugurando um novo capítulo em sua biografia.

Villa-Lobos, o educador
Villa-Lobos Regendo a MultidãoVilla-Lobos preocupava-se com o descaso com que a música era tratada nas escolas brasileiras e acabou por apresentar um revolucionário plano de Educação Musical à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. A aprovação do seu projeto levou-o a mudar-se definitivamente para o Brasil.
Em 1931, reunindo representações de todas as classes sociais paulistas, organizou uma Concentração Orfeônica chamada "Exortação Cívica ", com a participação de cerca de 12 mil vozes.
Após dois anos de trabalho em São Paulo, Villa-Lobos foi convidado oficialmente pelo Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro - Anísio Teixeira - para organizar e dirigir a Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA), que introduzia o ensino da Música e o Canto Coral nas escolas.
Como conseqüência do seu trabalho educativo, viajou de Zeppelin, em 1936, para a Europa, representando o Brasil no Congresso de Educação Musical em Praga.
O Estádio do VascoCom o apoio do então Presidente da República, Getúlio Vargas, organizou Concentrações Orfeônicas grandiosas que chegaram a reunir, sob sua regência, até 40 mil escolares e, em 1942, terminou por criar o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, cujo objetivo era formar candidatos ao magistério orfeônico nas escolas primárias e secundárias, estudar e elaborar diretrizes para o ensino do Canto Orfeônico no Brasil, promover trabalhos de musicologia brasileira, realizar gravações de discos, etc.

O compositor das Américas chega aos Estados Unidos

"Irei aos Estados Unidos somente quando os americanos quiserem me receber como eles recebem a um artista europeu, isto é, em razão das minhas próprias qualidades e não por considerações políticas..."

Villa-Lobos ViajandoApesar dessa resistência inicial (era o momento da chamada "política da boa vizinhança" praticada pelos EUA com aliados na 2ª Guerra Mundial), Villa-Lobos, convencido pelo Maestro Leopold Stokowski, seu amigo desde Paris, aceitou o convite do Maestro norte-americano Werner Janssen para uma turnê pelos EUA, em 1944.
A partir daí, retornou àquele país várias vezes, onde regeu e gravou suas obras, recebeu homenagens e encomendas de novas partituras, além de ter travado contato com grandes nomes da música norte-americana, fechando, assim, o ciclo de sua consagração internacional.

Villa-Lobos morreu de câncer em 17 de novembro de 1959, no Rio de Janeiro.


Bibliografia
BÉHAGUE, Gerard - "Heitor Villa-Lobos: The search for Brazil's musical soul". Austin, ILAS, 1994.
MARIZ, Vasco - "Heitor Villa-Lobos Compositor Brasileiro". Rio de Janeiro, Zahar Editores S.A., 1983.
RIBEIRO, João Carlos (org.) - "O Pensamento Vivo de Heitor Villa-Lobos". São Paulo, Martin Claret Editores, 1987.
VILLA-LOBOS, Heitor - "Educação Musical". Presença de Villa-Lobos - 13º Volume. Rio de Janeiro, Museu Villa-Lobos, 1991.

O grande mestre


O professor Hermógenes, precursor da ioga no Brasil, afirma que a modernidade transformou a filosofia milenar em mero exercício

MARTHA MENDONÇA




OOMMM
Hermógenes em sua academia, sob o símbolo do Om, palavra sagrada do hinduísmo. Aos 86 anos, ele dá aulas, medita e escreve

Na rua Uruguaiana, um dos formigueiros humanos no centro do Rio de Janeiro, a gritaria do mercado popular, somada ao barulho dos carros e ônibus, é capaz de estressar qualquer transeunte. Quem passa por ali dificilmente acreditaria que há 45 anos, na cobertura do prédio de número 118, existe um lugar onde impera o silêncio. Lá, o respirar é lento e profundo. Numa ampla sala de chão coberto por esteiras de vime, José Hermógenes de Andrade Filho, de 86 anos, presta atenção à postura de seus alunos.

Mais conhecido como professor Hermógenes, o precursor da ioga no Brasil repete incessantemente, como um mantra: “Respirem, respirem”. Cerca de dez homens e mulheres, todos na terceira idade como ele, obedecem e capricham nas posições simples, que relaxam, ativam a circulação e irrigam o cérebro. Todos estão ali há pelo menos dez anos. Dona Diamantina, viúva, de 81, freqüenta suas aulas há 30 anos. Curou a coluna. Seu Benjamin, de 80, livrou-se da depressão. No fim, 15 minutos de piadas de salão encerram a aula. “É hora da risoterapia”, diz o professor, que se esmera em imitar sotaque português e voz de papagaio.

A aula das tardes de sexta-feira é a única que o professor Hermógenes comanda hoje. O tempo dele divide-se entre algumas viagens de trabalho – palestras e visitas a projetos sociais pelo Brasil –, caminhadas pelo Aterro do Flamengo, onde mora, e muito descanso e leitura, em casa. “Acordo às 6, faço uma refeição leve, caminho meia hora, tomo banho, repouso um pouco. Depois do almoço, leio e faço pequenas atividades. No momento, termino o prefácio de um livro. Estão me pedindo muitos prefácios”, afirma Hermógenes, que já publicou 21 livros sobre ioga. O primeiro, Autoperfeição com Hatha Yoga, um marco no Brasil, chegará à 50a edição no ano que vem e vai ganhar uma reedição especial.

“Janto cedo e me deito cedo, depois de passar os olhos nos telejornais”, diz o professor. Nos fins de semana, almoça com toda a família. E quando medita? Quando faz ioga? “Estou fazendo neste momento”, afirma. Simples assim. O professor Hermógenes é uma figura desconcertante. Com apenas 1,60 metro e 57 quilos, dá um abraço de estalar a coluna, mesmo em quem acabou de conhecer. E não abre mão desse contato físico. “Minha religião é o amor”, afirma.

A história de amor entre a ioga e o professor Hermógenes – que completa 50 anos – é semelhante à de muitas pessoas: um encontro patrocinado pela dor ou pela doença. A grande diferença é que, em 1957, ninguém conhecia essa filosofia. Capitão do Exército, de 35 anos, casado, duas filhas, Hermógenes descobriu-se tuberculoso. Nascido em Natal, a essa altura já morava no Rio. Foi obrigado a afastar-se da vida militar, tornou-se ocioso, engordou. Passou a ter uma vida “pobre em esperança e vigor”, como ele mesmo define.

‘‘A culpa é da Madonna. Dão ênfase ao que a ioga faz com o corpo, esquecendo-se do autoconhecimento’’

Num raro passeio ao centro da capital carioca, entrou na livraria Leonardo da Vinci, na Avenida Rio Branco. Em uma das prateleiras, chamou-lhe a atenção um livro em inglês sobre o poder curativo da ioga. Era teórico, e serviu para acender sua curiosidade sobre o tema. Menos de um mês depois, queria mais. Voltou e encontrou outro, em francês, com exercícios. Praticava no chão do banheiro, gelado e impróprio para quem acabara de sair da tuberculose. Fazia os exercícios escondido da mulher – estava proibido pelos médicos de pegar sol, tomar banho de mar, andar descalço e manter qualquer atividade física. “Eu ficava ali todos os dias por uma hora, praticando. Foi assim quase um ano, e então minha vida mudou. Emagreci, esculpi o corpo, acabaram-se as gripes e a insônia”, afirma.

O primeiro livro do mestre nasceu quase três anos depois. Estudou o que pôde em publicações estrangeiras, consultou médicos e psiquiatras. O manual de ioga em língua portuguesa causou impacto há meio século. Foi chamado a dar palestras e entrevistas. Passou a receber cartas de pessoas que insistiam para que ele desse aulas. Como precisava de uma renda para sustentar a família, em 1962 abriu sua academia, que funciona até hoje sem alarde ou propaganda. Acredita que já passaram por ali mais de 2 mil alunos. Muitos se tornaram professores e ajudaram a espalhar a filosofia pelo Brasil. “O professor sempre difundiu os princípios filosóficos mais nobres da ioga e o faz até hoje, quando há tantas escolas que a reduzem a um mero exercício físico ou atividade comercial”, diz Marco Taccolini, um dos organizadores do recém-lançado Livro de Ouro do Yoga, da Ediouro – cujo prefácio é de Hermógenes.

A atual banalização da ioga é assunto que, se não chega a irritar o professor, altera ligeiramente o tom de sua voz, sempre suave. “A culpa é da Madonna”, afirma. Ele acredita que desde que a milenar filosofia, nascida na Índia, caiu no gosto dos modernos, houve uma difusão superficial do que ela realmente é. “Dão ênfase ao que a ioga faz com o corpo, esquecendo-se do autoconhecimento e da integração do ser humano com o universo. É o que diz o nome ioga: união. E ainda paz, verdade, s retidão, amor e não-violência”, afirma. São coisas da Kali Yuga, diz o professor. Kali representa o escuro, a treva, e Yuga a era, o período. Portanto, para ele, vivemos tempos de uma sociedade desestruturada, de violência e intolerância. De muita informação e pouca educação.

LIÇÃO DE VIDA
Hermógenes, na década de 60. Ele começou a praticar após uma tuberculose e virou uma espécie de apóstolo da ioga

Esse caminho de uma ioga mais espiritual está refletido em sua obra literária. Em defesa de uma era mais iluminada, o mestre iogue ainda percorre o país – longe de holofotes – divulgando sua filosofia. Vai a escolas de menores infratores, a hospitais e penitenciárias. Recebe cartas de pessoas que garantem ter sido transformadas por seus livros. Nesses lugares, tenta afastar as pessoas do que ele chama de “normose” – definição que ele dá à situação de quem vive de forma padronizada, ajustado por uma sociedade desequilibrada. “O normótico vive uma vida mundana, sem comprometer-se com seu interior, que é superior a tudo. É aí que surgem as doenças do corpo e da alma”, afirma. Hoje, o professor não faz mais as posições difíceis que sempre surpreendeu alunos e platéias. Sente saudade da Sirshasana, postura inversa sobre a cabeça, sua preferida.

Como seu sucessor, ele apresenta João Thiago Leão, de 28 anos, um dos seis netos homens. Há ainda três bisnetos. Foi praticamente o único da família a levar a ioga a sério. É ele quem hoje toca a academia. “Uma de minhas filhas pratica ioga agora, depois de velha. A outra encantou-se com o catolicismo”, diz. Não há qualquer crítica no comentário. O ecumenismo é parte da vida de Hermógenes. Em sua sala, convivem imagens de São Francisco de Assis, Jesus Cristo e Nossa Senhora, estátuas de Buda, um desenho de Madre Teresa de Calcutá, cristais, anjos e fotografias do guru indiano Sai Baba, a quem o professor visita quase todos os anos, na Índia. Na sala, há ainda sinos de vento, miniaturas dos profetas de pedra, retratos dos netos, um cabideiro com uma coleção de bonés e uma imensa estante de livros de ioga, filosofia, psicologia, medicina.

“A vida de Hermógenes é um apostolado, e ele é um arquipélago de conhecimentos”, diz Divaldo Franco, o médium brasileiro mais famoso no mundo. O depoimento está no documentário Deus Me Livre de Ser Normal, do fotógrafo Marcelo Buainain, sobre a vida do professor. O filme traz falas de alunos e amigos como Chico Xavier, Elba Ramalho e o escritor Pierre Weil. Amigo de longa data, o teólogo Leonardo Boff diz que Hermógenes é “um dos anjos bons do Brasil”. Os dois se conheceram em 1971, período em que Boff lançava Jesus Cristo Libertador, fundando a Teologia da Libertação. De lá para cá, estiveram juntos em palestras pelo país. “Jamais pratiquei ioga, mas temos em comum a busca de um Deus interior”, diz o teólogo.

‘‘Sou egoísta e ainda tenho orgulho. Sinto prazer no aplauso. Não deveria mais sentir isso’’

Caçula dos 20 filhos de um funcionário público e uma costureira, Hermógenes não é um homem rico. Vive com algum conforto, mas com simplicidade. Casou-se duas vezes. A primeira com Yone, mãe de seus filhos, já morta. A segunda, Maria, morreu em 2002. Com a última fez suas primeiras viagens à Índia. Perdeu as contas de quantas vezes foi até lá. Mora sozinho, sob os cuidados da empregada, Sebastiana. A cinema ou teatro, não vai há tempos. Orgulha-se de já ter escrito quatro livros no computador. Tem se dedicado à poesia. É vegetariano e raramente come doces. Jamais aprendeu a dirigir. Diz que anda sozinho, sempre de táxi. “É uma medida de não-violência”, afirma, para depois confessar a verdade. “Uma vez tentei, mas cometi barbaridades.” O professor é irônico. Cultua o riso. Diz que já deixou palestras formais para contar piadas ao público.

“O que mais acho bonito no meu avô é que ele vive o que sempre pregou. Faz o que sempre ensinou: a prática do bem”, diz o neto e discípulo João Thiago, referindo-se à adoração que as pessoas têm pelo avô. Hermógenes acha que é pouco. Afirma que provavelmente vai morrer sem alcançar sua meta. “Sou egoísta e ainda tenho orgulho de convencer as pessoas. Sinto prazer no aplauso. Não deveria mais sentir isso”, afirma. A idade avança e Hermógenes diz não sentir medo da morte: “Dão ênfase ao que a ioga faz com o corpo, esquecendo-se do autoconhecimento. Um dia a idade vem, trazendo o envelhecimento deste corpo, o sofrimento. Quando a vida se torna desagradável, a morte é como a sineta da escola. Vai começar o recreio!”.



Tive a satisfação de conhecê-lo e sua filosofia de vida saudável.

Pena que não pratico...



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15 de novembro de 2007

Lula: CPMF é coisa de rico, que não devia reclamar do que paga

RIO DE JANEIRO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite de quarta-feira que a CPMF "é coisa de rico" e que a classe empresarial não deveria reclamar de quanto paga.

Em fala de improviso, durante a cerimônia de abertura da 13ª Conferência Nacional de Saúde, Lula elogiou o médico Adib Jatene, ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso. Jatene interpelou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pedindo apoio para a CPMF.

- A verdade é a seguinte. Essas pessoas, sobretudo os ricos, porque pobre não paga CPMF, vamos ser claros. CPMF é coisa de rico, não é coisa de pobre (...), essas pessoas precisariam, sobretudo uma parte empresarial, não apenas reclamar do que pagam, mas dizer publicamente também quanto ganham, quanto lucraram nesses quatro anos - afirmou o presidente. (G1)


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Almanaque Brasil


A PRIMEIRA VÍTIMA DA REPÚBLICA

15 de novembro de 1889. A proclamação da República põe fim a 67 anos de monarquia. Tramado nos quartéis, o golpe não conta com participação popular. Movimento de cúpula, engendrado dentro dos esquemas do poder. Transformação pacífica. O que poucos sabem é que fez uma vítima civil.

A data coincidia com o último dia de trabalho do carteiro Patápio Silveira. Tomou café, beijou a mulher e a filha, saiu e tomou o trem para o centro do Rio. No caminho, comentários esparsos sobre a crise militar. Chegou à repartição, presenteou o carteiro mais moço com o quepe que havia usado por mais de 40 anos. Finalmente aposentado. Passou no bar, para conversa rápida.

No Campo de Santana, o destino o aguarda. Alheio à movimentação das tropas, Patápio avista um cavalo morto no meio da rua. Aproxima-se e, depois de alguns instantes, percebe a briga entre um cadete e um almirante. Nervoso, o cadete saca a arma e acerta o almirante. Confusão. Assustado, Patápio corre e, num pulo, tenta alcançar o estribo do bonde que passa. Impossível explicar como foi parar embaixo das rodas. Antes de morrer ainda alcança ouvir as exclamações da tropa: “Viva a República! Viva a República!”

"Cada macaco no seu galho"?

Biólogos encontram baleia em rio da Amazônia

Animal foi achado na Floresta Nacional do Tapajós, na noite de quarta-feira.
Biólogos acreditam que ele errou a rota e se afastou do oceano.

Biólogos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) encontraram uma baleia em um rio na Floresta Nacional do Tapajós, no Pará, na noite de quarta-feira (14). Segundo os funcionários do Ibama, o animal está vivo e pode ter errado a rota, pois se distanciou do oceano.

Ainda não foi possível identificar a espécie da baleia. Equipes do instituto foram até o local para tentar resgatar o animal.



Banhistas entram no mar mesmo com jacaré à solta

Bombeiros continuam as buscas pelo animal na Barra da Tijuca.
Filhote de jacaré pode estar desorientado, diz bombeiro.
Renata Granchi
G1
Bombeiros procuram filhote de jacaré na praia da Barra da Tijuca (Foto: Renata Granchi/G1)

O filhote de jacaré, com cerca de um metro e meio de comprimento, que apareceu nesta quinta-feira (15) na praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ainda não foi encontrado pelos bombeiros.

Apesar do dia chuvoso e da interdição da praia por causa do jacaré, muitos banhistas estão no mar. Homens do 2º Grupamento Marítimo estão no posto 3 da Barra pedindo para que as pessoas tomem cuidado.

"Acredito que ele tenha vindo da Praia da Macumba, pelo canal do Rio Morto e chegou aqui acompanhando a correnteza, que está sentindo Zona Sul. É complicado saber onde esta 'criança' vai aparecer. Ele pode entrar no canal e voltar naturalmente para seu habitat original. Ele deve estar desorientado", explicou, do local, o coronel Ricardo Nunes.

Segundo o coronel, as buscas vão continuar até que a equipe consiga resgatá-lo. Mais cedo, os bombeiros chegaram a ver o animal, mas ele se assustou e fugiu para o mar.