O botox do Poder


A Humanidade está duas doses abaixo do normal... meu Botafogo ainda me mata do coração... e a Vida é bela...
Não que as peneiras estejam com os dias contados. Mas os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro estão inovando na hora de selecionar os garotos das divisões de base. Antes bastava a criança ou o adolescente mostrar qualidades em alguns coletivos. De dois anos para cá, os futuros jogadores passaram a enfrentar o temido exame de dermatoglifia. Isto é, o teste que revela se as impressões digitais são ou não de um atleta de alto rendimento.
Prova disso, é o trabalho que vem sendo realizado pelo coordenador das escolinhas de futebol do Flamengo, Antônio Lima, que não abre mão da genética na colheita de talentos em potencial.
- A demanda de garotos é muito grande. Precisamos ter outros parâmetros, além dos testes de coordenação e resistência, para escolher os melhores jogadores. Não é o fim das peneiras. Mas, hoje, o exame de dermatoglifia é indispensável no intuito de potencializarmos as características dos meninos. E nos possibilita individualizar os treinamentos logo que algum garoto ingressa na escolinha - garante Antônio Lima, que está à frente de 70 escolinhas do Flamengo espalhadas por todo o Brasil.
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| Candidatos a craque do Fla também têm que passar por testes de coordenação e de resistência | |
De acordo com o doutor em dermatoglifia da Universidade Castelo Branco, Paulo Dantas, somente 3% da população mundial carregam consigo características de atletas de ponta. E, neste caso, a genética torna a seleção de garotos nas divisões de base mais objetiva. Sendo assim, é possível identidicar, por exemplo, os níveis de coordenação, força e velocidade dos candidatos a craque.
- Quem quiser se destacar no esporte, e aí incluo o futebol, tem que escolher bem seus ancestrais. Principalmente, a mãe, que é quem passa a maioria das características de atleta ao filho - brinca o professor, que há dez anos trabalha com exames de dermatoglifia no país. Mas só de dois anos para cá conseguiu formar um grupo de pesquisadores distribuídos entre Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e Madureira.
Com o intuito de comprovar a eficiência do estudo das impressões digitais, o GLOBOESPORTE.COM convidou dois ex-jogadores que fizeram história na seleção brasileira para participar do exame de dermatoglifia. O capitão do Tricampeonato, Carlos Alberto Torres, e o Furacão da Copa de 70, Jairzinho, toparam o desafio.
- Aceito passar por este teste porque acredito no poder da genética. A cada dia vão surgir novos estudos. Se eles forem levados a sério, iremos colher um melhor desenvolvimento dos atletas - afirma Torres, o mais novo capitão de uma seleção a erguer um troféu de Copa do Mundo, aos 24 anos.
Por outro lado, Jairzinho lembrou que na época em que jogava sequer existia a figura do preparador físico quanto mais a do geneticista.
- A chuteira e a bola eram bem mais pesadas. Nem imaginava que um dia haveria fisiologista no futebol, por exemplo. Agora, temos que jogar junto com a ciência. Desta forma, conseguiremos manter a hegemonia no esporte - declara o único jogador a marcar gols em todas as partidas de uma Copa do Mundo.
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| Resultado do exame de dermatoglifia em Carlos Alberto Torres e Jairzinho | ||
Feito o exame de dermatoglifia, o professor Paulo Dantas constatou que tanto o ex-lateral-direito quanto o ex-atacante da seleção brasileira apresentam alta coordenação neuromotora. Isto é, eles têm um excepcional domínio de bola e tendem a mantê-lo por mais tempo que a maioria dos jogadores, por serem dotados de uma resistência privilegiada.
Renata Victal
Estava bom demais para ser verdade. Foi o que pensou João Marcelo Vieira, 37 anos, ao participar do quadro Lata velha, no programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo. O sonho de ver seu Opala verde, ano 79, transformado em uma supermáquina durou menos de 24 horas. No dia da gravação, o vendedor não percebeu que não existia mais nada do Opala no modelo reformado. Nem no dia seguinte, quando a produção rebocou novamente o carro para a oficina, alegando que iria acertar a documentação. Meses depois, ele recebeu o carro, e só então percebeu, com o documento na mão, que o registro era uma Caravan 79.
O próprio João Marcelo demorou para entender o que estava acontecendo. O documento esclarecia as dúvidas: a Caravan marrom, que antes pertencia a Rubem de Souza, em Minas Gerais, teria sido comprada por ele próprio por R$ 4.200! O problema é que João, dono de um quiosque na Praia do Recreio, garante que nunca esteve na cidade de Ribeirão das Neves, em Minas, tampouco adquiriu o carro e muito menos assinou o documento de compra e venda. Estava, segundo ele, configurada a fraude. E começou uma odisséia em busca do verdadeiro carro.
“Me deram o documento do carro com minha assinatura falsificada e sumiram com o Opala, que era de um tio que morreu de câncer e me pediu para não vendê-lo nunca”, lembra João Marcelo. O Opala, que tinha o apelido carinhoso de Ogro, estava caindo aos pedaços, só pegava no tranco, mas quebrava galhos. O quiosqueiro nunca tinha pensado em fazer a reforma. A participação no Lata velha foi sugestão de dois clientes, os atores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima. A pedido deles, João Marcelo escreveu uma carta, entregue, em mãos, a Luciano Huck, durante uma festa. Dias depois, a produção do programa procurou pelo comerciante, fez entrevistas e fotos do carro.




