9 de setembro de 2007

Relembrando a história...

Jornal do Brasil - Sexta-feira, 10 de setembro de 1976
Para a imensa Nação Chinesa a morte de Mao Tse-tung foi um impacto violento com luto oficial de 10 dias.

A reação imediata foi uma explosão de prantos ao mesmo tempo que milhares de bandeiras vermelhas surgiam nos balcões, nas ruas, nas praças, em todos os lugares. Com os acordes da Internacional, as rádios e alto-falantes instalados em caminhões difundiam a notícia. Pais de família e donas de casa, erguiam em varas de bambu colchas, túnicas e outras peças de tecido que, de comum, só tinham a cor vermelha.

Em quase todas as capitais do mundo, o tom usado nos comentários sobre a morte do Presidente do PC chinês era de respeito, admiração e tristeza:
“A História confirmará que Mao foi um dos mais importantes homens de nossa época. A posição da China no mundo atual constitui um monumento a seus efeitos”, comentava-se de maneira geral.

Com estatura de grande homem e capacidade de modificar os destinos de milhões de pessoas. Poeta, político, soldado, filósofo e escritor – o mais publicado do mundo até então: só em 1967 foram editadas 541 milhões de exemplares de suas obras – Mao Tsé-tung, símbolo do Estado e pai da República chinesa, tinha por dever conduzir o povo de seu país a uma vida livre da fome, das doenças e da ignorância.
OS POEMAS

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CHANG SHA
TAPOTI

Sonhava com um “novo homem” capaz de arar a terra, trabalhar nas fábricas, pegar em armas e entender o pensamento político.

Mao Tsé-tung morreu sob a veneração de seus compatriotas e deixou, pelo mundo afora a imagem do profeta.
Um profeta com uma visão muito particular da morte, como confidenciou ao Marechal Montgomery:
“- Até que eu gostaria de ir ao encontro de Karl Marx.”

MAO TSÉ-TUNG
Mao Tsé-Tung nasceu em 26 de dezembro de 1893. Filho de um pequeno proprietário rural, considerado um homem rico por ter, no meio da miséria geral, um hectare e meio de terra.

Como todos os chineses de sua condição social, Mao começou a trabalhar ainda menino, aos cinco anos na lavoura. Freqüentemente escapava dessas obrigações para se dedicar a leitura. Levado pela mãe, cuja severidade contrastava a severidade quase tirânica do pai, freqüentava o templo de Buda, de quem assimilou a filosofia que veio completar uma educação. Revoltado com a crueldade das ações do governo os atos de rebeldia se tornaram freqüentes em Mao desde os 12 anos. Em 1910, Mao abandonou definitivamente a casa paterna, trocando-a por uma escola ocidentalizante de Hsiang-siang, onde tomou contato com o pensamento europeu. Aos 18 anos viverá sua primeira experiência militar, como voluntário do Exército que derrubara a dinastia.

Foi depois da Grande Marcha que Mao se torna o líder do comunismo chinês. Além de Secretário-Geral do PC, deu-lhe a chefia de um Governo, criado em 1937, com soberania sobre 50 mil quilômetros quadrados habitados por um e meio milhão de pessoas, pouquíssimo, em termos de um país superpopuloso como a China. Senhor absoluto dessa república, Mao impôs um modo de vida austero a quantos estavam sob seu mando. Ele mesmo morou durante meses numa casa escavada na encosta rochosa de uma montanha. Só ao casar-se pela quarta vez em 1939, muda-se para uma habitação de madeira mais confortável e de acordo om o seu cargo de Chefe do Governo.

O governo de Mao construiu as bases de uma economia primitiva sendo o trampolim para conquistar a China inteira. Sua preocupação foi a luta pela unidade nacional conquistando milhões de simpatizantes maoístas. A Revolução Cultural, iniciada pela arte e literatura pelos jovens da Guarda Vermelha, estendeu-se às escolas e fazendas, ao Partido e à administração. Finda a Revolução Cultural, em pouco mais de um ano a China saía do isolamento, arrebatava a cadeira ocupada por Formosa na ONU e abria as portas de Pequim para receber o Presidente dos Estado Unidos.

2 comentários:

Anônimo disse...

é um lider que deve ser estudado

spersivo disse...

Luiz,

Ele era Mao
Era mau
Como um pica-pau.
Até quiseram chamá-lo de "Tem três",
Mas, pela quantidade de filhos que fez
Teria que ter, pelo menos, quatro.
Mao
Só fica bem no retrato!