30 de abril de 2008

Não resisti e copiei do Claudio Humbero....







Ideli tem razão: o governo muda as pessoas

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A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), afirmou ontem, em discurso no plenário do Senado que "o governo Lula está mudando a vida das pessoas". Ideli está certa, pelo menos no que diz respeito a ela própria. É só conferir, nas fotos acima, a evolução da ex-radical e histérica líder sindical dos professores catarinenses para a sofisticada parlamentar de hoje (foto abaixo) que chegou ao poder há poucos anos. Veja o cabelo, a perda do peso, a pele, as roupas... O que o dinheiro não faz, hein? Até milagre.

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Foto: Orlando Brito




6 de abril de 2008

Gostei e compartilho...

05/04/2008 10:25

Ziraldo e Herzog: diferença de 800%

Perseguido pelo regime militar, Ziraldo entrou com uma ação por reparação de danos e vai embolsar uma grana federal. Terá direito a uma bolada inicial de R$ 1.000.253, 24, mais uma aposentadoria de R$ 4.375,88 por mês, até o fim de seus dias. Jaguar foi vitorioso numa ação semelhante e vai receber R$ 1027.388,29. Também terá direito a uma pensão de R$ 4.375,88.
Acho que toda vítima da ditadura tem o direito a uma reparação. Autoridades que representavam o Estado cometeram crimes e é preciso que se pague por eles. Não discuto o direito. Discuto o número. Embora seja um grande admirador de Zirado, acho essa soma vergonhosa.
Não acho que o Brasil lhe “deve essa indenização,” como ele declarou no final do julgamento.
Jornalista, como Ziraldo, adversário do regime, como Ziraldo, Vladimir Herzog foi preso, massacrado pela tortura e assassinado. Sua família teve direito a uma indenização de R$ 120 000 reais. Mário Alves, que também era jornalista, foi preso e assassinado. A família recebeu a mesma coisa. Os herdeiros de Rubens Paiva, deputado sequestrado e morto pelo porão militar, também receberam R$ 120 000.
Ziraldo esteve preso, sofreu perseguições e perdeu empregos em diversas oportunidades em função de sua atividade política. As pessoas que mencionei acima – poderia apontar outros exemplos – também. Além disso, perderam a vida. A indenização de Ziraldo é 800% maior que a delas. Ele ainda terá uma aposentadoria especial, vitalícia, ao contrário das viúvas e herdeiros dos militantes assassinados.
Numa tese de doutorado defendida recentemente na Universidade de São Paulo, com o título de “O Preço do Esquecimento: "O preço do esquecimento: as reparações pagas às vítimas do regime militar (uma comparação entre Brasil, Argentina e Chile)"a cientista política Glenda Mezarobba faz um apanhado definitivo sobre as contradições que envolveram as reparações pagas aos perseguidos.
Ela mostra que essas somas milionárias não tem relação com a luta contra a ditadura, mas expressam nosso atraso político, nossa mania de confundir a esfera pública com a privada – e nossa dificuldade para consolidar direitos e liberdades, impedindo que os mesmos erros se repitam no futuro.
Glenda explica que o valor das indenizações não se baseia na gravidade do crime cometido pelo Estado, o que seria o natural numa ação por direitos políticos, mas numa barganha econômica, pela qual quem pode mais chora menos. Na prática, o valor foi fixado por critérios econômicos, pelo poder de pressão e prestígio das vítimas, fenômenos típicos de uma sociedade desigual e injusta, como a nossa -- como Ziraldo tantas vezes explicou em seus livros para crianças.
No país do "sabe com quem está falando?," um engenheiro de estatal podia pleitear uma compensação maior que a de um operário – embora os dois fossem militantes de uma mesma causa, e pudessem ter sido sofrido o mesmo tipo de violência, nas mãos dos mesmos carrascos.
Por que? Porque se estivesse fora da cadeia, teria uma renda mensal maior. Está errado. A luta contra a ditadura envolvia, acima de tudo, uma questão de consciência. Se esse critério fosse válido, ao sair da prisão o escritor Caio Prado Junior, cuja família já foi dona de uma das maiores fortunas do país, deveria ter herdado a Petrobrás, não é mesmo?
Em países como Argentina e Chile as pessoas receberam reparações fixas por cada dia em que ficaram presas sem julgamento. As pensões tinham um equivalente no serviço público. Jamais chegaram a somas iguais as que se paga no Brasil. Também davam direito a assistência médica do Estado.
As indenizações milionárias produziram uma distorção histórica, também. Ao embolsar somas fora de qualquer critério, muitos brasileiros que, em função de seu comportamento digno durante a ditadura, deveriam ser alvo de grande admiração, hoje são vistos como cidadãos privilegiados, com acesso especial aos cofres do Estado.
Fernando Henrique Cardoso declarou à Glenda Mezarobba que, no Brasil, “todo mundo quer uma boquinha no tesouro.” Qualquer que seja sua opinião sobre o político FHC, sobre seu governo e suas idéias, eu pergunto: você acha que ele está errado?

enviada por Paulo Moreira Leite


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Estamos mais tristes.

Dizem que ficamos velhos quando começamos a ler o jornal pela página do obituário.
Hoje eu fiz e li...


06/04/2008 09:27

O mundo de Charlton Heston


Era bom viver no universo de Charlton Heston. Eu tinha menos de dez anos quando assisti a Ben Hur.
O filme tinha cenas que provocavam medo, daqueles de tapar os olhos com as mãos. Mas também exibia a célebre corrida de bigas, velozes e barulhentas.(Pais e professores cismavam que o nome certo seria quadrigas, já que eram formadas por quatro corcéis maravilhosos).
Como é possível esquecer tudo isso?
O cinema daquele tempo era o espelho de um mundo que queria dar a impressão de que vivemos num mundo organizado pela razão e pela ordem, a partir de valores sólidos e uma idéia clara de progresso. A realidade não era nada disso. Nada parecia provisório nem descartável.
Os personagens daquele cinema não eram tipos inseguros, no centro de um roteiro de passagens sem nexo e final ambíguo. Os filmes tinham o direito de contar mais uma vez a história da humanidade em apenas duas horas. O final era sempre feliz e quase sempre edificante.
Vivia-se a Guerra Fria. Hollywood queria ajudar a cimentar consensos, produzia histórias que eram exemplos para se contar aos filhos, os heróis pareciam pessoas de verdade.
Pensava-se que a vida era mesmo asssim.
Em 60 anos de carreira, Charlton Heston encarnou o início, apogeu e queda deste cinema. Antes de Ben Hur, foi Moisés nos anos 50. Uma década depois, em 1968, anunciou os novos tempos como protagonista de O Planeta dos Macacos, um dos primeiros e mais surpreendentes filmes a sustentar a idéia de que a passagem do homem sobre a Terra pode ser definida como um fiasco. Em 1975, fez Aeroporto, o início do cinema-catástrofe.
Com o passar dos anos, sua carreira de ator ficou escondida por sua atividade política, como cabo-eleitoral do Partido Republicano e lobista da industria de armas americana. O cinema e a política perderam.
Rosto de um mundo que não existe mais, Charlton Heston foi estrela de um cinema que tinha alguma coisa de templo, tamanha a reverência merecida por aqueles homens e mulheres que apareciam na tela depois que as luzes se apagavam. Vi Ben Hur no Cine Metro, na avenida São João, em São Paulo, então um local nobre da cidade que hoje é ocupado por famílias de trabalhadores pobres em convívio forçado com dependentes químicos, traficantes e pequenos bandidos de todas especialidades. São outros tempos – e não só para o cinema.


enviada por Paulo Moreira Leite

Polêmico, consciente sem hipocrisia. Tinha sua conveniência...
Estou ficando velho.