31 de março de 2006

Um pouco de Madureira

Tenho um carinho especial por Madureira. Na minha infância fui lá muitas vezes com minha mãe para visitar parentes e fazer compras. Sim, Madureira é talvez o principal Centro Comercial do suburbio do Rio, tem mais faculdades e assistência médica que a maioria dos municípios brasileiros.
Tem a Portela, Tradição e Império Serrano na elite das Escolas de Samba e tem o Madureira Esporte Clube.

O estádio , chamadao de Aniceto Moscoso, tem capacidade para 10.000 espectadores e é um verdadeiro alçapão, os grandes sempre penam quando jogam lá.
Minha homenagem ao sucesso do Madura, Campeão merecido da Taça Rio, finalista com o meu Botafogo, Campeão merecido da Taça Guanabara, do Campeonato Carioca.
Que vença o melhor (claro que é o Fogão!).



Um pouco da história de Madureira, o melhor futebol, samba e amor no Subúrbio do Rio...


"Desde a colonização do Rio de Janeiro até meados do século XIX, toda essa região que compreende os treze bairros da XVª.RA não passava de um conjunto de pedaços de grandes fazendas, dentre as quais se destacava a Fazenda do Campinho, um dos primeiros núcleos de ocupação desse território.
Em sua imediação passava a primeira grande artéria de ligação do centro com a baixada: a longa Estrada Real de Santa Cruz, que compreendia, parcialmente, as atuais Av. Suburbana, Ernani Cardoso e a Estrada Intendente Magalhães. A rua do Campinho, também parte da atual Ernani Cardoso, era a principal via do lugarejo. Por ela se fazia a entrada do local, também chamado de Campinho, cujo nome permanece no bairro vizinho, nas imediações de Madureira. Nessa rua começou a desenvolver-se o núcleo urbano, que até o final do século XVIII tinha características rurais pois além da Fazenda do Campinho, existia também naquelas terras o Engenho do Portela, considerado pelos historiadores o mais antigo marco documentado de toda aquela região.
Embora a história desses bairros começassee com o início dessa colonização, ainda século XVII, foi só a partir do século XIX em diante que pessoas e fatos deram início aos principais capítulos que determinariam o seu destino. Foi nesse período que por ali surgiu a figura de Lourenço Madureira, um simples boiadeiro que recebeu por arrendamento uma determinada área da Fazenda do Campinho, e, mais tarde, se popularizou pela vitória na ação da disputa que lhe impôs a viúva do Capitão Francisco Inácio Couto, Dona Rosa dos Santos. Ao falecer o Capitão Couto, Dona Rosa fez doações de terras da fazenda e o inventariante Domingos Lopes recebeu parte delas. Com o passar do tempo outras fazendas foram se dividindo e subdividindo até se transformarem em chácaras. A medida que dividia-se a terra multiplicavam-se os homens e assim, surgia a sociedade local.
Em 1858, a Estrada de Ferro Central do Brasil inaugurou o primeiro trecho de sua linha férrea que ligava a Estação de D. Pedro II até pouco mais de 15 quilômetros do seu ponto final, o trecho suburbano que chegava somente a Estação de Cascadura, onde, através de um desvio, a linha conduzia à Fábrica de Artigos Pirotécnicos do Exército, em cujo as instalações hoje se aloja o 15º RC MEC, no atual largo do Campinho. Mais tarde a fábrica mudou de endereço e em seu lugar surgiram moradias de pequenos proprietários agrícolas. Da antiga "estação laboratório", como era então conhecida a parada da fábrica do exército, em 1896, com o progresso da localidade, a pequena parada foi elevada à categoria de Estação e indicada para designá-la, o nome de Domingos Lopes que, com sua grandeza preferiu abdicar da homenagem em favor do nome de Lourenço Madureira, para que sempre fosse lembrado o nome do grande pioneiro e incentivador da região.
Mais tarde Domingos Lopes e sua esposa, Clara Simões, ficariam eternizados ao virar nomes de duas das principais ruas do futuro bairro de Madureira. Dona Clara, ainda, por sua vez, entraria para história local, pois foi na sua chácara que se ergueu a Estação D. Clara para permitir o retorno dos trens suburbanos. A chegada do trem deu grande impulso a Cascadura. Até o início do século XX ela foi a mais importante Estação da linha suburbana. Em ambos os lados da linha férrea, próximos a Estação, o comércio se instalou e teve um desenvolvimento promissor. Depois, ao tronco ferroviário suburbano veio se juntar a Linha Auxiliar a percorrer a outra parte da região. Só em 1890 é que foi estendido os trechos da ferrovia até a Estação de Madureira, hoje conhecida como Estação de Magno, posteriormente, viriam outras estações, dando continuidade ao prolongamento da ferrovia que se estendia pelos subúrbios da central.
Em 1928 a Light adquiriu a concessão da linha e quando, em 1937, os bondes puxados por tração animal foram substituídos pelos modernos bondes elétricos, o transporte ferroviário ficou mais rápido, permitindo que muitos desses bairros prosperassem imediatamente. Foram do bairro de Madureira os últimos bondes puxados a burro a desaparecerem da cidade do Rio de Janeiro.
Assim, Madureira e seus bairros adjacentes davam seus primeiros passos na escalada ao progresso, e quando chegou o a época dos ônibus, veio Mário Bianchi e montou seu império através da sua popular Viação Suburbana. Os ônibus eram necessários para a comunicação dos bairros que se expandiam em todas as direções. A medida que a região prosperava eram abertas novas ruas e avenidas. Entre as vias mais antigas da Região, consta-se as já citadas Av. Suburbana, Ernani Cardoso e a Estrada intendente Magalhães. A Av. Suburbana com seus quase 10 quilômetros de extensão, quando implantada, passou a ser a grande via de acesso desses bairros rumo ao centro da cidade. A excelente malha viária permitia um fácil fluxo de trânsito e, na década de 60, o Viaduto Negrão de Lima, o maior do município em volume de extensão, com suas três longas pistas interligando as áreas de D. Clara, Portela e Magno, viria fazer a integração de suas principais artérias. Nesse aspecto, vale ressaltar também a importância da Avenida dos Italianos e do Viaduto Monsenhor Carlos Fernandes que liga os bairro de Turiaçu e Rocha Miranda.
Não demorou muito para que o comércio se tornasse a principal atividade da região com destaque para o antigo e tradicional Grande Mercado de Madureira, o popular "Mercadão". Situado em pleno centro comercial de Madureira, o "Mercadão" surgiu na década de 30 em terreno onde hoje se encontra a quadra do Império Serrano. Possui o mais variado comércio com aproximadamente 650 lojas em suas 12 galerias e é considerado o fator da implantação do comércio local. Ao lado do Mercadão desenvolveu-se todo tipo de atividade comercial que, expandindo-se, viria a tornar-se na maior característica do bairro. Principalmente por sua privilegiada localização, Madureira é, por vocação, um fenômeno comercial, transformando suas ruas e passarelas num imenso shopping a céu aberto. Hoje, com suas mais de três mil lojas, o bairro apresenta a maior concentração comercial do Rio de Janeiro, o que o coloca em terceiro lugar na arrecadação de ICMS do município. Além das lojas, possuí também galerias comerciais famosas como a São Luiz e os mini-shoppings Polo I e Tem tudo. Encontra-se ainda no bairro o maior Shopping Center da cidade, o Madureira Shopping Rio. Com seus quase 15 anos de existência, tem hoje cerca de 212 lojas distribuídas em três pavimentos. Mais de um milhão de pessoas circulam anualmente pelos seus corredores e no período natalino esta freqüência tende sempre a dobrar.
No setor industrial, que não é o forte da região, destaca-se uma fábrica de porte detentora de uma das mais famosas marcas de biscoitos, a Piraquê. Responsável por uma característica bastante peculiar de um bom pedaço da região aonde ela está instalada, a fábrica, costuma exalar um delicioso aroma adocicado no ar capaz de abrir o apetite de qualquer um.
Com relação as atividades prestadoras de serviço, a região é bem servida de escolas, faculdades, cursos e colégios, sendo alguns estabelecimentos dos mais tradicionais do Rio de Janeiro como o Colégio Santa Mônica, a Escola Normal Carmela Dutra e a Universidade Estácio de Sá em Madureira, assim como os colégios Salesiano, em Rocha Miranda e José Acciolli, em Marechal Hermes. Há ainda Escolas Técnicas importantes como a Escola Técnica Estadual Visconde de Mauá, também localizada em Mal. Hermes, e a Fundação Técnica Educacional Souza Marques, em Cascadura.
Na área da saúde possui renomados hospitais públicos e particulares como o Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, que no início do século XIX teve suma importância no tratamento especializado para tuberculosos. Também encontra-se em Cascadura o Hospital de Clínicas Brasil-Portugal, atual N.S. Aparecida. Do outro lado, temos, em Mal. Hermes, o famoso Hospital Carlos Chagas seguido da Maternidade Alexandre Fleming, que já foi premiada pelo UNICEF como uma das melhores do município, e o não menos importante, Hospital Carmela Dutra, em Rocha Miranda. Há destaque ainda para a Clínica Neurológica Dr. Carlos Bacelar, uma clínica particular situada em Madureira.
No setor da segurança, esta vasta região conta com 4 DPs: - 28º - Campinho, 29º - Madureira, 30º - Marechal Hermes e a 40º em Honório Gurgel e é muito conhecida também por ter unidades militares famosas: o 8º GBM - Comando de Bombeiros da Área Metropolitana, em Campinho, e as unidades da Polícia Militar como o 9º BPM de Rocha Miranda e o 3º BPM do Méier, que apesar de estar fora da região responde pelos bairros de Quintino e Cavalcanti. Nela também se encontra o histórico 15º RC.MEC (Exército) de Madureira, e, em Mal. Hermes, o DCI - Depósito Central de Intendência da Aeronáutica, a Base Aérea dos Afonsos e o respeitável Museu Aeroespacial, que está classificado entre os 10 melhores museus de aeronáutica do mundo.
Sendo um excelente celeiro para os políticos mais bem votados, a crescente região possui 9 Zonas Eleitorais que compreendem uma população residente estimada em cerca de 373.110 habitantes distribuídos numa área atual de 3.078,3 Km2, colocando-se em 5º lugar entre as regiões mais populosas do município.
Quando se fala em lazer, a região registra, principalmente, no passado de Madureira, uma época em que o teatro era bem mais popular. Foi lá que se instalou, na rua Carolina Machado, o primeiro grupo fixo de artistas profissionais de teatro em toda a área suburbana, sob o comando de Zaquia Jorge, a "Vedete-estrela do Subúrbio", cuja eternidade foi conquistada através do famoso samba "Madureira Chorou..." e, também, por ter sido o tema-enredo do Império Serrano no carnaval de 1975.
Na atualidade, o lazer se faz presente em cada esquina da região que é repleta de boates e bares famosos como o Amarelinho de Cascadura e o Tem Tudo de Madureira, e por clubes tradicionais no estilo do Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, o popular "Sargento" do bairro de Cascadura. Para os que buscam uma diversão bem mais sensual, é fácil encontrar motéis luxuosos a disposição, concorrentes a altura do Carícia, em Madureira, o motel mais freqüentado da região suburbana do Rio.

Se formos falar do que é motivo de orgulho e paixão para os moradores locais, e das coisas que representam verdadeiros patrimônios para esta vasta comunidade, temos de começar falando da famosa Capela de São José da Pedra. A igreja, com uma vista panorâmica de Madureira e adjacências foi construída em 1901 por mãos escravas da antiga Fazendas do Campinho ou do Engenho do Portela, tornando-se uma das primeiras Igrejas dessa região, mas somente em 1978 é que lhe foi acrescentada uma escadaria para facilitar o acesso dos fiéis a capela, tendo esta 336 degraus, um a mais que a escadaria da Penha. A branca capela rústica é chamada de São José da Pedra por existir ao seu lado uma grande pedra que sobrepõem-se a outra menor, formando uma gruta. O culto a São José em sua capela tem origens em histórias de caçador, milagres e outros fatos entre o real e o imaginário. Também localiza-se em Madureira, a Igreja de São Luiz Gonzaga, matriz do bairro desde 1915, que teve por seu construtor o Padre Manso, seu primeiro vigário, hoje homenageado com nome em uma das ruas mais movimentadas do bairro. Em Rocha Miranda, temos que citar a Paróquia de Santa Bárbara. Construída na década de 50, ela se destaca na paisagem do bairro pela beleza de sua arquitetura incomum, de forma triangular, formada por três triângulos sobrepostos repletos de vitrais.
Tombado pelo patrimônio histórico, temos o Coreto da Praça Quintino Bocaiúva, no bairro de mesmo nome e um outro exemplo disto é a beleza da Estação de Mal. Hermes, uma das mais belas construções arquitetônicas do Rio tombada pelo (DGPC) Departamento Geral de Patrimônio Cultural do Município do Rio de Janeiro. Inaugurada em 1912, durante o governo do então presidente Marechal Hermes da Fonseca, a obra foi influenciada pelo estilo inglês, característicos das estações ferroviárias daquele país. Vale ainda ressaltar que no aspecto histórico, deve-se a ela, também, o desenvolvimento desse bairro operário.
Podemos considerar também como verdadeiros patrimônios, a quantidade de gente bamba que nasceu nesse imenso pedaço de subúrbio onde se cultua religiosamente o samba e o carnaval. São tantos os astros e estrelas que de lá surgiram e alcançaram projeção nacional, particularmente na nossa MPB, que seria injusto cita-los porque a lista é imensa. Estrelas que brilham no céu, estrelas que reluzem na terra, que cantam e encantam, povoando nossos sonhos com suas eternas lembranças e canções.
A vocação e consagração de Madureira como Centro Comercial não excluiu as manifestações locais de cultura popular. Ao contrário, a estas se deve muito da projeção do bairro em nível nacional e internacional. Muito antes das Escolas de Samba, nas quais Madureira foi Pioneira, o futebol teve no Madureira Esporte Clube seus dias de glória e um passado histórico honrado desde 1914 com o Fidalgo Futebol Clube e o Magno, que se fundiram em 1933 dando origem ao Madureira. Vice-campeão da cidade por diversas vezes, tornou-se motivo de orgulho não só para os moradores do bairro como para toda a vizinhança dessa área do subúrbio.
Se no passado havia motivo de orgulho com o futebol, no samba, esta região se excedeu por ter trazido à luz, três das Escolas de Samba que se encontram no Grupo Especial, transformando-se no império máximo do samba pois são de Madureira a Portela e o Império Serrano e de Campinho a Tradição. A Escola de Samba Portela, nasceu do bloco "vai como pode" em 1923. Foi ela quem introduziu nos desfiles as alegorias, em 1929, e o samba-enredo, em 1931 e também outras inovações de bateria e vários passos que foram incorporados por outras escolas. A "azul e branca" de Madureira, é a escola que possui mais títulos de campeã dos desfiles sendo que nos anos de 1941 a 1947, obteve 7 títulos consecutivos voltando a ser campeã em 53, quadricampeã de 57 a 60, campeã em 62,64,66 e 70 e dividindo o primeiro lugar em 1980 e 1984. A Império Serrano, nas cores verde e branco, foi fundada em março de 1947 por um grupo dissidente da extinta Escola de Samba "Prazer da Serrinha", sendo campeã logo nos quatro primeiros anos em que participou dos desfiles de 1948 a 1951, voltando a ser campeã em 55,56,72 e em 82 com o antológico desfile "Bum Bum Paticumbum Prugurundum". Uma de suas característica é o uso da frigideira, dos pratos metálicos e dos agogôs usados em sua bateria. A Tradição foi fundada a partir de uma dissidência da Portela em 1984 por Nésio Nascimento filho do legendário Natal da Portela. Mais de mil componentes da antiga escola colaboraram para que num espaço de tempo relâmpago ela chegasse ao Grupo Especial onde, apôs algumas decidas, tem se mantido com destaque pela beleza dos seus desfiles. Os ensaios das Escolas de Samba de Madureira e Campinho são concorridos atraindo um grande público de diversas regiões e vários turistas. Mas encontram-se também nesta região as não menos importantes co-irmãs, pertencentes aos grupos da Associação da Escolas De Samba do Rio de Janeiro, que detém também um passado de glórias em suas histórias, principalmente como redutos de resistência da cultura popular afro-brasileira. São elas: a Em Cima da Hora, no bairro de Cavalcanti, a União de Jacarepaguá, no Campinho e o Arrastão de Cascadura e a União de Vaz Lobo, nos bairros respectivamente de mesmo nome."

30 de março de 2006

CONDIMENTO UNIVERSAL


Apreciado há mais de 3 000 anos, o gengibre é uma especiaria popular em todo o mundo
Por Patrícia Ferraz
Foto Mônica Varella




Uma das especiarias mais conhecidas pela humanidade, o gengibre existe há pelo menos 3 000 anos. Já gozava de popularidade no Oriente Médio e no sul da Europa bem antes do Império Romano, quando passou a usufruir de elevado status. Condimento poderoso, capaz de refrescar e fazer arder ao mesmo tempo, imprimindo ainda leve toque adocicado, é a raiz de uma planta cientificamente chamada de Zingiber officinale. Seria originário do Sudeste Asiático, possivelmente da China, de acordo com a publicação An Illustrated Guide to Herbs (Anna Kruger, Dragon's World Book, 1992, Londres).

Durante o Império Romano, o gengibre atingiu preços altíssimos, tornando-se uma das mais valorizadas especiarias. Mas isso não aconteceu por conta de seu uso culinário, que era mínimo na época, e sim devido às propriedades medicinais. Segundo o livro The Food Lover's Tiptionary (Sharon Tyler Herbst, William Morrow, Estados Unidos, 2002), o gengibre constitui de fato um importante antioxidante, antiinflamatório; alivia a náusea; afina o sangue; e combate as bactérias. Por isso, mesmo com a queda do Império Romano, o comércio da especiaria prosseguiu intenso na Europa. Na Idade Média, já era tão amplamente utilizado como a pimenta.

Nesse período, o gengibre era comercializado também em conserva - e passou a integrar inúmeras receitas. A publicação inglesa The Oxford Companion to Food (Alan Davidson, Oxford University, 1999) defende a hipótese de que o pão de mel, que tem a especiaria como ingrediente, tenha surgido na mesma época. A cozinha medieval empregava amplamente o gengibre em receitas doces e salgadas. Usava-o inclusive para disfarçar defeitos e odores de produtos estragados. Em torno do século XVIII, a utilização do gengibre no Ocidente tornou-se restrita aos doces. A especiaria passou a emprestar sua personalidade marcante apenas aos bolos, pães e assados. Na cozinha asiática, ao contrário, sempre foi empregada nos doces e salgados e é tão popular que só perde em prestígio para o sal. Com a crescente influência da culinária asiática, durante o século XX, o gengibre volta a ser cada vez mais presente nos pratos salgados ocidentais.

Pode ser consumido fresco, fatiado em finas lâminas, ou seco, como preferem os chineses. No Japão, o gengibre costuma ser preparado em forma de picles - batizado de gari - e serve de condimento para o sushi. Nos países ocidentais, é mais empregado em pó. Na Tailândia, vai fresco aos pratos e copos - além de ser a estrela principal de um drinque famoso, chamado de khing shot. O chá de gengibre é popular em Kashemira, na Índia, e o óleo serve de aromatizante para a cerveja. Quando cristalizado, faz as vezes de confeito, no fim da refeição.

A Índia produz mais da metade do gengibre consumido no mundo. Outros importantes fornecedores são Jamaica, China, Taiwan, Tailândia e Nigéria. Recentemente, a Austrália ingressou nesse time. O melhor gengibre é o mais jovem. Quanto mais novo, mais delicado e saboroso. Na hora da escolha deve-se optar pelas raízes menores e pouco enrugadas. São justamente as mais novas e melhores. Para conservá-lo, o indicado é envolver a raiz em papel-toalha e colocá-la sem saco plástico na geladeira - dessa forma, poderá durar várias semanas.
Fonte: Revista Gula

29 de março de 2006

Será assim, nas finais, claro!







Preocupa e mete medo...

Botafogo perde jogo-treino para o Angra: 2 a 1
Time alvinegro teve que ouvir olé da torcida local
LANCEPRESS!

Único time do Rio de Janeiro fora da Copa do Brasil, o Botafogo também não vai bem em sua preparação para a decisão do Campeonato Carioca, nos dias 2 e 9 de abril. Em jogo-treino realizado na tarde desta quarta-feira, o Alvinegro foi derrotado pelo Angra Esporte Clube, time da Segunda Divisão do Estadual por 2 a 1, no Estádio Municipal de Angra dos Reis.

No primeiro tempo, os titulares perderam por 1 a 0. Já os reservas, que atuaram na etapa final, também levaram um gol, mas, pelo menos, fizeram um. Os gols foram marcados por Jymmy e João Carlos, do Angra, e Ataliba.

Velhas falhas aconteceram tanto no meio-de-campo, como na defesa. No fim da partida, a pequena torcida do Angra ainda pôde gritar olé a cada toque de bola do time da casa.
Seráááááá?

Mais um exemplo de que temos solução... Vamos divulgar.

Copiado literalmente do blog MOSCA NA SOPA - Crônica, Jornalismo e Opinião do Roberto Andrade. Vale a pena visitar (link ao lado ou clicando aqui).



Quarta-feira, Março 29, 2006

Extra! Extra! Extra!

QUE MARAVILHA O BOM JORNALISMO !

"Jornalismo é a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter." Cláudio Abramo (1923-1987)

"Luiz Claudio Cunha faz parte dos seleto clube dos grandes jornalistas brasileiros. É um cara íntegro, correto, bom profissional, que já enfrentou mundos e fundos em nome do bom jornalismo. Conheci seu trabalho em 1978. Eu, muito jovem, entrando na Faculdade de Jornalismo em Porto Alegre. Ele, repórter da Revista Veja, investigando junto com o colega João Batista Scalco o sequestro por policiais brasileiros do casal de uruguaios Universindo Diaz e Lilian Celiberti.

Este caso virou ícone dos tempos perversos em que governos militares do Brasil, Uruguai, Argentina e demais países latino-americanos se associavam no crime e no castigo, sem limites ou barreiras. Cabia aos bons jornalistas defenderem o que restava da cidadania. Sobre este tema recomendo assistir -a quem conseguir uma das raras cópias existentes- ao belo e comovente documentário Cone Sul, dos jornalistas e cineastas João Guilherme Reis e Enio Staub, por quem privo enorme carinho e respeito.

A necessidade deste preâmbulo se argumenta em função da relevância profissional das pessoas que citei. Voltemos ao fato. Luiz Claudio Cunha era até a última sexta-feira editor de Política da sucursal de Brasília da Revista ISTOÉ. Fez um minucioso e eficiente trabalho de investigação sobre o rumoroso caso do caseiro Francenildo, envolvendo o ministro Palocci, seus assessores atuais e os deserdados de Ribeirão Preto.

O veterano repórter da Isto É terminou seu trabalho na noite da quinta-feira, dia 23, certo que tinha em mãos a história completa. Já sabia e havia transcrito com precisão no conteúdo de sua reportagem os principais movimentos e personagens do "caso Francenildo". Citava claramente o ministro Palocci como provável mentor de toda operação, bem como informava que a cópia do extrato de Francenildo caíra nas mãos da imprensa distribuída pelo assessor de comunicação do ministro, jornalista Marcelo Netto.

Para surpresa de Luiz Cláudio Cunha, 55 anos de vida, 37 de jornalismo, o texto final, editado em São Paulo por Carlos José Marques, diretor-editorial da IstoÉ, não citava em nenhum momento o nome do ministro Antônio Palocci e omitiu completamente as informações repassadas sobre o "trabalho" feito pelo assessor de imprensa Marcelo Netto, então suspeito de responsabilidade no crime (hoje confirmado).

Ao saber do teor do que seria publicado, Luiz Claudio Cunha, Editor de Política da "Isto É" em Brasília, recusou-se a assinar a matéria. E preparou um carta aberta a Carlos José Marques, seu "chefe" em São Paulo, que decidira adaptar o texto do repórter a conveniências pessoais ou empresariais, o que ainda não está claro.

A carta de Cunha foi aberta por que estava endereçada ao mesmo tempo para Domingo Alzugaray, manda-chuvas da Editora Três, dona da "Isto É", e Alberto Dines, um dos mais respeitados jornalistas brasileiros, editor do excelente Observatório da Imprensa, o mais qualificado espaço de debates sobre o jornalismo na Internet. E fora dela também.
Eu, do alto dos meus 24 anos de múltiplas atividades em rádio, tv e jornal, já vi coisas muito bem escritas. Mas esta carta de Luiz Cláudio Cunha endereçada ao dono e ao editor-chefe da revista para a qual trabalhava é um documento histórico no jornalismo brasileiro. Poucas vezes uma única pessoas falou tantas verdades ao mesmo tempo.

Recomendo aos mestres que tanto lutam para educar seus jovens e dispersos alunos nas centenas de faculdades de Jornalismo que pipocam pelo Brasil, que leiam este texto em sala de aula. A carta é, também, muito adequada às redações de todo País, imersas em inexplicável catatonia corporativa travestida de sabe-se lá que projetos e ideais, quase todos personalistas e vazios."

CARTA AO CHEFE
por Luiz Claudio Cunha









- ROBERTO ANDRADE, 12:05 AM

27 de março de 2006

Ver-o-Peso festeja hoje seus 379 anos


O Ver-o-Peso completa hoje 379 de existência. O complexo surgiu quando os portugueses resolveram cobrar impostos de tudo que entrava ou saía da Amazônia. A história do complexo se confunde com a da própria cidade. Não é à toa que a feira e o mercado do Ver-o-Peso são até hoje o principal cartão postal da cidade.

No local, encontram-se ervas medicinais para banhos recomendados pelas 'mandingueiras', frutas regionais como o uxi e o bacuri, artesanatos, utilidades domésticas, carnes, peixes e temperos, além de diversificados pratos feitos na hora que variam entre a culinária regional e o peixe frito com o suco do açaí.

É assim, há quase 400 anos, a rotina do maior mercado paraense, que borbulha desde as primeiras horas da manhã. O amor dos feirantes e comerciantes pelo local é emocionamente e as histórias retratam uma vida inteira de luta pelo pão de cada dia.

Para celebrar a data, todos os órgãos da administração municipal se uniram para levar ao complexo uma grande festa. A programação da Prefeitura de Belém começou no último dia 20 e se intensificará desde as primeiras horas de hoje. As secretarias Municipais de Economia (Secon), de Saúde (Vigilância Sanitária) e de Saneamento (Sesam), além da Guarda Municipal e a Polícia Militar fizeram, no último dia 23, uma operação de reordenamento dos feirantes.

A programação de aniversário começou com a lavagem do mercado, no dia 20 deste mês. No dia 22, houve nova operação de limpeza. Agora, 25 homens estão trabalhando na varrição e conscientização dos feirantes. O local está sendo limpo quatro vezes durante o dia e três no período noturno. Cinco agentes de educação ambiental trabalham na área para conscientizar os barraqueiros da importância do destino correto do lixo. Os pequenos comerciantes estão sendo orientados a colaborar com a fiscalização, denunciando situações irregulares através do serviço 0800-7261036, que funciona diariamente, das 8 às 20 horas.

O Ver-o-Peso tem 1.260 equipamentos cadastrados (entre barracas, boxes, tanques, arreados, lojas e talhos). Desses, 1.069 são barracas. O complexo envolve a feira, o Mercado de Ferro e o Mercado Francisco Bolonha. Estão cadastrados pela Secon 1.105 feirantes, a maioria deles no setor de hortifrutigranjeiros (405).

Fonte: ORM
Parabéns!
Espero em breve poder voltar a frequentar e continuar mostrando aos meninos os variados tipos de frutas, peixes e ervas. Sem esquecer das pimentas.
Prá fazer a feira com tudo das ilhas e tomar uma gelada escutando as histórias dos ribeirinhos.


25 de março de 2006

Relembrando notícias...

Congresso evolui, mas falta moralizar o mandato
Maria Lima e Lydia Medeiros
Brasília

Fechado nos anos de chumbo da ditadura, o Congresso Nacional, principal instituição de representação da sociedade civil, perdeu de 1963 a 1979 nada menos que 151 deputados e tantos outros senadores cassados pelos chamados Atos Institucionais por se rebelarem contra o regime. A partir de 1985, com a queda dos militares, a criação da Nova República e a posse de José Sarney como o primeiro presidente civil, o Parlamento brasileiro se transformou no principal instrumento do processo de redemocratização. Conquistadas bandeiras históricas como a instalação de uma Assembléia Constituinte soberana, a democracia brasileira se consolidou ao longo desses 20 anos, com avanços e problemas. Entre os avanços estão a criação de instrumentos de participação popular como a Comissão de Participação Legislativa, as ouvidorias, os conselhos de ética e os veículos de comunicação próprios como a TV e internet.
Para aprimorar daqui para a frente, a principal meta é a aprovação de uma reforma política que retome a exigência da fidelidade partidária e a moralização do mandato parlamentar, a disciplina do lobby e o fim do corporativismo e do fisiologismo que deixam em segundo plano as minorias desorganizadas.
O maior problema hoje é a infidelidade partidária, o troca-troca, até com suspeita de venda e aluguel de mandatos. Nas três últimas legislaturas, nada menos que 573 deputados mudaram de partido, alguns até oito vezes, como João Caldas (AL), quarto secretário da Câmara, hoje no PL.
— O grande desafio hoje é fazer a reforma política para democratizar a democracia com o financiamento público das campanhas, o voto em lista e acabar com o troca-troca — diz o presidente do PT, José Genoino.
— É preciso saber qual reforma política. Basta cumprir a Constituição para moralizar os mandatos. As leis são afrontadas por todos e o principio básico da proporcionalidade dos partidos não é respeitado, chegando-se a essa coisa espantosa de um deputado trocar duas vezes de partido num mesmo dia. Antigamente isso era feio, mas hoje a sociedade tolera — critica o ex-ministro da Justiça Paulo Brossard, um dos responsáveis, na Nova República, pela remoção dos chamados "entulhos autoritários".
Um dos avanços citados por parlamentares foi a instalação de processos de investigação de corrupção sem traumas, entre eles o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo. De 1987 até hoje outros 17 deputados foram cassados por corrupção, quebra de decoro parlamentar ou mesmo assassinato. Dezenas de outros parlamentares renunciaram para não serem cassados, entre eles senadores poderosos como Jader Barbalho (PMDB-PA) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). O senador Luiz Estevão foi cassado por quebra de decoro parlamentar.
Os lobbies pesados das grandes corporações também dominaram votações no Congresso, provocando a subrepresentação das minorias desorganizadas. Na votação do projeto da biossegurança, por exemplo, de um lado estavam multinacionais como a Monsanto financiando a campanha pela aprovação dos transgênicos, e do outro os grandes laboratórios interessados nas pesquisas com embriões humanos. Para se ter idéia da sofisticação do lobby, a empresa Pater, que assessorou os laboratórios, cuidou da campanha que levou ao Congresso deficientes físicos que emocionaram o país com seus problemas de saúde.
— Os grandes lobbies se institucionalizaram através das frentes parlamentares dos ruralistas, da saúde ou da educação. Já minorias como as mulheres pobres que lutam pela liberação do aborto em hospitais do SUS, essas não conseguem ver aprovados seus interesses. Sozinhos, os movimentos feministas não têm força — diz o cientista político Antonio Augusto Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoramento Parlamentar (Diap).
Primeiro presidente civil depois da ditadura militar, o senador José Sarney (PMDB-AP) afirma que o país não apenas restaurou a democracia e fez o Congresso voltar a funcionar, mas criou uma sociedade democrática:
— Foi o mais bem sucedido processo de redemocratização da América Latina. O poder político assumiu o controle do país.
Sarney acha que os próximos passos devem ser em direção a uma democracia social, com distribuição de renda mais justa.
— Mas ultrapassamos uma etapa. A democracia liberal veio para ficar no país. Neste ponto, é o fim da História — diz.

Qual a sua avaliação? Houve alguma modificação no pensamento dos Congressistas?
Reparem que a data é anterior às declarações e acusações do Roberto Jefferson...
JBosco, jornal O Liberal

Um cheiro de revolução no ar

Imagine que você está no saguão do aeroporto esperando o seu vôo. Imagine que você está em um vagão de metrô. Imagine que está na praia. Agora imagine ter acesso à programação de sua TV a cabo através do seu celular nestas situações. Isto é possível desde ontem, nos EUA, graças à Sling Media. No meio do ano passado, a empresa lançou um produto extremamente interessante: um aparelho chamado Slingbox (US$ 250,00, do tamanho de um pacote de maços de cigarros) que, conectado a um computador com acesso à internet, permite ao usuário assistir à programação de sua TV a cabo, em tempo real, de qualquer outro computador em qualquer lugar do mundo com acesso à internet. Vou tentar explicar: você assina a Net ou TVA ou outra prestadora desse serviço. Você conecta o Slingbox no aparelho de sua prestadora de TV a cabo e no modem/roteador pelo qual a internet é acessada. Pronto: agora você pode assistir a todos os programas de sua TV a cabo de qualquer computador e, desde ontem, também de celulares e PDAs (rodando o sistema Windows Mobile), obviamente com acesso à internet (de preferência com banda larga).

O Slingbox, design questionável...


Tudo começou com a paixão pelo beisebol dos irmãos Blake e Jason Krikorian, dois dos fundadores da Sling Media, junto com Bhupen Shah. Como eles viajavam bastante, não podiam ver as transmissões de seu time preferido, o San Francisco Giants, quando estavam fora de sua cidade. Após várias versões e tentativas chegaram ao produto hoje comercializado, que já recebeu inúmeros prêmios, entre os quais o Best Inventions (Time), Best Products (Business Week), Innovations 2006 (PC World) e 25 Breakout Companies (Fortune). Com quase 50 milhões de dólares em caixa, injetados recentemente por investidores, a Sling Media está com gás suficiente para continuar uma revolução que está apenas começando.


Esquema de funcionamento do Slingbox

Copiado de Feira Moderna, o blog do Beto Largman - Jornal O Globo

24 de março de 2006

"Na política, os ódios comuns são a base das alianças".

"Os costumes, cuja excelência torna o governo quase inútil e cuja corrupção o torna quase impossível."

"A liberdade da imprensa não faz sentir o seu poder apenas sobre as opiniões políticas, mas também sobre todas as opiniões dos homens. Não modifica somente as leis, mas os costumes (...) Amo-a pela consideração dos males que impede, mais ainda do que pelos bens que produz".

"Despotismo pode governar sem fé, mas liberdade não pode. Como será possível aquela sociedade escapar da destruição, se o nó moral não é fortalecido em proporção ao quanto o nó política é relaxado? E o que pode ser feito com pessoas cujos próprios mestres são, ou se eles não são, submissos à Divindade?"


Alexis-Charles-Henri Clérel de Tocqueville (29 de julho de 1805, Paris, França - 16 de abril de 1859, Cannes, França), filósofo e historiador francês.
"Há uma infinidade de erros políticos que, uma vez cometidos, tornam-se princípios".

Guilherme Thomas François Raynal (12 de abril de 1713, em Aveyron, - 6 de março de 1796); religioso e filósofo francês. Utilizou o nome L'Abbé Raynal quando pertenceu à Companhia de Jésus.
"O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles."

"O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação."

"O único bem coletivo é aquele que assegura o bem individual dos cidadãos."


Simone de Beauvoir (9 de janeiro de 1908 - 14 de abril de 1986), filósofa, ensaísta e escritora francesa.
"Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que freqüenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles."
Nicolau Maquiavel (Niccolò Machiavelli), (03 de maio de 1469 - 21 de junho de 1527). Filósofo e político italiano (Florença).
Pelo conjunto da obra o PT adotou a cartilha de levaiuqaM.
O Francenildo está desmascarando aquele que se diz "o mais ético", que não está preocupado porque se acha o legítimo dono do Brasil.
O cerco está se fechando, se não temos o Legislativo e Judiciário atuando na defesa da ética e das Leis, temos cidadãos humildes se sentindo ameaçados e contando o que viram.
Ainda teremos novos personagens que se sentirão ameaçados e falarão.
Está no do DNA (ôps!) do PT ameaçar e intransigir achando que ganham todas no grito.
A Deputada já está treinando porque sabe que vai dançar.

Relembrando Roberto Campos


Roberto de Oliveira Campos (nasceu em 17 de abril de 1917, em Cuiabá, Mato Grosso e faleceu no dia 9 de Outubro de 2001) - economista, diplomata e professor.


"O mercado é apenas o lugar em que as pessoas transacionam livremente entre si. Só isso. Mas não é pouco, porque no seu espaço a interação competitiva entre os agentes econômicos equivale a um plebiscito ininterrupto, que não só permite fazer uma apuração, a todos os momentos revista, das preferências dos indivíduos, como lhes dá uma medição quantitativa, tornando possível, por conseguinte, o cálculo racional."


"Quem se preocupa sinceramente com os pobres deve buscar, obsessivamente, elevar a demanda de mão-de-obra através de medidas como: 1) A privatização de empresas estatais, pois o governo falido perdeu a capacidade de investir; 2) A eliminação de restrições ao capital estrangeiro, que geraria empregos e traria tecnologia; 3) A diminuição dos encargos sociais e burocráticos, que oneram o custo da contratação."


"É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola..."


"No meu dicionário, 'socialista' é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros..."


"São três as raízes da nossa cultura: a cultura ibérica, que é a cultura do privilégio; a cultura africana, que é a cultura da magia; e a cultura indígena, que é a cultura da indolência. Com esses ingredientes, o desenvolvimento econômico é uma parada..."


"A brutalidade confiscatória do fisco é um fator sério de retardamento econômico. É francamente de causar indignação ver nédios representantes da burocracia oficial declamando que pagar impostos é 'cidadania'. Cidadania é exatamente o contrário: é controlar os gastos do governo."


"Continuamos a ser a colônia, um país não de cidadãos, mas de súditos, passivamente submetidos às 'autoridades' - a grande diferença, no fundo, é que antigamente a 'autoridade' era Lisboa. Hoje é Brasília."


"Temos de ter normas objetivas e claras, e cumpri-las para valer. Feito as regras do trânsito. Não se indaga qual a idade ou o grau de culpa de quem furou o sinal vermelho, mas apenas o fato. Com a nossa capacidade de fazer maluquices em nome de boas intenções, criamos uma legislação de menores que é um tremendo estímulo à perversão e ao crime, ao fazê-los inimputáveis até os 18 anos."


"Os que crêem que a culpa de nossos males está em nossas estrelas e não em nós mesmos ficam perdidos quando as nuvens encobrem o céu."
Kafé Roceiro
(HUMOR - NOTÍCIAS - CURIOSIDADES - CITAÇÕES e o que mais vier na caixola!) "(...)Depois que os dois livro eu li, fiquei me sintindo bem, e ôtras coisinha aprendi, sem tê lição de ninguém. Na minha pobre linguage, a minha lira servage canto o que minha arma sente, e o meu coração incerra, as coisa de minha terra e a vida de minha gente.(...)" (Patativa do Assaré)


Se querem se divertir, vale a pena visitar... o link está ao lado.

23 de março de 2006

Phóóóó....deuuuuuu!


Ipatinga 3 a 1.
Agora é a final do Carioca.
São João Saldanha, São Garrincha, São Heleno, São Didi, São Neném Prancha e Biriba que também é São nos ajudem...
Nilton Santos, Maurício e Jairzinho olhem por nós...
Gerson, Afonsinho, liguem para o Carlos Roberto! A música tem que continuar...
Cadê o Tarzan, chefe da torcida?

Acreditando em políticos.

Se quiserem escrever para a deputada angela guadagnin, do pt/SP, essa alegre e feliz dançarina, cliquem aqui.

Cenas do 'ético'.

O excelente e atento Alexandre, lá do Outras Letras, link ao lado, publicou...






,,, não resisti e coloquei o grande Aroeira que fez um excelente trabalho em cima da foto, no jornal O Dia.


Colaboração: Antonieta (MAG), musicóloga, poetisa, contista e de bem com a vida.

22 de março de 2006

O Brasil que dá certo.

"Inclusão
O Pará será o primeiro Estado da região Norte a implantar o Sistema de Leitura Eletrônica, 'Letra', desenvolvido pelo Serpro, em parceria com o Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ. O 'Letra' é um software para ser executado em estações de trabalho Linux e é usado para converter textos em fala sintetizada, transformando arquivos nos formatos TXT em extensões MP3 ou WAV, que podem ser ouvidos em qualquer aparelho de CD.


Versões
Segundo o Ministério da Educação, o governo federal já iniciou negociações com as editoras de livros didáticos e paradidáticos para a versão em áudio digital. Esse sistema, que pretende atingir a grande quantidade de deficientes visuais sem acesso aos recursos computacionais, será lançado durante o Fórum Paraense de Inclusão Digital, no dia 30.

Informações para obter o LETRA

A solução Leitura Eletrônica (LETRA) faz parte de um projeto institucional do SERPRO, que se destina a dar apoio a deficientes visuais e conta com a parceria da Fundação CPqD, proprietária do sintetizador de voz utilizado.

O LETRA lê o arquivo de texto, identifica as letras, interpreta as palavras, equaciona a entonação que deve ser dada em função dos caracteres de pausa e acentuação, para no final do processo, passar o comando ao sintetizador de voz que produzirá os sons. Desta forma, transforma textos em áudio, nos formatos wav ou mp3.

A instituição licenciada a usar o LETRA, fará a conversão dos textos e o encaminhamento dos arquivos de áudio às pessoas que atender.

O LETRA será fornecido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), neste momento, exclusivamente para instituições que prestem serviços a deficientes visuais.

Para beneficiar um maior número de deficientes visuais, já estão em estudo outras formas legais que permitam ampliar a distribuição do LETRA.

Fonte: SERPRO

Carne de cachorro vira 'remédio'

TACHKENT - A carne mais valiosa dos mercados do Uzbequistão não é mais a de boi ou a de porco. O motivo está nas vantagens do concorrente anunciadas por comerciantes nas ruas da capital, Tachkent: ''Carne e gordura de cachorro, o remédio para milhares de doenças!''.
A carne de boi e a de porco custam, em média, US$ 2 o quilo. A de cachorro pode custar dez vezes mais.
- O cachorro tem bom valor nutricional. Por isso é recomendado para o tratamento de gripes - explicou o vendedor Sergei Moohyum.
Mohyum contou que a demanda por esse produto incomum aos uzbeques aumentou consideravelmente nos últimos anos. No entanto, os restaurantes de Andijan, a cidade mais importante do país, no Leste, ainda não servem pratos com o animal. Para comer a carne de cachorro é preciso viajar até a capital.
Mesmo lá, só há um restaurante, avisa Elyor Azimov, um motorista que freqüentemente faz o trajeto.
- Há pouco tempo levei um cliente lá. Sua filha estava doente, então ele comprou shurpa (sopa de cachorro) feita especialmente pra ela nesse restaurante.
A menina tinha tuberculose, mal que se espalha pela Ásia central.
O uso do cachorro como remédio é motivado pela resistência do animal à doença. Mas para um médico de uma clínica de tuberculose, ''a crença é ridícula'':
- Se fosse verdade, não haveria necessidade do nosso trabalho - disse. - Tuberculose não é uma doença que pode ser tratada em casa.
Além disso, o médico diz que o consumo da carne pode piorar a situação dos doentes. Muitos deixam de procurar tratamento e ficam em casa comendo cachorro.
O problema é que o tratamento para tuberculose custa caro aos uzbeques. Hospitais raramente têm remédios para todos os pacientes, que freqüentemente têm de pagar para serem atendidos e depois pela medicação.
Apesar de a carne canina ser cara, há uma alternativa ao alcance dos doentes: agarrar um animal na rua. Moradores de Andijan dizem, inclusive, que a população de cachorros diminuiu.
Safiq Oripov, dono de uma pensão, entende que os mais pobres estejam caçando o bicho de estimação:
- Mas temo uma coisa: que daqui a pouco comecem a comer uns aos outros.
Um outro morador se declara ''absolutamente saudável'', mas come cachorro para prevenir doenças:
- Em outros países come-se sapos e cobras. Por que não comer cachorro?

Extraído do JB Online - Internacional
É... a coisa tá feia, os desesperados fazem de tudo para sobreviverem.
Educação para todos, já!

21 de março de 2006

O centenário de André Filho, autor de Cidade Maravilhosa

Em 2006, a comemoração do aniversário de 441 anos da cidade do Rio de Janeiro, no dia 1 de março, tem um gostinho especial. É que no dia 21 de março completam-se cem anos do nascimento de André Filho, compositor da marchinha Cidade Maravilhosa, hino oficial da cidade do Rio de Janeiro. Autor de sucessos inesquecíveis como Alô, alô..., imortalizado na voz de Carmen Miranda, André Filho compôs mais de 40 sambas e marchinhas, e tem importância fundamental para quem deseja conhecer a história da música popular no Brasil.

Versos – Carioca, Antônio André de Sá Filho nasceu em 1906 e aprendeu cedo a tocar instrumentos como violino, violão, bandolim e piano. Aos 13 anos, já fazia versos e iniciou a carreira musical cantando na Rádio Educadora. Em seguida, foi compositor, arranjador, locutor e autor de jingles em emissoras como as rádios Mayrink Veiga, Tupi e Guanabara.

Sucesso – Em 1929, suas músicas começaram a ser descobertas pelos grandes artistas. Data deste ano a gravação, pelo seresteiro Henrique de Melo Morais, da canção Velho Solar. Um ano depois, Carmen Miranda lançava um disco com o samba O meu amor tem e a marcha Eu quero casar com você. Ainda em 1930, Silvio Caldas gravava Nem queiras saber. Com Noel Rosa, André Filho compôs o samba Filosofia. E é dele também o clássico Alô, alô..., de 1934, gravado por Carmen Miranda e Mário Reis.

Hino – Cidade Maravilhosa, sua composição mais famosa, data de 1934. O próprio autor gravou-a com a então novata Aurora Miranda, a ainda desconhecida irmã de Carmen. No ano seguinte, inscrita no concurso de carnaval da prefeitura do Rio, ficou classificada em segundo lugar, mas, mesmo assim, logo tornou-se um sucesso. Tanto que, em 1960, Cidade Maravilhosa foi oficialmente decretada hino da cidade do Rio de Janeiro, sendo até hoje executada tanto nas cerimônias oficiais da cidade quanto nos bailes de carnaval. E sua letra encontra-se gravada na calçada do Maracanã.

Interno – A história de André Filho não foi feita apenas de sucessos e alegria. A partir dos anos 40, o compositor abandonou a carreira por conta de problemas psiquiátricos. Devido a uma crise nervosa, acabou passando mais de vinte anos internado no Hospital da Ordem do Carmo, afastando-se definitivamente da vida artística. Passou recluso os últimos anos de sua vida, morrendo em 2 de julho de 1974.



Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Berço do samba e das lindas canções
Que vivem n'alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil

Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz

Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Vale a pena visitar o Alma Carioca, link ao lado.

20 de março de 2006

O que é "Quero mais Brasil"


Chega do país do futuro. Quero mais Brasil já!
O Quero mais Brasil é um movimento que convidará o restante da sociedade brasileira para se dar as mãos e fazer com que o eterno país do futuro se torne o Brasil do presente. É um movimento sem nenhuma ligação partidária.
Ele nasce da iniciativa de brasileiros desejos de fazer algo mais do que simplesmente votar de dois em dois anos e já conta com o apoio de uma parcela significativa da sociedade, representada por 150 das mais variadas associações de classe.
Querer mais Brasil é participar deste movimento ao lado de vários brasileiros, empresários, artistas, líderes, trabalhadores, pessoas que vão usar a cidadania para construir uma cidade, um estado e um país melhor. É descruzar os braços.
Querer mais Brasil é querer transparência nos gastos públicos de todos os governos. Não é ser contra nenhum partido ou político. É ser a favor do Brasil, dos Estados e de todos os municípios.
Querer mais Brasil é exigir que todos os governos, das cidades, dos estados e do país, não gastem mais do que arrecadam. Sem dívida crescente, sem juros excessivos, sem gastos mal feitos. É exigir menos gasto na máquina pública e mais serviços sociais e investimentos.
Querer mais Brasil é exigir a mesma eficiência dos orgãos públicos que se exige da iniciativa privada: incompetentes fora, profissionais competentes e premiados e corrupção eliminada.
Querer mais Brasil é não ficar calado. É descruzar os braços e construir juntos.
Chega do país do futuro. Quero mais Brasil agora.


Uma indicação do grande Silvio Persivo, um Cientista Político-Social entre outras competências.
Somente unidos é que teremos força para cobrar dos Governantes um melhor País. O movimento é a resposta para um dos comentários que fiz, indignado, anteriormente.
Que tal você também aderir e divulgar? O Brasil agradece...

Li, gostei e copiei do Blog do Marona

"Sousa Tavares: cansado do politicamente correto
Encontrei num blog português este texto do escritor e jornalista Miguel Sousa Tavares. É um desabafo contra o politicamente correto. Vale a pena ler.

O cerco

Já faltou mais para que um dia destes tenha de passar clandestinidade ou, no mínimo, tenha de me enfiar em casa a viver os meus vícios secretos. Tenho um catálogo deles e todos me parecem ameaçados:

- sou heterossexual «fulltime»;
- fumo, incluindo charutos;
- bebo;
- como coisas como pezinhos de coentrada, joaquinzinhos fritos e tordos em vinha d'alhos;
- vibro com o futebol;
- jogo cartas, quando arranjo três parceiros para o «bridge» ou quando, de dois em dois anos, passo à porta de um casino e me apetece jogar «black-jack»;
- não troco por quase nada uma caçada às perdizes entre amigos; acho a tourada um espectáculo deslumbrante, embora não perceba nada do assunto; gosto de ir à pesca «ao corrido» e daquela luta de morte com o peixe, em que ele não quer vir para bordo e eu não quero que ele se solte do anzol;
- acredito que as pessoas valem pelo seu mérito próprio e que quem tem valor acaba fatalmente por se impor, e por isso sou contra as quotas;
- deixei de acreditar que o Estado deva gastar os recursos dos contribuintes a tentar «reintegrar» as «minorias» instaladas na assistência pública, como os ciganos, os drogados, os artistas de várias especialidades ou os desempregados profissionais;
- sou agnóstico (ou ateu, conforme preferirem) e cada vez mais militantemente, à medida que vou constatando a actualidade crescente da velha sentença de Marx de que «a religião é o ópio dos povos», licenciado em direito, tornei-me descrente da lei e da justiça das suas minudências e espertezas e da sua falta de objectividade social, e hoje acredito apenas em três fontes legítimas de lei: a natureza, a liberdade e o bom senso.


Trogloditas como eu vivem cada vez mais a coberto da sua trincheira, numa batalha de retaguarda contra um exército heterogéneo de moralistas diversos: os profetas do politicamente correcto, os fanáticos religiosos de todos os credos e confissões, os fascistas da saúde, os vigilantes dos bons costumes ou os arautos das ditaduras «alternativas» ou «fracturantes».

Se eu digo que nada tenho contra os casamentos homossexuais, mas que, quanto à adopção, sou contra porque ninguém tem o direito de presumir a vontade «alternativa» de uma criança, chamam-me homofóbico (e o Parlamento Europeu acaba de votar uma resolução contra esse flagelo, que, como está à vista, varre a Europa inteira); se a uma senhora que anteontem se indignava no «Público» porque detectou um sorriso condescendente do dr. Souto Moura perante a intervenção de uma deputada, na inquirição sobre escutas na Assembleia da República, eu disser que também escutei a intervenção da deputada com um sorriso condescendente, não por ela ser mulher mas por ser notoriamente incompetente para a função, ela responder-me-ia de certeza que eu sou «machista» e jamais aceitaria que lhe invertesse a tese: que o problema não é aquela deputada ser mulher, o problema é aquela mulher ser deputada; se eu tentar explicar por que razão a caça civilizada é um acto natural, chamam-me assassino dos pobres animaizinhos, sem sequer quererem perceber que os animaizinhos só existem porque há quem os crie, quem os cace e quem os coma; se eu chego a Lisboa, como me aconteceu há dias, e, a vinte quilómetros de distância num céu límpido, vejo uma impressionante nuvem de poluição sobre a cidade, vão-me dizer que o que incomoda verdadeiramente é o fumo do meu cigarro, e até já em Espanha e Itália, os meus países mais queridos, tenho de fumar envergonhadamente à porta dos bares e restaurantes, como um cão tinhoso; enfim, se eu escrever velho em vez de «idoso», drogado em vez de «tóxico dependente», cego em vez de «invisual», preso em vez de «recluso» ou impotente em vez de «portador de disfunção eréctil», vou ser adoptado nas escolas do país como exemplo do vocabulário que não se deve usar.

Vou confessar tudo, vou abrir o peito às balas: estou a ficar farto desta gente deste cerco de vigilantes da opinião e da moral, deste exército de eunucos intelectuais. Agora vêm-nos com esta história dos «cartoons» sobre Maomé saídos num jornal dinamarquês. Ao princípio a coisa não teve qualquer importância: um «fait-divers» na vida da liberdade de imprensa num país democrático. Mas assim que o incidente foi crescendo e que os grandes exportadores de petróleo, com a Arábia Saudita à cabeça, começaram a exigir desculpas de Estado e a ameaçar com represálias ao comércio e às relações económicas e diplomáticas, as opiniões públicas assustaram-se, os governantes europeus meteram a viola da liberdade de imprensa ao saco e a srª comissária europeia para os Direitos Humanos (!) anunciou um inquérito para apurar eventuais sintomas de «racismo» ou de «intolerância religiosa» nos «cartoons» profanos.

Eis aonde se chega na estrada do politicamente correcto: a intolerância religiosa não é de quem quer proibir os «cartoons», mas de quem os publica!

A Dinamarca não tem petróleo, mas é um dos países mais civilizados do mundo: tem um verdadeiro Estado Social, uma sociedade aberta que pratica a igualdade de direitos a todos os níveis, respeita todas as crenças, protege todas as minorias, defende o cidadão contra os abusos do Estado e a liberdade contra os poderosos, socorre os doentes e os velhos, ajuda os desfavorecidos, acolhe os exilados, repudia as mordomias do poder, cobra impostos a todos os ricos, sem excepção, e distribui pelos pobres.

A Arábia Saudita tem petróleo e pouco mais: é um país onde as mulheres estão excluídas dos direitos, onde a lei e o Estado se confundem com a religião, onde uma oligarquia corrupta e ostentatória divide entre si o grosso das receitas do petróleo, onde uma polícia de costumes varre as ruas em busca de sinais de «imoralidade» privada, onde os condenados são enforcados em praça pública, os ladrões decepados e as «adúlteras» apedrejadas em nome de um código moral escrito há quase seiscentos anos.

E a Dinamarca tem de pedir desculpas à Arábia Saudita por ser como é e por acreditar nos valores em que acredita? Eu não teria escrito nem publicado «cartoons» a troçar com Maomé ou com a Nossa Senhora de Fátima. Porque respeito as crenças e a sensibilidade religiosa dos outros, por mais absurdas que elas me possa parecer. Mas no meu código de valores - que é o da liberdade - não proíbo que outros o façam, porque a falta de gosto ou de sensibilidade também têm a liberdade de existir. E depois as pessoas escolhem o que adoptar.

É essa a grande diferença: seguramente que vai haver quem pegue neste meu texto e o deite ao lixo, indignado. É o seu direito. Mas censurá-lo previamente, como alguns seguramente gostariam, isso não. É por isso que eu, que todavia sou um apaixonado pelo mundo árabe e islâmico, quanto toca ao essencial, sou europeu - graças a Deus. Pelo menos, enquanto nos deixarem ser e tivermos orgulho e vontade em continuar a ser a sociedade da liberdade e da tolerância. "


Conheçam o Blog, textos livres e inteligentes escrito por um jornalista, Mario Marona, detentor de um curriculo que é notícia. É só clicar aqui..

19 de março de 2006

Primeira boca-de-fumo do Rio


A Vista Chinesa, segundo o historiador Milton Teixeira, foi a primeira boca-de-fumo do Rio. Quando o então imperador dom Pedro II pediu à China que enviasse ao Brasil alguns especialistas para plantarem chá no Jardim Botânico, no fim do século 19, foi enganado: os 300 mandarins enviados não eram plantadores, mas bandidos. Em vez de cultivarem o chá, eles trocavam as sementes por ópio nos mercados populares da cidade e passavam o dia fumando cachimbos, encantados com a paisagem. Os colonos passaram a chamar o lugar de ''vista dos chins''.




- A Vista Chinesa tem pelo menos 200 anos de história como boca-de-fumo. Foi o primeiro lugar com tal característica na cidade, e não estou certo se ainda não o é - provoca o historiador.





O então prefeito Pereira Passos, em 1905, pediu ao arquiteto Alfred Burnier que fizesse o projeto de um quiosque para o local, com características orientais. Destruído por uma tempestade, o mirante foi inteiramente reconstruído, com detalhes em decoração imitando bambus e gárgulas nas pontas, projetados pelo mesmo arquiteto. A cerimônia de inauguração do pagode, tal como é hoje, foi feita pelo prefeito Rodrigues Alves, em 1906.



Extraído do Jornal do Brasil

18 de março de 2006

Advinha, quem está abanando o Rei?

A resposta está na edição impressa de O Globo de hoje.

R$ 1,00 - Olha o Garotinho fazendo média (mínima) aí...

Celulares a R$ 1 para servidores do estado do Rio

Rio - Os 460 mil servidores do estado do Rio, ativos, aposentados e pensionistas, podem comprar celulares a R$ 1. A Secretaria de Administração e Reestruturação e a operadora Oi firmaram parceria. A promoção vai até o fim do mês, mas se a procura for grande, o prazo pode ser estendido e novos estandes podem ser colocados em outras secretarias.
Pelo preço de R$ 1, a Oi está oferecendo dois tipos de aparelho. Mas para conhecê-los é preciso ir ao estande da operadora de telefonia móvel instalado no 3º andar do prédio da Secretaria Estadual de Administração, na Avenida Erasmo Braga 118, Centro. É preciso levar contracheque, documento de identidade com foto e CPF.
Para comprar o celular por R$ 1 só aceitando o plano pós-pago de R$ 39, para falar por quarenta minutos. O servidor tem que pagar esta prestação mínima. O servidor que não ultrapassar, em suas ligações R$ 39, o crédito fica acumulado para o mês seguinte. Quem gastar mais e ultrapassar esse valor pode continuar falando no celular, mas terá que carregar o aparelho com cartão do sistema pré-pago, de qualquer valor.
O servidor que estiver disposto a pagar um valor acima de R$ 1 por um celular mai sofisticado também vai poder optar por planos especiais, a preços reduzidos. Nesse caso, há também planos com mais minutos.

Boa Noite, ah! nosso Judiciário...

17/03/2006 - 18h03m
Doméstica está presa há 117 dias por furto de pote de manteiga
Globo Online

SÃO PAULO - Por ter furtado um pote de manteiga de 200 gramas - que custa R$ 3,10 - de um mercadinho na zona leste da capital paulista, a empregada doméstica Angélica Aparecida Souza Teodoro, de 18 anos, completou nesta sexta-feira 117 dias de prisão. Ela está detida desde novembreo passado no Cadeião de Pinheiros e sua situação foi considerada revoltante pelo presidente da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luiz Flávio Borges D'Urso, que acionou a Comissão de Direitos Humanos da entidade para analisar o caso.- Pelo histórico, estamos diante de um furto famélico. É um absurdo, uma demonstração de que erro judiciário acontece todos os dias nos tribunais. Repudio essa barbaridade. Mais uma vez o Estado mobilizou toda a sua estrutura e agentes para fazer frente a uma delito pequeno, com valor irrisório, exigindo reparação de igual proporção - afirmou D'Urso.

Angélica foi presa no dia 16 de novembro acusada de ter roubado um pote de manteiga. O dono do mercado, Dadiel de Araújo, diz ainda que ela o ameaçou de morte. Angélica está desempregada e mora com o filho e a mãe em uma pequena casa no Jardim Maia, na zona leste da cidade. Segundo seu advogado, Nilton José de Paula Trindade, ela passa fome e seu ato foi de desespero.

- Entrei pela quarta vez com um pedido de liberdade provisória no Fórum da Barra Funda, depois que os outros três foram negados. Vou continuar insistindo - disse Trindade, que também entrou, nesta sexta-feira, com pedido de hábeas-corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O primeiro foi negado.

- O desembargador Euvaldo Chaib, do TJ, alega que não houve constrangimento ilegal, o que discordo veementemente. Ela foi até agredida pelo dono do mercado, com um tapa na cara e está presa por um valor irrisório. Na minha opinião, há um excesso de rigor neste caso por parte da Justiça. Penso que a aplicação de uma pena alternativa seria muito mais justo - afirmou.

Angélica continua presa porque foi enquadrada no artigo 157 do Código Penal, por roubo, que tem pena prevista de 4 a 10 anos. Isso aconteceu porque ela teria ameaçado de morte o dono do estabelecimento. Se fosse enquadrada no artigo 155, como furto, a pena seria de 1 a 4 anos e, com isso, poderia já estar respondendo o processo em liberdade.

Cenário Nacional, um enredo...

Hollywood
Composição: Enriquez-Bardotti-Crque

Ói nós aqui, Ói nós aqui,
Hollywood fica ali bem perto,
só não vê quem tem um olho aberto
Ói nós aqui, Ói nós aqui,
Hollywood é um sonho de cenário,
Vi um pau-de-arara milionário
E eu que nem sonhava conhecer o tal Recife,
Pobre saltimbanco trapalhão.
Hoje sou mocinho, sou vizinho do xerife,
dou rabo-de-arraia em tubarão
Ói nós aqui, Ói nós aqui,
Tem de tudo nessa Hollywood,
Vi um índio cheio de saúde
Ói nós aqui, Ói nós aqui,
How do you do?
Caruaru, I wanna see piripipi. Ói nós aqui
Ói nós aqui, Ói nós aqui,
Camelôs, malucos e engraxates,
Aproveitem enquanto o sonho é grátis
Quem há de negar que é bom dançar, que a vida é bela,
neste fabuloso Xanadu.
Eu só tenho medo de amanhã cair da tela e acordar na casa do Bubu
Ói nós aqui, Ói nós aqui,
How do you do?
Banabuiú, I wanna buy o Paraguai.
Hollywood and me
Ói nós aqui (vixe!)

Quem és?

Desgustou? Então defina-se, é só repetir (ou tentar) para saber se é boêmio ou amador.

Escuta o eco. O eco? Que eco é? É o eco que há cá. O quê, há cá eco? Há cá eco há!

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo o tempo tem.

Três pratos de trigo integral para três tristes tigres no trigal de trigo integral.

A Ponta do Pelo da Pinta do Peito do Pé do Pai do Pedro é Preta.

Um ninho de mavagafos cheio de mafagavinhos bem mafagafados, quem conseguir desmafaguifar este ninho de mafaguifos, bom desmafagifados será.

Cá prá nós, não é melhor tentar devagar...

Co-irmã, ainda desconhecida pura.


Sabores destilados
Antes conhecida pela ausência de aromas e gostos específicos, a vodca agora ganha reforço inconfundível de laranja, limão, pêssego, anis e pimenta. Saiba mais sobre as "flavored vodcas"!
Por Marcela Besson


Respire fundo, prepare as papilas gustativas e proteja o fígado. O vapor alcoólico da vodca, bem como o seu gosto de "fogo", já não são mais os mesmos dos tempos remotos dos czares russos, quando a bebida atingiu o auge do consumo. Se antes ele era conhecido pela pureza de seus ingredientes e pela ausência de aromas e sabores, agora o destilado ganha status no setor premium com as chamadas flavored vodcas.
Acabada de sair da destilaria, a nova Absolut Apeach reforça essa tendência. A garrafa ganha texturas em cores semelhantes a do pêssego. O líquido tem aroma de pêssego e o gosto... bem, não precisa nem dizer! "Eu estou entusiasmado com o fato de termos conseguido desenvolver uma vodca com personalidade tão unicamente suave e sensual", revela Michael Persson, diretor da marca sueca.

Embora já disseminada em larga escala em bares, casas noturnas e lojas especializadas, as vodcas com sabor conformam um passado muito recente em solo tupiniquim. Elas chegaram por aqui a partir de 2000 e inauguraram no Brasil um costume que já vinha há tempos ganhando fôlego em países da Europa e nos Estados Unidos. Por aqui, a marca russa Smirnoff foi a primeira a lançar uma linha exclusiva de vodcas saborizadas com limão, laranja e frutas vermelhas. Não demorou muito para que esses diferentes gostinhos conquistassem o paladar brasileiro e fossem misturados aos coquetéis e drinques. Como era de se esperar, o público jovem lidera entre os novos adeptos da moda que, inspirada na onda dos refrigerantes e chicletes, também seduz pelos efeitos aromatizantes.
Para quem fazia careta só de chegar perto de um copinho de vodca - entorpecido com o aroma marcante de álcool - agora pode variar o olfato. Não que o teor alcoólico tenha sumido (longe disso!). As vodcas continuam com a mesma média de 40ºC (algumas chegam a 80% na concentração de álcool), mas o aroma ganhou princípios aromatizantes referentes aos sabores. Bons exemplos vêm da também russa Stolnaya, marca que entrou no mercado brasileiro no ano passado. Para não ficar de fora, a grife criou uma fábrica no Brasil e produz, desde então, quatro rótulos do gênero: Lemon (com limão), Berry (adocicada e de teor alcoólico mais baixo, com sabor de frutas vermelhas, limão e laranja), Especial (com extrato de pão, mel e baunilha) e a curiosa Pepper (com vários tipos de pimenta).
"O segmento de vodcas de sabores continua a crescer, especialmente nos Estados Unidos - porém, a tendência é global", avalia Andréas Berggren, vice-presidente internacional da Absolut Vodka. Segundo ele, embora seja um ramo pouco desenvolvido, as vodcas com sabor têm aberto caminhos expressivos nos mercados internacionais.

A "família" Absolut, de origem sueca, participa dessa evolução com boas doses de sabores variados. Desde 1988, quando a marca lançou a Absolut Citron, outros rótulos surgiram seguindo a mesma referência. Vieram a Peppar (com sabores picantes de pimenta), a agridoce Kurant (elaborada com groselha-negra e cassis), a Mandrin (feita com tangerina e laranja), a Vanilla (baunilha natural com traços de caramelo e chocolate) e ainda a Raspberri (que tem o sabor intenso e selvagem de framboesa), além do recente lançamento sabor pêssego.

Gosto refinado
Traduzindo do russo para o português, vodca é o mesmo que "água pequena" - ou "aguinha", na linguagem popular. Enquanto russos e poloneses disputam até hoje o papel de criador da bebida, ela evolui e ganha novo status mesmo depois de velha. Como consta na obra Uma História da Vodca, do polonês W. V. Polkhlióbkin (Ática, 1995), a partir de 1970, o mundo alcoólico viu nascer rótulos sofisticados marcados pela pureza de seus líquidos, as chamadas vodcas premium.
Na prática, qualquer produto agrícola pode servir de ingrediente para compor a vodca, desde cereais e grãos como centeio, trigo, aveia e cevada até beterraba e batata. Em geral, o processo de produção inclui até três etapas de destilação. No caso das garrafas premium, esse número é ultrapassado em até cinco vezes, o que, segundo os fabricantes, garante a qualidade dos rótulos. Macias e puras, essas vodcas são feitas em alambiques de cobre que destilam lentamente os grãos de trigo. Nas bebidas com sabor, o extrato das frutas e das especiarias passa a fazer parte do processo. Tudo termina com os sistemas de filtragem.
No pelotão de elite estão a sueca Absolut e as polonesas Wyborowa e Belvedere. Esta última é feita com 100% de centeio dourado e elaborada segundo uma tradição de 500 anos. Para correr atrás da moda, a Belvedere também lançou versões saborizadas: Cytrus (limões) e Pomarancza (mandarinas espanholas e laranjas do Marrocos).

Degustação passo-a-passo
Coloque a vodca em um pequeno copo e deixe alguns minutos até que o líquido fique em temperatura ambiente.
Primeiro, cheire a vodca. Perceba se o álcool sobe rapidamente, queima e faz arder nariz e olhos ou se o cheiro é apenas forte, mas agradável.
Depois beba um pequeno gole e espalhe a vodca na frente da boca. Em seguida, na parte de trás e, finalmente, engula. Sinta se a bebida queima as papilas gustativas ou somente as revigora.
Respire fundo imediatamente antes de engolir e sinta como o vapor alcoólico chega à garganta. Novamente, perceba se é uma sensação de ardência ou uma queimação agradável.
Aprecie a pós-degustação. Há alguma sensação residual? Com algumas vodcas é possível detectar sabores de alcaçuz ou de anis no fundo da boca. Este é um sinal de que você bebeu uma vodca destilada de grãos.

Fonte: Clube da Vodca

17 de março de 2006

Brasileiro, profissão: esperança

Antônio Maria - quem diria, era exatamente o oposto do que sugerem suas canções de dor-de-cotovelo. Brincalhão, casado e feliz com a família que possuía. Nasceu em Recife, PE, em 17 de março de 1921
Cronista, jornalista, radialista esportivo, Antônio Maria fez de tudo - e fez da alegria sua vida. Apaixonado pela boemia, virava noites rindo e brincando com Vinícius de Moraes, com Ismael Neto, com quem quisesse achar o prazer da vida.
Um de seus passeios favoritos era ir de Rio para São Paulo, de onde tirava sua inspiração. E para este percurso, compôs, com Vinícius, Dobrado de amor a São Paulo.
Quando ficou doente (um enfarte), o médico lhe tirou tudo o que gostava: a costela, a feijoada. Seguiu adiante com bom humor e resignação. Um dia cansou, e veio o segundo infarto. Foi em 15 de outubro de 1964. É sobre ele mesmo que escreveu a tão famosa frase: "Com vocês, por mais incrível que pareça, Antônio Maria, brasileiro, cansado, 43 anos, cardisplicente (isto é: desdenha o próprio coração). Profissão: esperança."


Carô Murgel

Valsa de Uma Cidade
(Ismael Netto e Antônio Maria)


Vento do mar e o meu rosto no sol a queimar, queimar
Calçada cheia de gente a passar e a me ver passar
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, deste mar, desta gente feliz
Bem que eu quis escrever um poema de amor
E o amor estava em tudo o que vi
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis

Alguns dizem que ele morreu de amor. Pode ser. Porque além de compositor, cronista, jornalista, Antônio Maria era um grande sedutor. Mulato, gordo, tratou de desenvolver habilidosa malícia com as palavras – "preciso de duas horas de papo para que as mulheres se esqueçam da minha cara". E foi assim que encantou, no Rio glamouroso dos anos 50, um elenco admirável de belas mulheres, como Danuza Leão – que deixou o marido Samuel Wainer, dono da Última Hora, para ficar com Maria, então cronista daquele jornal.
Um dos melhores papos da cidade, colega de copo de grandes músicos brasileiros, como Dorival Caymmi e Vinícius de Moraes, Antônio Maria atravessava as noites de Copacabana em boates famosas como Vogue e Sacha´s, onde circulavam políticos, playboys e estrelas do cinema internacional. Brigão e boêmio, vivia se metendo em confusões e delas saía sempre docemente. Depois de prometer, com Vinícius, nunca fazer nenhum exercício físico que não fosse absolutamente necessário – era o primeiro a se dizer cardisplicente – morreu do coração numa calçada na madrugada de Copacabana, meses depois da separação de Danuza Leão, com quem viveu quase três anos.

Livro Um homem chamado Maria, de Joaquim Ferreira dos Santos