9 de novembro de 2006

SALVANDO VIDAS - Um corpo pode salvar muitas vidas

Recebi por e-mail da minha querida amiga Teresinha, lá de Aracaju, e não resisti em repassar a vocês. Ela há muitos anos é uma guerreira na Área de Transplantes Renais, com formação e muita experiência.


Um corpo pode salvar muitas vidas.
Essa bela frase resume bem o que o gesto de uma doação de órgãos. Gesto esse muito difícil, já que ele deve ser tomado num momento onde a família acaba de perder um ente querido. Mas esse sentimento de dor pode ser transformado em esperança se órgãos e tecidos puderem beneficiar outras pessoas. Afinal, famílias também sofrem ao ver seus parentes numa fila a espera de uma chance de prolongar ou até mesmo de manter–se vivo.
A linha da morte de alguns pode ser a linha do recomeço de uma nova vida para outros.

Centrais de transplantes trabalham dia e noite em todo o país para minimizar o sofrimento de milhões de brasileiros.
Rim; fígado; coração; pâncreas; rim/pâncreas; córnea; medula óssea; osso (enxerto) e pele (enxerto). São partes do corpo humano que podem ser doadas. Mas nem todas as centrais estão preparadas para realizar todos os tipos de transplantes. Em Sergipe, por exemplo, das nove possibilidades de transplantes a Central está preparada para realizar três: rim; coração e córnea. Além da captação de medula óssea.
Segundo o coordenador da Central de Transplante de Sergipe, Benito Oliveira Fernandez a fila de transplantes é cadastrada por Estado. “Em Brasília existe uma Central Nacional, localizada no aeroporto, que gerencia a questão das urgências. Lá são avaliados os casos mais graves e são organizadas as equipes de captação dos órgãos necessários para que sejam realizados os transplantes”.
Em Sergipe existem 596 pessoas a espera de transplantes sendo: 338 para córneas, 02 coração e 256 rim.

Autorização
É a família quem autoriza a doação de órgãos, bem como, quais órgãos serão doados. “Normalmente a família costuma doar todos. Mas é bom esclarecer que existe uma lei que garante que o cadáver não pode ser deformado e isso é respeitado”, evidência Benito Oliveira.Após a autorização da família, antes de retirar qualquer órgão, são realizados diversos exames clínicos, afim, de ter certeza de que o doador está apto para tal procedimento. Somente com a morte encefálica é que pode haver doação de órgãos, no caso de cadáver com coração parado somente é possível a retirada de tecidos para a doação.

Captação de órgãos
Em Sergipe estão cadastrados para retirada de órgãos: os hospitais Cirurgia e São Lucas. Já para transplantes estão habilitados além do Cirurgia e São Lucas, os hospitais João Alves e Universitário. Os cadastros dos estabelecimentos e médicos credenciados são renovados a cada dois anos.
No caso de captação em um hospital não credenciado é feita uma solicitação de emergência para que o Ministério da Saúde possa reembolsar as despesas que o hospital gastou com os procedimentos para a retirada do órgão ou órgãos. “Dentro do processo de captação de órgãos existem várias etapas e por isso, precisamos sensibilizar também a classe médica, já que são eles que estão de posse das informações e andamento do quadro de cada paciente terminal. Se, por exemplo, um paciente tiver morte cardíaca e não formos comunicados em até seis horas a possibilidade da retirada das córneas fica descartada. Hoje temos cerca de 338 pessoas a espera de córneas e todos os dias estamos enterrados centenas delas”, desabafa o coordenador.

Transplantes de ossos
Sergipe não realiza captação, mas está apto a realizar transplantes. Ou seja, se o receptor receber os ossos de um doador de outro estado a cirurgia pode ser realizada em hospitais sergipanos. ”No caso de transplantes de ossos a sua maioria acontece com ossos inteiros ou pequenos pedaços, que são utilizados como enxerto. O que se destaca em cirurgias como essa é uma melhor recuperação por parte de quem recebeu o transplante, avalia Benito”.
A Lei
“Existe uma Lei que diz que hospitais com mais de 80 leitos devem ter uma Comissão para Doação e Transplantes de Órgãos. Mas infelizmente muitas vezes essa comissão existe no papel, mas na pratica ela não funciona. Se as Comissões existissem dentro dos hospitais o processo de doação seria agilizado”, alerta o coordenador da Central de Transplantes de Sergipe.

Quem não pode
Não podem doadores pessoas que tiveram algum tipo de doença infecto contagiosa.

O que fazer para ser doador
O ideal é que se informe a família que se tem o desejo de se doador.
Mapa de localização das
Centrais Estaduais
Confira um
vídeo o coordenador da Central de Transplante de Sergipe.
Fonte: emsergipe.com

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