Tão Belém
TORMENTOS DO DESEJO
Altas horas da noite, a mulher buchuda acorda e cutuca o maridão:
- Amor... amor...
O camarada, no melhor do sono:
- Hummmmmmm?!
A patroa do sujeito insiste:
- Acooorda, bem.
Desorientado e assustado ele se levanta e pergunta ainda tonto de sono:
- O que aconteceu?
- Tô com desejo.
- Desejo de quê, já?
- É de comer... carne de urubu.
- Égua! Urubu? Mas onde é que eu vou achar um bicho desses agora?
- Te vira, vai no Ver-o-Peso que lá tem urubu à beça.
- Pirou? Não vou no Veroca uma hora dessas nem morto.
- Então não te arrepende depois se nosso filho nascer com a carinha de urubu, hein?
Rolam mais alguns meses e quando o sujeito vai ver a cara do bebê é um urubu sem tirar sem pôr. Apavorado, cheio de remorso, ele se manda para casa da mãe e desabafa pra velha:
- Mamãe, é flórida. Eu não dei carne de urubu quando a minha mulher sentiu desejo e nem lho conto. Agora, meu filhinho nasceu e a cara do moleque é escrito escarrado a cara de um urubu.
A mãe, bem humorada, consola o filho, que está em prantos:
- Esquenta não, filho. Quando eu tava grávida de você tive desejo de comer carne de boi, não consegui e você nasceu com chifre e nem percebeu!!!
Saudades das histórias do Comendador, vale a pena conhecer o Dicionário Papachibé, uma coleção de pérolas do linguajar paraense.
2 comentários:
Luiz, boa noite.
A piada é muito boa!
Mas, gostaria de saber onde ler as coisas boas do Comendador.
obrigada.
beijos
Luiz, fico orgulhosa de perceber que, ao viver no Pará você realmente tornou-se mais paraense do que muito paraense !Paraense de coração como você, agradeço-lhe a divulgação das nossas peculiaridades, Lila
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