26 de abril de 2006

Guilherme de Brito

Carioca, nascido no bairro de Vila Isabel em 3 de janeiro de 1922, Guilherme iniciou sua carreira como testemunha ocular da história da música brasileira.
Guilherme começou sua carreira de compositor com a música "Calça balão", onde abordava a humilhação pela qual passou ao entrar na Casa Edson com um terno mal ajambrado, praticamente reconstruído por sua mãe. Como sempre "desajeitado" (palavras do próprio) e magérrimo ...
-Bom, lá pelo meio da década de 50 eu tinha desistido de ser compositor - confessa Guilherme em tom memorialista.
Mas um concunhado que conhecia suas músicas, as levou ao conhecimento de Antônio Almeida, diretor da gravadora na qual tinha contrato o cantor Augusto Calheiros, que resolveu lançar duas valsas suas em meados de 1955: "Meu dilema" e "Audiência divina". Este début no mercado fonográfico abriu-lhe portas para atuar como cantor (Rádio Vera Cruz), passando ainda a fazer parcerias com autores como Pedro Caetano e Renato Gaetani. Até que ainda em 55, efetiva sua parceria com Nelson Cavaquinho num bar chamado São Jorge. Quando o conheceu, Nelson já tinha pelo menos um grande sucesso gravado, "Rugas" . Ali, a dupla iniciou parceria que alcançou o patamar dos clássicos de nosso cancioneiro popular.
Obras-primas, entre outras, como "Pranto de poeta", e "A flor e o espinho" (esta também com Alcides Caminha), cuja primeira parte - dos versos míticos "Tire o seu sorriso do caminho / que eu quero passar com a minha dor ..." - foi composta por Guilherme. Na voz de Elizeth Cardoso, a Divina.
- Nós sentávamos no Cabaré dos Bandidos, um boteco com a pior freqüencia da Praça Tiradentes, eu pagava a cerveja preta e ali compusemos canções como "Folhas secas". Guilherme fala de "Samba guardado" com enorme orgulho. Para ele, este é o "primeiro CD comercial de minha vida". Em 1973, aparece cantando em duas faixas do LP "Nelson Cavaquinho". Quatro anos depois, o compositor integra o time do LP "Quatro grandes do samba", ao lado de Nelson Cavaquinho, Candeia, e Élton Medeiros. Em 1980, lança pela Eldorado um LP que leva o seu nome, que ele rejeita em seu currículo devido ao número reduzido de cópias que foram lançadas. Na década passada, Guilherme teve ainda outro relançamento pela Rioarte de um disco com seu nome, com seus sucessos de carreria, que havia sido lançado no Japão. E ano passado foi relançado, agora em CD, o disco "Velhas companheiras - Mangueira & Portela", em que atua ao lado de outros bambas como Monarco e Nelson Sargento.



Você nos alegrou e cumpriu seu papel, a vida foi mais romântica com você.
Fica com Deus.

Um comentário:

Kafé Roceiro disse...

Muito legal a reportagem sobre um pouquinho desse gênio da música.
abraço.
Kafé.