27 de setembro de 2005

Campanha do Dia Mundial do Coração ressalta o perigo da gordura abdominal

Sabe aquela barriguinha que há anos você cultiva sem se importar com a ameaça que ela faz à sua estética? Pois bem, é chegada a hora de vocês se despedirem. E não vai aqui um conselho baseado puramente na boa forma física. A questão é bem mais séria e urgente. A gordura concentrada na região abdominal é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.
"Quem vê forma, vê coração". É com este slogan que entidades médicas e profissionais de saúde pretendem sensibilizar e conscientizar a população mundial sobre os riscos que uma cintura para lá de rechonchuda oferece à saúde.
- A gordura acumulada no abdômen é mais ativa, se acumula e se desfaz mais rapidamente. Ao se quebrar, ela libera ácidos graxos livres, que vão para a corrente sanguínea e, em excesso, aumentam demais os níveis de triglicerídios. Como é uma gordura ativa, está sempre liberando esses ácidos graxos livres nas pessoas que a têm em grande volume, oferecendo risco cardiovascular - explica o endocrinologista Alfredo Halpern. E não pára por aí. Halpern acrescenta que a gordura localizada na barriga produz uma substância chamada citoquina, que em níveis elevados no organismo contribuem para o quadro de síndrome metabólica, caracterizada por resistência à insulina, hipertensão, colesterol e triglicerídios altos. Uma combinação explosiva para o coração.
- É importante alertar que o excesso de gordura abdominal não é comum apenas naqueles indivíduos que estão acima do peso. Recomenda-se incluir esse procedimento de simples execução na avaliação clínica do risco cardiovascular, juntamente com a medição da pressão arterial e dos exames laboratoriais de rotina (níveis de glicose e lipídios). Até a própria pessoa, desde que devidamente orientada por um profissional de saúde, pode medir a sua cintura - comenta o diretor médico-científico do Grupo sanofi-aventis Jaderson Lima. Para checar se a medida da cintura está dentro do limite desejável basta usar uma fita métrica comum e comparar o resultado com os padrões recomendados. Se o resultado foi superior aos padrões oficiais estabelecidos pelas organizações de saúde mundiais, é hora de se mexer. Literalmente. Assim como a gordura que se acumula nas outras partes do corpo, a abdominal pode ser perdida com alimentação adequada e prática de atividade física. Quem já tem tendência genética a acumular gordura nessa região ou for mulher que já entrou na menopausa deve redobrar os cuidados. - Tanto para evitar quanto para perder essa gordura o ideal é manter uma atividade física regular, evitar gorduras, especialmente frituras e gorduras de origem animal e consumir alimentos ricos em fibras (verduras, cereais integrais) - recomenda o endocrinologista Ricardo Meirelles, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Fonte: Cintia Parcias - Globo Online

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