Imagine um tabuleiro de pizza ao qual deputados corruptos e juízes ladrões tenham trânsito livre. Metáfora da realidade brasileira? Para os publicitários que criaram o jogo "Escândalo!", sim. De uma rodela de tomate partem os participantes do jogo em que o pior do ser humano pode aparecer. Um caminho de intrigas, acusações, corrupção - moral e financeira - até a vitória. Por bem ou por mal.
- É um jogo inovador e que pretende mostrar como fazer escândalo e ganhar dinheiro com isso - explica Saboya. O resultado é, de fato, um jogo recheado de armações, intrigas, chantagens. Foram seis meses trabalhando no projeto até definir quais seriam os personagens, as estratégias e regras. Durante os testes, Marcos tentou aproximar ao máximo o jogo da realidade. 'Escândalo!' aborda temas muito conhecidos por parte dos brasileiros, como corrupção, lavagem de dinheiro, pedofilia e outros atos imorais ou ilegais.
- Sistemas corruptos sempre existiram, estiveram presentes em vários outros governos, desde a civilização portuguesa. Mas o jogo tem um humor meio cítrico, meio ácido. Eu mesmo já passei por uma situação de corrupção. Estava de carro com os meus filhos e fui parado por um policial, que me ameaçou com uma arma se não pagasse a ele uma propina. O que você faz nessa hora? Dá cinco pratas para o guarda ou deixa seu carro ser apreendido por causa da falta de um extintor? Todos já cometeram e cometem atos corruptíveis - admite Marcos.
Mal foi lançado e "Escândalo!" começa a despertar opiniões distintas. Para alguns, o jogo é apenas uma crítica bem-humorada do atual sistema político. Outros acreditam que deslizar tais personagens pelo tabuleiro e premiá-los por atos ilícitos seja uma péssima influência.
O jogo teve tiragem de cinco mil exemplares e pode ser encontrado nas livrarias Letras & Expressões, Livraria da Travessa e Dante, no Rio de Janeiro. Em breve, haverá pontos de venda em São Paulo e Brasília e países como Estados Unidos e Itália já demonstraram interesse em revender o jogo. Se cuida, Bush...
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