Uns queriam privar da coisa pública, outros queriam provar da privada, conquanto, é claro, que, na provação, a privada, publicamente, parecesse perfumada.
Dessa luta intestina entre a gula pública e a privada a República acabou desarranjada e já ninguém sabia quando era a empresa pública privada pública ou pública privada.
Assim ia a rês pública: avacalhada uma rês pública: charqueada uma rês pública, publicamente corneada, que por mais que lhe batessem na cangalha mais vivia escangalhada.
Qual o jeito? Submetê-la a um jejum? Ou dar purgante à esganada que embora a prisão de ventre tinha a pança inflacionada? O que fazer? Privatizar a privada onde estão todos publicamente assentados? Ou publicar, de uma penada, que a coisa pública se deixar de ser privada pode ser recuperada?
— Sim, é preciso sanear, desinfetar a coisa pública, limpar a verba malversada, dar descarga na privada. Enfim, acabar com a alquimia de empresas públicas-privadas que querem ver suas fezes em ouro alheio transformadas.
Affonso Romano de Sant'Anna
Copiado do excelente blog Por Um Novo Brasil: Sem PT!
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