13 de setembro de 2005

Cristo, olhai por nós...


Polícia se recusa a buscar carro roubado em favela

Depois de localizar por satélite seu carro roubado na quinta-feira passada, o marchand Sergio Gonçalves procurou a polícia para tentar recuperar o veículo na favela Furquim Mendes, na zona norte do Rio. Não conseguiu. A desculpa do policial que o atendeu no 16º Batalhão de Polícia Militar (Olaria) foi a de que seria muito perigoso entrar na favela, principalmente à noite, sem o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), grupo de elite da PM, que não iria se deslocar para recuperar carro roubado. Indignado, Gonçalves denunciou o ocorrido à imprensa. Só então o comandante do 16º Batalhão, José Luís Nepomuceno, deslocou uma equipe para a favela, com o objetivo de recuperar o carro, que não foi encontrado. Ele também determinou a abertura de uma sindicância para apurar o ocorrido, mas não quis dar entrevistas sobre o caso.
O roubo ocorreu na quinta-feira passada, quando Gonçalves voltava de São Paulo em sua Dakota. Na altura de Vilar dos Teles (zona norte), quatro homens armados interceptaram o veículo, levando também obras de arte do artista plástico Herton Roitman, que estavam no interior do veículo.
Uma hora depois, uma empresa de localização de veículos por GPS encontrou o carro na favela. Além do registro de ocorrência na 64ª Delegacia de Polícia, Gonçalves avisou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a PM, que lhe recomendou que procurasse o batalhão da área.
Depois de ser atendido pelo policial que se recusou a entrar na favela, Gonçalves disse ter perguntado qual atitude deveria tomar. "Vá para casa, tente descansar e amanhã ligue para cá", teria lhe dito o policial. A Secretaria de Segurança informou que a PM fez duas incursões à favela, mas não encontrou o veículo no local indicado pelo satélite. Outros dois veículos roubados foram recuperados e ninguém foi preso. O comandante Nepomuceno garantiu que continuará tentando encontrar o carro de Gonçalves.
Fonte: Agencia Estado

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