8 de outubro de 2006

"Daspu é uma puta parada"

Um corredor inteiro de Niemeyer se encheu para ver passarem as prostitutas ligadas à ONG Davida e algumas colegas não filiadas que trabalham na rua Augusta. O desfile foi uma performance proposta pelo esloveno Tadej Pogacar, como explico no post anterior.
O público riu, bateu palma, se chacoalhou ao som do funk "Daspu é uma puta parada; Daspu é uma parada de puta". Algumas conselheiras da Bienal, vestidas comportadamente e acompanhadas do presidente da Fundação, Manoel Pires da Costa, ficaram na primeira fila (aquela disputadíssima no São Paulo Fashion Week, sabe?).
As madames sorriram para as performáticas modelos, que mandaram beijos e rebolaram no improviso - algumas, provavelmente as não filiadas, sem a menor idéia do que estavam fazendo ali.
Depois do número final, o dono da idéia ganhou beijos de Jane, a "noiva" que encerrou a performance. Ficou sem jeito. Em seguida, foi abordado por jornalistas de todo o mundo. Achava que ia repercutir desse jeito? "Not really", riu.
Jane, pelo contrário, mostrou a que veio: "Agora puta virou arte", gritou para as câmeras.

Postado por Carolina Requena, às 20h35
Pop & Arte, da redação G1, em São Paulo



Ocuparam seu espaço, estão dando dignidade para a profissão... É reconhecida como a profissão mais antiga e alguém tem dúvidas de que continuará importante? Tem é que regulamentar, tirar da marginalidade que trará sempre o crime a reboque.

Um comentário:

spersivo disse...

Luiz,
O problema é que se fizerem isto vão aumentar a informalidade. Começa que obrigarão todas a participar de um cadastro, cobrarão taxas de inscrição e carteirinhas e obrigarão a fazer exames periodicos onde terão que pagar um por fora para serem atendidas e, por fim, é capaz de estabelecerem pagamento proporcional por área, ou seja, as localizadas nos melhores pontos pagarão mais. Sem contar que, com seus nomes conhecidos, correm o risco de serem chantageadas por maus policiais. Será que dá certo? S.