Leônidas da Silva (nascido em 6 de Setembro de 1913 no Rio de Janeiro, falecido em 24 de janeiro de 2004 em Cotia - SP). Filho de "Dona" Maria e do "Sr." Manoel Nunes da Silva. Foi um dos principais jogadores brasileiros de futebol, e talvez, a primeira grande estrela do futebol na era profissional, no Brasil.
Conhecido como o Diamante Negro ou Homem - Borracha, Leônidas da Silva começou sua carreira em 1930 no São Cristovão do Rio. Em 1932 chegou a Seleção Brasileira com apenas 19 anos, devido a sua habilidade com a bola nos pés. Após fazer dois gols na sua estréia vestindo a camisa amarela da Seleção Brasileira, foi jogar pelo Peñarol do Uruguai em 1933. Após um ano, contudo, voltou ao Brasil para jogar pelo Vasco da Gama, o qual ajudou a ganhar o campeonato carioca de 34. A sua primeira competição importante com a camisa da seleção foi a Copa do Mundo, em 1934, na Itália. O Brasil fez uma péssima campanha, perdendo logo na estréia e sendo eliminado, Leônidas marcou o único gol do Brasil na competição. Em 1938, foi artilheiro da Copa do Mundo com 8 gols, incluindo quatro marcados contra a Polônia. Isso fez dele o primeiro jogador da história a marcar quatro gols em uma única partida de Copa do Mundo. O Brasil conseguiu a sua melhor participação em mundiais até então, ficando com a terceira colocação. Posteriormente, Lêonidas foi escolhido o melhor jogador do mundial. Nos clubes ele também obteve êxito, no Botafogo, Flamengo e Vasco ele ganhou títulos e virou ídolo, principalmente no Flamengo. Ele também combateu o preconceito, sendo um dos primeiros jogadores a jogar pelo então elitista time do Flamengo. Em 1942 ele se transfere para São Paulo e atua no São Paulo Futebol Clube. Foi cinco vezes Campeão Paulista se tornado um dos maiores ídolos da história do clube paulista, sendo homenageado no museu do clube com uma réplica de uma bicicleta que ele executou pelo São Paulo. Durante a década de 40, devido a Segunda Guerra Mundial, os mundiais que seriam realizados em 1942 e 1946 foram obviamente cancelados, prejudicando enormemente jogadores como Leônidas, que não tiveram a oportunidade de se tornarem conhecidos e reconhecidos mundialmente. Depois de abandonar os gramados em 1951, ainda continuou ligado ao esporte, foi dirigente do São Paulo. Logo depois virou comentarista esportivo, sendo considerado por muito um comentarista, direto, duro e polêmico, chegou a ganhar sete prêmios Roquette Pinto. Sua carreira de radialista teve que ser interrompida em 1974 devido a doença do Mal de Alzheimer. Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até morrer em 24 de janeiro de 2004 por causa de complicações relacionadas ao Mal de Alzheimer. A sua esposa e fiel companheira Albertina Santos foi quem cuidava dele até os seus últimos dias, todos os dias, ela visitava o marido e passava o tempo com ele, cuidando do ex-craque. O tratamento foi mantido pelo São Paulo, último time que defendeu como jogador. Ele foi enterrado no Cemitério da Paz em São Paulo.
Graças ao trabalho de pessoas esforçadas o legado do Diamante Negro jamais será esquecido, mesmo o Brasil sendo considerado uma país que não dá atenção aos ídolos do passado. Foi lançada uma biografia do atleta e sua vida vai sair em filme. Tudo para que os amantes do futebol não esqueçam desse que foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. Alguns acham que isso ainda é pouco, já que Leônidas foi um dos maiores ídolos do Brasil até o aparecimento de Pelé no final dos anos 50.
A Bicicleta
Leônidas recebeu o crédito por ter inventado a bicicleta. Ele mesmo se autoproclamava o inventor da plástica jogada. Alguns afirmam ter sido criada por um outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito, e que Leônidas, "apenas" a teria aperfeiçoado.
A primeira vez que Leônidas executou essa jogada foi em 24 de abril de 1932, em uma partida entre Bonsucesso e Carioca, com vitória do Bonsucesso por 5 X 2. Já pelo Flamengo realizou a jogada somente uma vez em 1939 contra o Independiente, da Argentina, que ficou muito famosa na época.
Pelo São Paulo ele realizou a jogada em duas oportunidades, a primeira em 14 de junho de 1942 contra o Palestra Itália na derrota por 2 x 1. E a mais famosa de todas em 13 de novembro de 1948 contra o Juventus na goleada por 8 X 0. Ficando imortalizada pela mais famosa foto do jogador.
Na Copa do Mundo de 1938 ele também realizou a jogada, para espanto dos torcedores.
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Curiosidades
O apelido de Diamante Negro foi dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro. Já o apelido de Homem-Borracha, também dado pelo mesmo jornalista foi devido a sua elasticidade.
Anos mais tarde a empresa Lacta homenageou-o criando o chocolate diamante negro, vendido até hoje. A empresa só pagou dois contos de réis à época, sendo que Leônidas nunca mais cobrou nada pelo uso da marca.
A derrota do Brasil na semifinal da Copa de 38 para a Itália provocou controvérsias na época, Leônidas não atuou devido a uma lesão, porém, o técnico da seleção na época, Adhemar Pimenta, foi injustamente acusado de ter menosprezado a Itália, poupando Leônidas para a final. Na verdade, o matador não tinha condições de jogo, como ficou comprovado no futuro.
Ainda em consequência dessa derrota, o reserva de Leônidas, o jogador Niginho, declarou em 1958, que Leônidas teria forjado sua contusão para não atuar, devido a um suposto pagamento do ditador italiano, o fascista Benito Mussolini. Leônidas acabou o processando por calúnia e venceu nos tribunais.
Em 1942, em sua chegada a São Paulo, o atleta foi recebido por aproximadamente 10 mil pessoas na estação de trem.
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