14 de janeiro de 2006

Campeonato Carioca: o caso de amor que dura um século


Fãs do futebol festejam com paixão o centenário do mais charmoso campeonato do Brasil

Rio - Há 100 anos, o Rio de Janeiro tinha aproximadamente 800 mil habitantes. Era uma cidade em ebulição, que enfrentava sérios problemas de crescimento desenfreado. A então capital da jovem república era a mais populosa do Brasil e contava com ruelas estreitas e cortiços, tomados por ambulantes, animais soltos, lixo, alto comércio e importantes casas financeiras. A população sofria com epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola. Através de seu porto, o Rio recebia e exportava toda a sorte de doenças.
Pois foi nesse conturbado cenário que, no dia 3 de maio de 1906, Fluminense e Paysandu entraram em campo para disputar o jogo de abertura do primeiro campeonato de futebol da história. A partida terminou 7 a 1 para o Tricolor, que, após dez jogos, conquistou o título, com nove vitórias e uma derrota.
Pouco mais de mil pessoas assistiram a esse primeiro jogo, disputado no Estádio das Laranjeiras. Bem diferente do Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca de 1963, quando um público de 177.020 viu o Flamengo dar a volta olímpica após empatar em 0 a 0 com o Tricolor. Este jogo tem um recorde que jamais será batido: o de maior assistência nos 100 anos da competição.
Nesses 100 anos, muita coisa mudou. Foram duas grandes guerras e outros conflitos sangrentos que deixaram marcas por toda a humanidade. Regimes políticos e ditadores conheceram a glória e a derrocada. Nove Papas ocuparam o trono de São Pedro, e o homem conquistou o Espaço. A informática e as telecomunicações uniram e encurtaram o Planeta, aproximando pessoas de diferentes culturas e civilizações.
Nos gramados do Estado do Rio, os torcedores viram crescer a paixão pelo esporte que chegou à cidade trazido pelo jovem Oscar Cox, em 1897. Estudante numa escola da Suíça, ele voltou com as bolas na mala e ajudou a fundar, em 1902, o Fluminense Football Club.
O Botafogo veio em seguida, em 1904, e depois, à medida que o campeonato entusiasmava, surgiram as equipes de futebol de duas grandes agremiações dedicadas ao remo: Flamengo e Vasco da Gama.
A paixão não parou de crescer. E foi alimentada essencialmente pela rivalidade entre estes dois clubes de regatas, que mobilizavam multidões onde iam jogar.
O Vasco eternizou craques como Ademir, Jair, Barbosa, Danilo, Roberto Dinamite e Romário, entre outros. Do lado rubro-negro, a galeria não é menos famosa: Domingos da Guia, Leônidas, Zizinho, Dida e Zico são heróis da maior torcida do Brasil.
Integram o Campeonato Estadual 2006 as equipes da Portuguesa, Cabofriense, América, Americano, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Friburguense, Madureira, Nova Iguaçu, Vasco e Volta Redonda.
Matéria copiada do jornal O Dia
Visitem o endereço oficial www.futebolcarioca.com.br

Um comentário:

spersivo disse...

Luiz,
Você é, de fato, uma inteligência rara. Olha que gostaria de ter a sua capacidade ( até o Jornal Diz Persivo foi uma tentativa disto) de misturar as coisas com talento e ecletismo. Demais, e só você, para misturar Belém, Stanislaw,Lamartine, futebol, Oswald e rapadura. Um verdadeiro antropófago! Uma correção só à reportagem do Dia. É impossível falar do Vasco sem referência a seus grandes beques. O Vasco só é bom quando sua defesa é boa. Quem não lembra de Belini, Brito ou Mauro Galvão. Impossível falar também do Flamengo e esquecer alguns grandes alas e atacantes como, por exemplo, Leandro, Júnior, Leonardo, Andrade, Gerson, Doval, Nunes e Almir pernambuquinho. Tem outros, é claro, mas só esses já é muita bola pras bolas murchinhas de hoje. Silvio