13 de dezembro de 2005

Adélia Prado

Adélia Luzia Prado Freitas (Divinópolis, Minas Gerais, -13 de dezembro de 1935).
Professora por formação, exerceu o magistério durante 24 anos, até que sua carreira de escritora tornou-se sua atividade central. Seus textos retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela sua fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único. Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis. Adélia é também referência constante na obra de Rubem Alves.

Em termos de literatura brasileira, o surgimento de Adélia representou a revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, ainda que maternal, tendo-se em conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa; por isso sendo considerada como a que encontrou um equilíbrio entre o feminino e o feminismo, movimento cujos conflitos não aparecem em seus textos.

Silêncio poético
A literatura brasileira, além de ser fortemente marcada pela presença de Adélia Prado, também foi marcada por um período de silêncio poético no qual a escritora emudeceu sua pena. Depois de O Homem da Mão Seca, de 1994, Adélia ficou cinco anos sem publicar, fase posteriormente explicada por ela mesma como um período de desolação. São estados psíquicos que acontecem, trazendo o bloqueio, a aridez, o deserto. Oráculos de Maio, uma coletânea de poemas, e Manuscritos de Felipa, uma prosa curta, marcaram seu retorno, ou a quebra do silêncio. Rubem Alves refere-se a esses silêncios em A festa de Babbete.

Poesia
Bagagem, Imago - 1976
O coração disparado, Nova Fronteira - 1978
Terra de Santa Cruz, Nova Fronteira - 1981
O pelicano, Rio de Janeiro - 1987
A faca no peito, Rocco - 1988
Oráculos de maio, Siciliano - 1999
Prosa
Solte os cachorros, Nova Fronteira - 1979
Cacos para um vitral, Nova Fronteira - 1980
Os componentes da banda, Nova Fronteira - 1984
O homem da mão seca, Siciliano - 1994
Manuscritos de Felipa, Siciliano - 1999
Filandras, Record - 2001
Antologia
Mulheres & Mulheres, Nova Fronteira - 1978
Palavra de Mulher, Fontana - 1979
Contos Mineiros, Ática - 1984
Poesia Reunida, Siciliano - 1991 (Bagagem, O Coração Disparado, Terra de Santa Cruz, O pelicano e A faca no peito).
Antologia da poesia brasileira, Embaixada do Brasil em Pequim - 1994.
Prosa Reunida, Siciliano - 1999
Balé
A Imagem Refletida - Balé do Teatro Castro Alves - Salvador - Bahia - Direção Artística de Antônio Carlos Cardoso. Poema escrito especialmente para a composição homônima de Gil Jardim.
Parcerias
A lapinha de Jesus (em parceria com Lázaro Barreto) - Vozes - 1969
Caminhos de solidariedade (em parceria com Lya Luft, Marcos Mendonça e outros) – Gente - 2001.
Fonte: Wikipédia

Um comentário:

Saramar disse...

Presente de natal, esse post.

Claro que Adélia não refletiria conflitos em seus textos. Ser humano total, ser inteiro, ser como todos deveriam ser. Ela é meu ícone. Pena que todos os meus versos não valham um sequer dela.
Obrigada, pela milésima vez, querido.

P.S. Não me lembrava que hoje é aniversário de sua morte.