
Cestas do Natal Sem Fome não fazem a festa de quem vive no lixo, entre porcos e urubus
O odor, a sujeira e milhares de moscas ao redor não impedem que a dona de casa Maria Luiza Marques deixe as sandálias na porta, antes de entrar em seu barraco de madeira. O espaço tem pouco mais de quatro metros quadrados e o chão de barro limpo, em contraste com as toneladas de lixo produzidas pela população de Belford Roxo e jogadas à sua porta diariamente. Amanhã, Maria Luiza e sua família irão receber uma das cestas doadas pela campanha Natal Sem Fome. A chegada da comida é bem-vinda, mas não representa festa. "O Natal pra mim vai ser como um dia qualquer", resume, sem emoção.

A situação é a mesma para as demais 30 famílias que moram ali e disputam com outros catadores garrafas, latas e papelão, vendidos para reciclagem. Solange da Silva Izidoro, 50, mudou-se para lá há 10 anos. Com sete filhos e grávida do oitavo, arrecada cerca de R$ 50 por semana, renda completada com o salário de motorista do marido. "A gente se mudou para cá porque não tinha como pagar aluguel. Aqui a gente também não paga água nem luz", explica.

O contato direto com o lixo e bichos como porcos e urubus, além das moscas, reflete-se na pele das crianças e das mães, cobertas por micoses e feridas. "Isso é normal, não é nada demais, não. O importante é que as crianças têm saúde", diz Solange, uma das moradoras que consegue manter os filhos na escola.

2 comentários:
- Soube?
- Do quê?
- Obrigado pela visita!
- É!
- Que todos os bons sentimentos
estejam com você neste Natal,
e no Ano Novo que se aproxima.
- É!
- Boas festas!
- É!
Luiz, que tristeza! Fiquei péssima vendo isso, essas fotos horríveis, essas crianças, esses mosquitos.
E opior é saber que não há uma política governamental sequer voltada para essa população do lixo. Isso é uma vergonha para o país.
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