Segundo dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional), até o dia 10 deste mês, R$ 230 milhões haviam sido gastos com publicidade legal, de utilidade pública, mercadológica e institucional, referente aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Desse valor, a maior parte se refere à publicidade de utilidade pública e institucional. Enquanto este ano o Estado aplicou R$ 96 milhões em publicidade de utilidade pública destinada a campanhas educativas essenciais à população como vacinação e prevenção de doenças, destinou quase que o mesmo valor -- R$94 milhões -– à publicidade institucional para promoção de suas próprias ações.
Os números não incluem os gastos com a publicidade de estatais como Correios e Telégrafos e Caixa Econômica Federal, além de sociedades de economia mistas como o Banco do Brasil e a Petrobrás.
Apesar dos valores aplicados este ano em publicidade serem altos, o governo já reduziu em R$ 67 milhões os gastos com campanhas institucionais em relação a 2004. Além disso, se compararmos em valores nominais, os gastos totais com propaganda em 2005 com os do último ano do governo FHC, constataremos uma redução de R$82 milhões nos valores aplicados.
Em entrevista ao jornal "Correio Braziliense" nesta semana, o presidente do conselho deliberativo do Instituto Ethos, Oded Grajew criticou a propaganda institucional do governo, alegando ser ela um dos principais focos de corrupção no país. "O Brasil é o único país do mundo que faz propaganda de governo. Isso é absurdo", argumentou. Grajew condenou também a renovação de um contrato de publicidade da Petrobrás com a empresa do publicitário Duda Mendonça, que confessou ter recebido dinheiro de caixa 2 em pagamento de campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores.
O presidente do Contas Abertas, Augusto Carvalho, considera os gastos com publicidade ainda exorbitantes, sobretudo os que dizem respeito à publicidade institucional, nas quais os governo se auto-elogia. "Essas despesas devem ser suspensas ou até proibidas. Espero que esta seja uma das conclusões da CPI dos Correios", defende.
Mariana Braga e Larissa Gomes
Gráfico: Eduardo Freitas
Do Contas Abertas
Gráfico: Eduardo Freitas
Do Contas Abertas
Um comentário:
Luiz, boa tarde.
Isso é mais um dos absurdos desse governo. Enquanto os médicos são obrigados a fazer o papel de Deus nos hospitais, escolhendo quem vai ter uma chance e quem irá simplesmente ser abandonado para morrer sem atendimento, esse irresponsável usa o nosso dinheiro para dar publicidade a projetos vazios e eleitoreiros. Estou indignada.
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