19 de junho de 2006

Pascal

Blaise Pascal
(Clermont-Ferrand, Puy-de-Dôme, 19 de Junho de 1623 - Paris, 19 de Agosto de 1662).

Extraordinário filósofo, físico e matemático francês de curta existência, que como filósofo e místico criou uma das afirmações mais pronunciadas pela humanidade nos séculos posteriores, O coração tem razões que a própria razão desconhece, síntese de sua doutrina filosófica: o raciocínio lógico e a emoção. Filho de um professor de matemática, Etienne Pascal, foi educado sobre forte influência religiosa e tornou-se extremamente ascetista, escrevendo várias obras religiosas. Seu talento precoce para as ciências físicas levou a família para Paris, onde ele se dedicou ao estudo da matemática.
Foi um prodígio infantil e, quando adulto, tornou-se um dos maiores matemáticos da história. Acompanhou o pai quando este foi transferido para Rouen e lá realizou as primeiras pesquisas
no campo da Física. Realizou experiências sobre sons que resultaram em um pequeno tratado (1634) e no ano seguinte chegou à dedução de 32 proposições de geometria estabelecidas por Euclides. Publicou Essay pour les coniques (1640), contendo o célebre teorema de Pascal.
Excelente matemático, especializou-se em cálculos infinitesimais e criou um tipo de máquina de somar que chamou de La pascaline (1642), a primeira calculadora manual que se conhece, conservada no Conservatório de Artes e Medidas de Paris.
De volta a Paris (1647), influenciado pelas experiências de Torricelli, enunciou os primeiros trabalhos sobre o vácuo e demonstrou as variações da pressão atmosférica. A partir de então, desenvolveu extensivas pesquisas utilizando sifões, seringas, foles e tubos de vários tamanhos e formas e com líquidos como água, mercúrio, óleo, vinho, ar, etc, no vácuo e sob pressão atmosférica. Aperfeiçoou o barômetro de Torricelli e, na matemática, publicou o célebre Traité du triangle arithmétique (1654). Juntamente com Pierre de Fermat, estabeleceu as bases da teoria das probabilidades e da análise combinatória (1654), que o neerlandês Huygens ampliou posteriormente (1657).
Neste mesmo ano, após uma "visão divina", abandonou as ciências para se dedicar exclusivamente à teologia, e no ano seguinte recolheu-se à abadia de Port-Royal des Champs, centro do jansenismo, só voltando às ciências após "novo milagre" (1658). Neste período publicou seus principais livros filosófico-religiosos: Les Provinciales (1656-1657), conjunto de 18 cartas escritas para defender o jansenista Antoine Arnauld, oponente dos jesuítas que estava em julgamento pelos teólogos de Paris, e Pensées (1670), um tratado sobre a espiritualidade, em que fez a defesa do cristianismo e marcou o início de seu afastamento dos jansenistas, facção católica inspirada em Santo Agostinho.
Como teólogo e escritor destacou-se como um dos mestres do racionalismo e irracionalismo modernos e sua obra influenciou os ingleses Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista. Um dos seus tratados sobre hidrostática, Traité de l'équilibre des liqueurs, só foi publicado postumamente, um ano após sua morte (1663). Esclareceu finalmente os princípios barométricos, da prensa hidráulica e da transmissibilidade de pressões. Estabeleceu o princípio de Pascal que diz: em um líquido em repouso ou equilíbrio as variações de pressão transmitem-se igualmente e sem perdas para todos os pontos da massa líquida. É o princípio de funcionamento do macaco hidráulico. Na Mecânica é homenageado com a unidade de tensão mecânica (ou pressão) Pascal (1Pa = 1 N/m²; 105 N/m² = 1 bar).




"As alegrias passageiras encobrem os males eternos que elas próprias causam."
"Quanto maior o intelecto da pessoa, mais originalidade ela encontra nos seres humanos. Pessoas comuns não vêem diferenças entre elas."
"Poucas amizades subsistiriam se cada um soubesse aquilo que o amigo diz de si nas suas costas."
"Benefícios demais irritam: queremos ter com que sobrepagar as nossas dívidas."
"Tudo o que é incompreensível nem por isso deixa de existir."
"A meditação é um luxo, ao passo que a ação é necessária."
"Há duas espécies de homens: os justos, que se julgam pecadores e os pecadores que se crêem justos."
"A nossa dignidade consiste no pensamento. Procuremos, pois, pensar bem. Nisto reside o princípio da moral."
"É o coração que sente Deus e não a razão. Eis o que é a fé: Deus sensível ao coração."
"Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cachorro."
"A consciência é o melhor livro de moral que temos; e é, certamente, o que mais devemos consultar."
"O amor é cego; a amizade fecha os olhos."
"O pensamento é a grandeza do homem."
"De que lhe vale ao homem conquistar o mundo, se perde a alma?"
"Todos os homens buscam a felicidade. E não há exceção. Independentemente dos diversos meios que empregam, o fim é o mesmo. O que leva um homem a lançar-se à guerra e outros a evitá-la é o mesmo desejo, embora revestido de visões diferentes."
"Dois excessos: excluir a razão; não admitir a razão."
“Todas as aflições humanas decorrem da incapacidade de nos sentarmos sozinhos e em silêncio em um aposento.”
"Todas as máximas já foram escritas. Resta apenas pô-las em prática."
"Os olhos são os intérpretes do coração, mas só os interessados entendem essa linguagem."
"Pluralidade que não se reduz à unidade de confusão; unidade que não depende de pluralidade é tirania."

Extraído do Wikipédia

Um comentário:

Kafé Roceiro disse...

Colocarei nos arquivos, permite?