O Círio é uma das maiores expressões de religiosidade do mundo e, associada aos costumes regionais, tem um significado de relacionamento familiar e social maior que o Natal.
Por variados motivos também é questionado por outras formas de manifestação religiosa e, por isso, transcrevo um posicionamento da Religião Católica que entendo como a definitiva resposta às críticas e demonstração livre de fé.
Que todos tenham um maravilhoso Círio, cheio de paz e amor.
"Sobre Maria, quem está mentindo, Jesus ou a liderança católica?
Padre Cido Pereira
A pergunta é de Ulisses Natan. Diz ele, irônico: “Em João 14, 6 : Jesus disse: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Por que devo, então, rezar para Maria, se ela não me leva ao Pai, conforme Jesus disse? Quem esta mentindo, Jesus ou a liderança da igreja católica?”
Ulisses, vocês evangélicos nunca vão entender o nosso carinho por Maria. Nunca vão entender que aquele “Faça-se em mim segundo a tua palavra” de Maria nos trouxe Jesus que nos leva ao Pai.
Vocês nunca vão entender que as palavras de Maria aos empregados da festa de casamento em Cana da Galiléia, “Fazei tudo o que ele vos disser”, serve também para nós, porque temos que fazer o que Jesus nos disser para chegar ao Pai.
Vocês nunca vão entender que do alto da cruz, Jesus revelou um amor tão grande por sua mãe que, preocupado com a ela, a confiou ao discípulo que ele amava. A quem se ama se confia quem se ama... E o discípulo a levou para sua casa, e ela foi mãe e mestra daquele apóstolo, de todos os apóstolos que saíram para o mundo para proclamar que se chega ao Pai por Jesus.
Vocês nunca vão compreender que Maria foi a mulher mais fiel a Jesus Cristo que se pode conhecer neste mundo, porque esteve com ele na barriga durante nove meses, deu ele à luz, ofereceu-o ao mundo e por isso nós vamos com ela e pelas mãos dela a Jesus e com Jesus vamos ao Pai.
Vocês se preocupam tanto em criticar a Igreja Católica, que se esquecem que ela tem dois mil anos, e que os filhos dela Lutero, Calvino, no passado, e Manoel de Melo, Edir Macedo, Davi Miranda Soares, no presente, queiram ou não queiram, continuam filhos dela, porque têm seus nomes em algum livro de batismo em alguma Igreja católica deste mundo de Deus.
Se um dia Deus lhe der a graça de visitar Roma, mergulhe nas catacumbas. Lá, numa lápide do primeiro século do cristianismo, você vai ver desenhada a carvão uma imagem de Maria com Jesus no colo, como que a oferecê-lo ao mundo, como que a nos dizer que por seu Filho Jesus chegaremos ao Pai.
Outro dia, meu irmão, alguém, inconformado como você pelo nosso carinho a Maria, perguntou a uma velhinha de nossas comunidades, pessoa simples do povo mas com a sabedoria de Deus: “Por que vocês gostam tanto de Maria?” Resposta da velhinha, meu irmão: “Gosto dela porque Jesus gosta dela.” Precisa mais, meu irmão?
Se você não aceita esses argumentos, fique na sua. Viva a sua fé. Eu vou defender até o fim o seu direito de não crer no que nós católicos cremos. Mas faço questão também de exigir respeito à nossa fé que inclui um compromisso sério com Jesus Cristo e sua mensagem mas que não exclui e nem pode excluir um respeito profundo, uma veneração incrível por aquela que Deus fez cheia de graça, esteve com ela, e a fez Mãe de meu Senhor e de nosso Senhor, como disse Isabel, por aquela que reconheceu que Deus fez nela maravilhas e que, por isso mesmo, todas as gerações a chamarão de bem-aventurada. Leia os primeiros capítulos de Lucas, meu irmão. E receba um abraço fraterno do padre Cido."
Jornal O SÃO PAULO - Edição 14/09/05
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