Beto Barata/AE
Ele deu no pé
Espelho, espelho meu, existe alguém mais corajoso do que eu, Paulo Rocha (PA), ex-líder do PT na Câmara, que há pouco renunciou ao mandato para escapar de uma eventual cassação?
Foi o único petista a fazê-lo. Os demais (Josias Gomes, João Magno, João Paulo Cunha, José Mentor e José Dirceu) preferiram ir para a briga.
"Em seu depoimento à Polícia Federal, o Sr. Marcos Valério informou que o Deputado Paulo Rocha recebeu, em espécie, das contas da SMP&B, na agência do Banco Rural em Brasília, a quantia de R$ 920 mil, por intermédio de seus assessores Anita Leocádia Pereira da Costa e Charles Santos Dias. Segundo a lista apresentada pelo Sr. Marcos Valério, os saques ocorrem nas seguintes datas:
07/04/2003
R$ 50.000,00
03/07/2003
R$ 50.000,00
04/07/2003
R$ 50.000,00
17/07/2003
R$ 50.000,00
06/05/2005
R$ 100.000,00
27/05/2003
R$ 300.000,00
16/12/2003
R$ 120.000,00
05/07/2004
R$ 200.000,00
Nos documentos bancários à disposição desta CPMI, localizamos os seguintes saques da Sra. Anita Leocádia, no valor total de R$ 420 mil:
26/06/2003
R$ 100.000,00
03/07/2003
R$ 50.000,00
04/07/2003
R$ 50.000,00
17/07/2003
R$ 50.000,00
18/07/2003
R$ 50.000,00
19/12/2003
R$ 120.000,00
Abordado pela imprensa, não apresentou explicações, dizendo estar aguardando manifestação do Diretório Nacional. O Deputado confirmou ter recebido dinheiro do esquema Delúbio/Marcos Valério, mas alegou que se destinava a pagamento de dívidas do PT no Estado do Pará. O tesoureiro do PT, sr. Delúbio Soares, ouvido na CPI mista da Compra de Votos, arrolou os diretórios regionais auxiliados pelo Diretório Nacional, não indicando o do Pará. Anita Leocádia, em depoimento prestado à Polícia Federal, informa que o deputado Paulo Rocha comentava que estava recebendo muitas cobranças de fornecedores que não haviam recebido os pagamentos devidos pelos materiais fornecidos na campanha eleitoral de 2002. Confessa os quatros saques realizados na agência Brasília do Banco Rural, afirmando que de posse do dinheiro, dirigia-se a bancos para efetuar as remessas a fornecedores, o que fazia através de depósito em conta, entregando os recibos dos depósitos ao deputado, que os repassava ao comitê do PT do Pará. Declarou ainda que em julho de 2004, o deputado lhe solicitou que fosse a São Paulo para receber R$ 200 mil para a campanha eleitoral de 2004 do PT do Pará. Lá, recebeu telefonema de Marcos Valério solicitando que fosse a seu encontro em um hotel, onde recebeu dele os R$ 200 mil, tendo, ainda em São Paulo, efetuado o pagamento de alguns fornecedores através de depósitos realizados em bancos, remetendo o restante do recurso através de depósito bancário, ao diretório do PT do Pará, em nome de seu tesoureiro, Sr. Elias, ou o secretário-geral Marco Antonio. Alguns comprovantes de pagamentos são recentes, não tendo sido registrada a receita junto à Justiça Eleitoral."
Fonte: Blog do Noblat
Um comentário:
Luiz, bom dia.
Não sei se é do seu tempo, mas lembra-se daquela musiquinha? "passarinho na gaiola fez um buraquinho, voou, voou, voou, voou...."
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