Ele me disse, por exemplo, que Saldanha estava armando o time num esquema ultrapassado (4-2-4), com Gérson e Clodoaldo no meio e dois pontas abertos, Jairzinho e Edu. E mais: afirmou que, daquele jeito, o Brasil não daria nem para a saída no México. E foi adiante: revelou que Saldanha estava descontrolado, tendo afirmado na televisão que Pelé estaria cego e, depois, invadiu a concentração do Flamengo, em São Conrado, querendo dar um tiro em Yustrich.
Hoje, com 35 anos de distância, acho que houve razões políticas, claro, com os militares no poder. Mas é insofismável que Saldanha acabou cavando sua própria saída com um esquema arcaico e com atos desatinados, como tentar balear Yustrich e levantar a hipótese de que Pelé não mais estaria enxergando. Quando Zagallo entrou, a primeira providência que tomou foi montar um miolo com Clodoaldo, Gérson e Rivelino e deixar apenas três homens na frente: Jairzinho, Tostão e Pelé. E ganhou, assim, a Jules Rimet.
Coluna do Botafoguense Roberto Porto no Jornal dos Sports
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