O banco de investimentos JP Morgan causou surpresa nesta segunda-feira (03) ao informar que o risco-país da Argentina atingiu um nível inferior ao do Brasil. O índice argentino, segundo o banco, chegou a 341 pontos na abertura desta semana – um ponto a menos do que o brasileiro.
A notícia deixou alguns analistas intrigados. Afinal, como explicar que a Argentina, um país que aplicou um calote de US$ 82 bilhões em sua dívida pública em dezembro de 2001, ofereça maior segurança aos investidores do que o Brasil – que vem honrando seus pagamentos em dia?
"O mercado enxerga o Brasil como um dos piores locais para se investir", afirma o economista Silvio Persivo, especialista em Mercosul. Segundo ele, muitos investidores vêem o Brasil como uma região de instabilidade para os investimentos, onde a legislação pode mudar a qualquer momento e atrapalhar acordos comerciais. E isso pesa no índice. "Por aqui, seguidamente, as regras tributárias são modificadas, a legislação é pouco respeitada e a burocracia para abrir e fechar empresas é enorme", critica Persivo. Os investidores entendem que a Argentina, apesar do calote, oferece hoje um cenário mais estável para as negociações.
Silvio Persivo, amigo do blog, está em links ao lado. Vale a pena conhecê-lo, cientista político, poeta, escritor, boêmio e um excelente contador de histórias. Salut!
Nenhum comentário:
Postar um comentário