JOSIMAR
Há dois anos o ex-lateral-direito Jorginho chamou Josimar para participar de um jogo de seleção de Masters. Depois da partida, os jogadores se reuniram para botar o papo em dia, mas Josimar se afastou de fininho. Jorginho foi atrás e o encontrou chorando no quarto. Os dois se abraçaram, choraram juntos e Josimar desabafou: \"Eu preciso de ajuda, estou lá embaixo, no fundo do poço. Ninguém acredita mais em mim.\" Eles mantiveram contato e, há três meses, o ex-lateral-direito do Botafogo, que encantou o Brasil com dois golaços na Copa de 86, dá aulas para meninos e meninas do Instituto Bola pra Frente, ONG dirigida por Jorginho. \"Eu fui banco dele em 87! O Josi era um ídolo, não podia ficar naquela situação\", diz Jorginho.
Hoje, Josimar mais ri do que chora. Sente que a vida lhe deu uma segunda chance e não quer desperdiçá-la. \"Caras como o Jorge mantiveram uma linha, enquanto eu vacilei. Era pobre, de repente tinha tudo. Chegava nos lugares e todo mundo me conhecia. Perdi tempo com bobagem. Mais que isso: perdi dinheiro, credibilidade e contato com meus filhos\", afirma. Notícias sobre noitadas, drogas e bebidas fazem parte do passado. Há três anos ele começou a fazer trabalho voluntário em Goiânia, para onde foi por não encontrar oportunidades no Rio. Josimar diz que, também nesse período, voltou pouco a pouco a fazer parte da vida dos filhos, Felipe, 21 anos, Júnior, 17, e Sasha, 16. \"Júnior é lateral-direito dos juvenis do Botafogo, já esteve em duas seleções de base. Os três estudam e me receberam de braços abertos\", diz, enquanto escuta com atenção o aviso que Jorginho dá aos jogadores de hoje: \"Eles têm que abrir os olhos porque não são tão bonitos, poderosos e interessantes quanto pensam.\"
Copiado da revista Placar.
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