"Chamam-me de psicólogo; não é verdade, sou apenas um realista no mais alto sentido, ou seja, retrato todas as profundezas da alma humana."
Seu pai era médico e sua mãe morreu quando ele era ainda muito jovem. O suposto assassinato de seu pai, o Dr. Mikhail Dostoievski, pelos próprios servos de sua propriedade rural em Daravoi, exerce enorme influência sobre o futuro do jovem Dostoievski e motivará o polêmico artigo de Freud: Dostoievski e o Parricídio.
Estudou contra a vontade numa escola militar de Engenharia e entregou-se febrilmente à leitura dos grandes escritores de sua época.
Teve sua primeira crise de epilepsia aos 17 anos, depois de saber que seu pai fora assassinado pelos próprios colonos, que viam nele um homem demasiadamente autoritário. Deixou o exército aos 22 anos para consagrar-se na carreira literária.
Em 1849 é preso por participar de reuniões subversivas na casa de um agitador profissional, Petrachevski, foi preso e condenado à morte. No último momento, já no patíbulo, teve a pena comutada. De fato, passou nove anos na Sibéria, no presídio de Omsk foram 4 anos, e mais cinco como soldado raso. Descreveu a terrível experiência no romance Recordação da Casa dos Mortos. Estudos médicos permitiram diagnosticar que sofria de epilepsia temporal. Suas crises sistemáticas, que ele atribuía a "uma experiência com Deus", tiveram papel importante em sua crise religiosa e em sua conversão durante o desterro, quando a Bíblia era sua única leitura.
Essas dificuldades pessoais sem dúvida ajudaram a fazer de Dostoievski um dos maiores romancistas de todos os tempos. Inspirado pelo cristianismo evangélico, passou a pregar a solidariedade como principal valor da cultura eslava
Aos 25 anos publica seu primeiro romance, Pobre Gente, onde trata da vida simples dos pobres funcionários da burocracia russa, com extraordinário sucesso em toda a Rússia.
Aclamado como gênio pelos mais exigentes críticos da época, entre eles Bielínski, que o considera o primeiro romancista social da Rússia, e Nekrassov que vê em Dostoievski um novo Gogol, em homenagem ao primeiro romancista russo moderno.
Entre suas obras de maior importância destacam-se os romances O Idiota, Crime e Castigo, Os Demônios e Os Irmãos Karamazov.
Publica também inúmeros contos: O Mujique Marëi, Sonho de um Homem Ridículo, Bobock e outros; além de novelas: O Senhor Prokhartchin, O Homem Debaixo da Cama, Uma História Suja e O Pequeno Herói. Cria duas revistas literárias: O Tempo (Vrêmia) e Época, e ainda colabora nos principais órgãos da imprensa Russa.
O reconhecimento definitivo de Dostoievski como escritor universal surge somente depois dos anos 1860, com a publicação dos grandes romances: O Idiota e Crime e Castigo. Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, é considerado por Freud como o maior romance já escrito.
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