Sandra Maia/Especial para BR Press
É interessante como os amigos, os familiares, os colegas de trabalho, todos, todos querem ajudar os seus queridos em tempos de crises conjugais. O problema é que querem ajudar tanto que acabam por atrapalhar.
Todos aqueles que já foram casados ou viveram uma relação a dois sabem do que estou falando. Imagine você que uma colega sua chega aos prantos ao escritório, ou que te liga tarde da noite para desabafar e contar todos os absurdos que ouviu de seu ex (sim porque a essa altura já estão quase separados...) e que tanto a magoaram. Nesse momento, o outro se torna um monstro, um déspota. Aquela alma fria, sem a capacidade de simpatizar com o melhor dos nossos sentimentos, ou seja de príncipe, rapidamente vai a sapo e lá estaciona. E, quando isso acontece imediatamente tomamos um partido. Ou apoiamos veemente nosso amigo ou amiga, orientando-o para que finalmente deixe o outro. Afinal, ela(e) não merece tantos maltrato.
Desconto
Outra alternativa comum é agirmos como a turma do deixa-disso e orientamos esse mesmo amigo a retomar sua relação, a dar um desconto, enfim, rever a situação.
Quando apoiamos o fim, não admitimos a volta. E, quando apoiamos a continuação do relacionamento, não aceitamos o fim. Ou seja: nós, os amigos, aqueles que só queriam ajudar, tornamo-nos indesejáveis. Aqueles que não entendem o par.
Sim, porque dependendo do formato da relação, brigar, ir, voltar, brigar de novo etc, etc, faz parte do contexto. É isso mesmo: reforça a relação.
Por isso, o ditado – em briga de marido e mulher não se mete a colher – continua muito atual. É impossível avaliar de fora tudo o que um e outro ganha ou perde.
Ouvir
Talvez, pudéssemos ter em mente que, muitas vezes, um dos parceiros só nos procura para desabafar. Só o que quer é ser ouvido. Falar alto, tirar um pouco da dor do peito comprimido e, ouvir, sem grandes expectativas, outros exemplos, outras histórias, outras situações.
Logo, se você quer ficar de bem desses nossos amigos, o melhor a fazer é relaxar. Não julgar, não se intrometer, não tomar partido. Simplesmente ouvir, orientar quando pudermos e, deixar os outros viverem suas vidas.
Assim, com idas e vindas, acertos e desacertos também se constróem relações saudáveis. Umas demoram mais para se ajustar, outras parecem já nascer ajustadas.
Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você - Histórias e relacionamentos co-dependentes e Você Está Disponível? Um caminho para o amor pleno, editados pela Celebris. Fale com Sandra Maia pelo e-mail pauta@brpress.net .
Um comentário:
Luiz, boa noite, eu acho.
Esse tema é realmente espinhoso. Nestes casos, eu sou como o José Dirceu (não conte para ninguém), fecho minha linda boquinha, ouço muito e gasto todos os meus lenços de papel, enxugando as lágrimas de ambos os lados. É o melhor, não acha?
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