Rio - A polícia ainda investiga quantos homens que participaram do ataque a um ônibus, no fim da noite desta terça-feira, na Penha, Zona Norte, mas Dominique Catrine Carvalho de Jesus, 20 anos, uma das vítimas que teve os pés queimados, contou ao pai, o inspetor da Polícia Civil, Antonio Corsine de Jesus, que o ônibus foi invadido por 10 homens, logo depois que um casal fez sinal.
Dominique seguia do trabalho para casa, em companhia do namorado, Igor dos Santos, que também foi sofreu queimaduras no braço esquerdo, na mão direita e nas costas. Os dois, que ficaram internados no Hospital Getúlio Vargas, contaram ao inspetor, que os bandidos entraram no ônibus com duas garrafas de refrigerante cheias de gasolina, impediram a saída dos passageiros, agrediram o motorista, espalharam gasolina e tacaram fogo.
Houve uma explosão que assustou até os moradores das proximidades. Os passageiros entraram em pânico procurando um lugar para sair do veículo em chamas.
Rogério Mendes, que está internado no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital do Andaraí, depois de transferido do Getúlio Vargas, era um dos mais desesperados. Ele tentou de todas as formas retirar do ônibus, a mulher, Vânia, e a filha Vitória, de dois anos, mas não teve tempo. O fogo se alastrou rapidamente e ele assistiu as duas morrendo abraçadas. Outras três pessoas também não conseguiram sair e morreram completamente carbonizadas.
A maioria dos passageiros conseguiu sair por uma janela nos fundos do ônibus e do lado esquerdo, contou um morador. Segundo ele, as pessoas lutavam para deixar o ônibus e muitas se atiravam de cabeça. "As pessoas corriam desesperadas em todas as direções e tentavam buscar abrigo nas residências. Elas, em pânico, não sabiam dizer o que tinha ocorrido, contou o morador, que não quis se identificar.
De acordo com as investigações da polícia, o ataque ao ônibus da linha 350 ( Passeio-Irajá), que seguia para Irajá, aconteceu em represália a morte de um traficante do Conjunto Habitacional Guaporé, durante uma troca de tiros com policiais do 16º BPM (Olaria). Há ainda informações de que no grupo de invasores do coletivo, estaria também homens do Morro do Fé e do Quitungo, que fazem parte da mesma facção.
A polícia já sabe que a quadrilha vem tentando de todas as formas impedir a entrada da polícia nessas favelas. Na Rua Helvétia, um dos acessos ao Morro da Fé, os bandidos teriam fincado barras-de-ferro no asfalto para impedir a entrada da polícia.
Bombeiros da Penha e de Ramos estiveram no local e socorreram as vítimas, a maioria delas levadas para o Hospital Getúlio Vargas. A operadora de máquinas da Fundação Osvaldo Cruz, Áurea Rodrigues Regina, estava no ônibus e conseguiu deixar o veículo com o braço direito muito queimado. Ela procurou socorro em uma clínica particular e depois seguiu para o Instituto Médico Legal para fazer exame.
2 comentários:
Luiz, um verdadeiro horror. Os bandidos agora estão adotando as táticas dos terroristas, meu Deus, estamos perdidos.
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