13 de fevereiro de 2006

Um presente... para o Botafogo e seus torcedores!


O INCRÍVEL CAMPEÃO
Para Luiz Carlos Marques
Não foi um grande jogo. Com isenção foi um joguinho. Mas quem se importa com isto? Quem se importa se os gols não surgiram de boas jogadas? Se, plasticamente, a beleza esteve mais restrita ao contraste das torcidas que à qualidade do futebol no campo? Se, nem de longe, lembrou uma sombra dos grandes clássicos do passado entre Botafogo e América? Quem quer saber disto? A quem interessa uma comparação tão distante do que houve neste domingo?E o que se viu, no primeiro tempo, foi o América com o jogo dominado graças a um gol surgido do mero acaso e do puro oportunismo no primeiro, e isolado, chute a gol. Se o América é um time melhor, se tivesse mais garra, um matador, diante do Botafogo completamente desorientado em campo, teria ficado com a taça. Se....O Botafogo, porém é um time único. Um time glorioso, lendário, herdeiro de um gênio de pernas tortas chamado Garrincha, do notável Didi, da enciclopédia Newton Santos, de Jairzinho, Quarentinha, Gerson, Manga & tantos outros. Tudo é possível ao Botafogo. Já venceu campeonatos impossíveis. Já ganhou partidas, contra grandes times, com times medíocres. Até parecia que as camisas incorporavam os craques do passado como se movidos por deuses invisíveis. Até uns boleiros inacreditáveis já fizeram gols impossíveis para o Botafogo ser campeão.E não foi diferente neste domingo. Um zagueiro, Scheidt, no único lance perfeito da partida, embora o goleiro do América tenha errado, lembrou o esplendor dos craques do passado e surgindo do nada fez um gol. Apenas este lance, apenas este, estilhaçou uma partida que estava plasmada de vermelho. O América, que também não é um time bom, sumiu. E mesmo o Botafogo apático, burocrático, ineficiente, com Dodô e Reinaldo batendo cabeças, ressurgiu glorioso das cinzas conseguiu fazer mais dois gols e a torcida explodir no grito de “É campeão! É campeão!”.Que há de restar desta partida ? A taça, a alegria da virada, os gols que mexeram com a emoção da torcida, o alívio, depois de tanta angústia, a alegria de ser campeão. Só restará o fato de o Botafogo reafirmar sua vocação para a glória, ainda quando não consegue juntar algo que se pareça com um time, que lembre seus áureos tempos de saudosa memória. Isto, no entanto é problema de quem analisa. Para o torcedor é choro de quem não pode, igual a ele, gritar “é campeão”. Um campeão, realmente, inacreditável. Nada disto importa. No futebol, como na vida, o que vale é o resultado. E o resultado é que o Botafogo é campeão. E o Manequinho cheio de entusiasmo faz, contente, xixi com a faixa e a taça para inveja e desespero das outras torcidas.
Silvio Persivo mais uma vez nos brinda com um texto magnifíco.
Para os que o conhecem, não é novidade. Quem quiser conhecê-lo, os links estão ao lado.
Valeu, te devo uma Cerpinha.

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